— Esse café com leite tá demais! — diz Axel enquanto saboreia seu café da manhã ao lado de Hiro, Lucy, Karen e Ethan na mesa do refeitório da Resistência do Sul.
A mesa está recheada de coisas variadas para acrescentar na refeição de cada um deles. Queijo, presunto, alfaces, tomates, leite em pó, leite em caixa, integral, desnatado, de soja, café solúvel, canela, patê, manteiga, margarina, pães dos mais variados tipos desde pão de sal até o brioche.
— Mas você é do tipo que dá valor ao pãozinho com manteiga né não, Axel? — comentou Ethan aos risos vendo que Axel está comendo uma refeição básica enquanto todos os outros formam sanduíches, lattes e cappuccinos de todos os tipos.
— Qualquer coisa sendo comida eu aceito! — respondeu Axel após mastigar um pedaço de seu pão com manteiga.
— Cê não tá tímido não, né? Pode comer à vontade, sem medo. — disse Karen.
— E eu acho bom cê comer direito dessa vez, hein? Não quero te ver passando mal com pressão baixa no treinamento! — disse Hiro.
— Olha, com uma mesa desse tamanho, não acho que vai faltar energia pro Axel não. — comentou Lucy.
— Ah é! — disse Axel e em seguida bebe o resto de seu café com leite. — Posso fazer uma pergunta pra vocês?
— Claro! O que você quer saber? — respondeu Hiro.
— Bom... já faz uns três dias que eu tô aqui, né? Vocês já me explicaram muita coisa e eu já sei o que aconteceu no resto do mundo e tal... mas, então, como é que vocês conseguem comprar tudo isso?
— Bom, Axelzinho, isso é simples. — respondeu Karen.
— Nem tanto. — retrucou Ethan. — Deixa eu te contar a história, Axel.
— Acho que vou querer mais café... — comentou Axel prevendo que a história vai ser longa.
— Agora cê falou minha língua, moleque! — disse Lucy, os dois tocam os punhos e Lucy enche a caneca de Axel de café.
— Então vamos começar de depois da metade... depois que lutamos na guerra, nós, a Armada de Combate Adaptável, fugimos pra Gleodônia. Roubamos uma aeronave da Labris e partimos. Tivemos que lutar, mas nenhum dos ARCA morreram. — disse Ethan.
— A gente já vinha planejando essa fuga desde a época em que a gente soube da missão de ataque aos SEALs. Que bom que entre os ARCAs tinha um piloto da aeronáutica. — complementou Lucy. — A gente já te falou do Terence Gray? Ele é Tenente de Voo da Força Aérea Real do Reino Unido. Além disso ele também tem formação no SAS. Se tinha alguém apto a liderar a nossa fuga, era ele!
— É, o cara é foda! Além de já ter passado pelo SAS, ele veio cursar o ARCA com a gente. A vida daquele cara devia ser muito tediosa... — complementou Ethan.
— Uhh... gente, o garoto quer saber o porquê do dinheiro, não do milico fodão. — comentou Karen para retomar-se o foco da conversa.
— Ah tá, foi mal. Assim que a gente chegou aqui, fomos direto pra Gleodônia, pousamos no quartel do exército e o pessoal daqui já tava sabendo da nossa situação e da guerra biológica que Slade começou. O rei de Gleodônia ofereceu abrigo, moradia e uma base de operações pra gente, mas a gente teve que recusar.
— Poxa... mas por que recusaram?
— Gleodônia abrigando os fugitivos da Labris não é uma boa ideia. — respondeu Lucy. — É uma nação bem pequena, Slade poderia facilmente nos encontrar e acabar com a gente, quem sabe até mesmo acabar com Gleodônia no processo. Por isso a gente recusou a oferta do rei e fugimos para lugares bem longe da cidadezinha, tipo esse antigo laboratório aqui.
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Guerra Biológica
Science FictionAxel Wood é um garoto comum vivendo sua vida tranquilamente, quando, de repente, sua vida muda num único dia. Não só sua vida muda, tudo muda. Capturado e transformado numa máquina de guerra, o garoto deve lutar, por propósitos ainda não esclarecido...