04 - Estudos

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Axel acordou, naquela manhã, muito cedo, o sol ainda estava nascendo. Ele sequer levantou, pois começou a pensar em memórias distantes do dia do seu aniversário, sobre as pessoas que estavam lá com ele, sobre as suas companhias, suas sensações, suas emoções, mas, em especial, sobre as pessoas, especificamente seus pais.

A imagem, nesse momento, nostálgica de seus pais é a coisa em que ele mais pensa, na sensação que agora imita uma sensação tão distante de proteção e afeto. Mas no que ele mais pensa é na força abrupta em que isto foi removido dele, ele se sente incompleto.

Mas por que Axel? Por que logo esse garoto? Talvez o fato de seu pai ser um empregado de Slade fosse a resposta, mas, ainda assim, parecia tão vaga, afinal, Slade havia vários outros empregados leais, homens e mulheres que trabalhavam em diferentes setores ao redor do mundo.

Talvez haja algo especial no garoto que fez ele ser o escolhido para se tornar a arma de guerra de um homem cruel e desumano cujo o qual não se sabe os motivos. Axel foi removido de sua vida forçadamente e agora ele foi reduzido a uma máquina de guerra. Somente isso. Um objeto. Um objeto de uso desumano para fins claramente desumanos.

Axel então começa a pensar em outras possibilidades, como... será que este corpo, é realmente o seu corpo? Será que o verdadeiro Axel morreu e este corpo é nada mais que uma carcaça possuída por uma entidade adormecida que nada quer além da destruição? O que poderá vir a acontecer se isso se provar verdade?

Axel sente muito medo.

O medo é inerte.

Indispensável.

Inevitável.

Axel, ainda deitado em sua cama, olha para os arredores movendo somente seus olhos, em seguida estende sua mão para cima e observa-a.

— Por que... isso tudo tá acontecendo? — disse vagamente.

Axel fecha os olhos, desce sua mão de volta e solta um longo suspiro. Levanta-se lentamente, ficando sentado na cama e olhando para baixo. Após alguns segundos de silêncio, ele se levanta. Calça os sapatos e vai para fora de seu dormitório, nem mesmo se importa em vestir seu moletom e seu cachecol. Fica apenas usando sua camiseta, calça e sapatos.

Axel caminha pela Resistência procurando por alguém para que possa conversar. Ninguém parece estar acordado ou ainda disposto.

Lucy continuou estudando a respeito de coisas diversas que envolvem o mundo no momento atual e, portanto, está descansando.

Ethan estava no posto de vigia na madrugada anterior e agora está dormindo merecidamente.

Karen estava buscando por informações do mundo exterior, buscando para ver se havia algum sobrevivente, se haviam organizações, milícias, fábricas, qualquer coisa que desse sinal de vida. Ela continuava pesquisando, aparentemente virou a noite realizando essa tarefa.

Axel chega ao lado de fora da Resistência e encontra Hiro sentado, bem relaxado, ao lado do portão de entrada da base, degustando um café enquanto aproveita a luz radiante do sol nascente e a brisa do ambiente.

Ele senta ao lado de Hiro, cruzando as pernas, observando o horizonte, mantendo-se em silêncio durante alguns segundos.

— Ei. — Até que ele quebra o silêncio.

— Tudo bem, moleque? — perguntou Hiro enquanto bebericava o café.

— Tudo... eu acho... — diz abaixando o olhar.

— É, eu percebi que você tá meio pra baixo. O que você me conta? Teve um pesadelo?

— Mais ou menos. Eu meio que fiquei pensando em algumas coisas.

Guerra BiológicaOnde histórias criam vida. Descubra agora