Axel encontrou seus pais. Realizou seu objetivo. Mas, nesta breve e rápida manhã, tanta coisa estressante aconteceu, que o rapaz não consegue suportar a mínima surpresa que surgir diante de seus olhos. Não consegue sequer aproveitar o momento e recuperar aquela sensação que tanto pedia de volta.
Embora as luzes do ambiente estejam claras, e os sons estejam silenciosos, e o ar esteja leve e limpo, a cabeça do garoto está muito pesada, barulhenta. Uma pressão enorme recai sobre sua mente, duvidando do que está acontecendo, contestando a realidade estranha.
A mulher, a mãe, se aproxima lentamente com a mão erguida, querendo tocá-lo. — Meu filho, — disse. — você está se sentindo bem?
— N-não sei... — responde Axel com a voz trêmula, ainda segurando a cabeça e o olhar desesperado para baixo. — Tô me sentindo mal.
Axel abre um sorriso, começa a rir baixinho, hiperventilar, em seguida lágrimas começam a encharcar seus olhos e ele começa a soluçar baixo. Axel segura o peito e cai deslizando pela parede até ficar sentado.
O homem, o pai, se aproxima sem fazer movimentos bruscos, se ajoelha na frente do garoto e toca serenamente em sua cabeça. —Tenha calma. — disse.
Axel, aos soluços baixos, olha para cima, em direção ao rosto do pai, e vê que ele está sorrindo, com uma expressão alegre. Axel olha novamente para baixo.
O pai abraça o filho. Axel está em arrepios, ansioso, com o olhar aterrorizado, mas se rende ao abraço do homem e o envolve em seus braços mais forte ainda, chorando.
A mulher se abaixa rápido e abraça o garoto também. Axel está coberto pelos braços daqueles que um dia o abraçaram e prometeram o amar por toda a eternidade. Aquela antiga sensação de proteção ressurgiu naquele momento. Axel sentiu aquele antigo calor confortante mais uma vez.
Os pais não conseguem conter suas emoções, lágrimas percorrem seus olhos e bochechas.
— Vocês... — diz Axel já parando de chorar. — Você é... Maki, não é?
— Sim, meu filho! — responde a mãe em lágrimas.
— E você é... — diz Axel tentando concluir sua fala.
— Adel. — responde o pai.
— Sim! Desculpa por não lembrar o seu nome, pai. — respondeu Axel.
— Está tudo bem, meu garoto. — respondeu Adel enquanto acariciava o cabelo de Axel. — Está tudo melhor agora, não se preocupe!
Maki beija com bastante força e ternura a testa de Axel. — Meu menino, meu filho! Nós nunca... nunca íamos te deixar ir embora das nossas vidas assim!
Adel beija a testa do garoto. — Estou tão feliz por ter te encontrado!
— E-eu... também tô muito feliz, pai! Mas n-nem consigo falar... porque minha voz tá muito tremida, hehe...
Alguns segundos de abraço depois, Axel consegue acalmar sua emoção e todos se soltam e ficam de pé.
— Vou buscar um copo d'água pra você, tá bom? — sugere Adel.
— Ok, papai. — responde Axel e Adel sai da sala.
— Vem, Axel. Pode se sentar aqui. — Maki oferece a cadeira para Axel se sentar.
O garoto senta e solta breves suspiros para acalmar-se do choro. Axel tenta subir seu olhar para os olhos de sua mãe, mas não consegue fazê-lo, pois, devido ao tempo que passou longe e desejando tanto por reencontrá-la, se sente, não assustado, mas tímido, acanhado.
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Guerra Biológica
Science FictionAxel Wood é um garoto comum vivendo sua vida tranquilamente, quando, de repente, sua vida muda num único dia. Não só sua vida muda, tudo muda. Capturado e transformado numa máquina de guerra, o garoto deve lutar, por propósitos ainda não esclarecido...