03 - Adaptando-se

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 "Feliz aniversário!"

"Feliz aniversário, Axel!"

"Parabéns, Axel!"

"Parabéns pra você!"

"Hoje é o seu dia!"

"Aproveite o seu dia!"

"O dia é todo seu!"

"Felicidades!"

"Muitas felicidades!"

"Feliz aniversário, Axel!"

"Feliz aniversário, meu anjinho!"

"Ano que vem tem mais, viu?"

"Você é especial!"

"Você merece!"

"É pra você"

"É seu!"

"É tudo seu!"

"Eu te amo!"

"Te amo muito"

"Te amamos sempre!"

"Te amaremos para sempre!"

"Sempre vamos te amar!"

"Axel..."

"Axel..."

"Axel!"

Naquela noite, Axel teve um sonho vago onde somente ouvia vozes de pessoas parabenizando-o pelo seu aniversário. Não havia imagens, não havia cheiro, não havia tato, somente o som. O som que ecoava profundamente pelo vazio visual e sensorial quase fazendo-o ficar indistinguível pela natureza larga da reverberação do som.

Axel não tinha memórias o suficiente para sequer lembrar como foi o dia de seu aniversário de 10 anos, seu dia especial, mas ele provavelmente sabia que estas memórias estavam em algum lugar na sua mente, ele só precisava de tempo para encontrá-las.

O que não saía de modo algum de sua mente, entretanto, era a sensação de que havia algo muito importante faltando ali com ele: seus pais. Axel ainda lembra da sensação de proteção que seus pais o faziam ter e ele crê que por essa sensação de falta existir, tudo que está acontecendo agora é real.

Os pais de Axel estão vivos. Axel precisa encontrar seus pais.

Pela manhã, o garoto acordou calmamente. Ainda não acostumado com a nova vida, sentiu como se estivesse fora de sua zona segura, sentindo falta de algo, ou uma mudança em sua vida. Essa foi a primeira noite de sono consciente do garoto.

Ele levanta-se da cama, vê pelo relógio digital, sobre a mesinha de cabeceira, que são 07:48 do dia 15 de outubro de 2035.

Sai do quarto e vaga pela resistência em busca de Hiro ou de qualquer outra pessoa.

— Bom dia, Axel! Dormiu bem? — disse Ethan que estava na sala de estar, onde Axel foi parar.

— Bom dia. — respondeu Axel com a voz cansada de sono. — Onde tá o Hiro?

— Foi pra Gleodônia comprar comida. Ele volta daqui a pouquinho.

— Bom, ele disse que ia cortar o meu cabelo.

— Cê vai cortar essa juba?

— Vou. Ela me atrapalha bastante. — respondeu enquanto afastava o cabelo dos olhos.

— Lembro que quando eu era mais novo eu tinha cabelão que nem o seu. Cê curte um rock?

— Acho que sim.

Guerra BiológicaOnde histórias criam vida. Descubra agora