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— Você devia ter me matado quando teve a chance, sua piranha.- Rosna em palavras, atrás das grades, vendo sete silhuetas femininas a observarem.
Os olhares entrestecidos e deprimentes se tornavam presentes no calabouço, encarando aquela que juraram dar suas vidas para proteger. Aurora via em suas íris o breu da escuridão sem fim, que as tornavam quem são hoje.
— Foi para o seu próprio bem, Alteza.- A mulher no centro disse, com as mãos atrás das costas e usando seu sobretudo preto, de couro.— Fiz o que era certo.
— Não, não fez!- Agarrou as barras de ferro da cela com brutalidade, enquanto as correntes que estavam em seus pulsos se chocavam contra o material.— Eu juro que te mato quando tiver a chance!- Exclama, irritada.
— Não me subestime, Princesa!- Devolveu na mesma altura, mostrando uma expressão semelhante da garota de cabelos castanhos-cinzentos.
Ficou calada, apenas tentando ler os pensamentos da sua ex-guardiã. Porém, era impossível.
Aurora já não exercia o menor poder sobre a líder do seu esquadrão.
— Você nos desonrou, Princesa. Queríamos te ajudar, mas recusou. Olha onde veio parar.- Disse, com a voz calma.— Juramos dar nossas vidas para te proteger, mas somos a Guarda Elite do Clã. Mesmo que tente dar ordens, não lhe obedecemos mais, pois seu pai tirou-lhe o título de herdeira do trono e de Princesa.
— Eu pensei que vocês estariam do meu lado, mas percebi que nunca abandonariam suas vidas de horror e trevas pelo bem do mundo.- A raiva nítida em seus olhos, a força que colocava nas mãos, tudo deduzia o quanto de ódio estava sentindo naquele momento.— Vocês são só peões pro meu pai. Ele nunca se importou comigo, e todas viram isso diante de seus olhos, mas nunca ligaram pois não queriam retribuir tudo que fiz por vocês.
— Não é-!- Aurora pegou a garota pelo colarinho do sobretudo, aproximando seus rostos o suficiente para entenderem seus olhares.
— Sempre foi assim, Soberba! Você sempre dizia que tudo ficaria bem toda vez que meu pai me trancava aqui, neste mesmo calabouço, nesta mesma cela a cada tentativa de fuga minha!- Queria mata-la, destruir sua vida, partir seu corpo em pedacinhos. Mas era impossível.
Aurora não queria se igualar ao seu pai.
— Você e todo mundo não sabe o fardo que tive que carregar por toda a minha vida! Não sabe como é ser filha de um monstro impiedoso, de um homem que nunca sequer lhe amou como um pai deveria amar sua filha!- Agarrava ainda mais a vestimenta da Demônio.— Você não sabe como é ser privada de tudo, de viver sua vida como bem entender!
— Chega!- Uma garota de cabelos loiros as separou, empurrando o corpo da tal Soberba para longe das grades.— Escute, Aurora. Você está pagando pelos seus crimes. Se unir ao Clã dos Arcanjos e ir contra seu Clã é um crime terrível, mas o que você fez após isso é imperdoável!
— Foda-se o que vocês acham! Esse Clã vai desmoronar um por um, e eu vou amar ver isso! Os Demônios vão ser extintos, e então, o mundo terá paz!- Gritava.— Todos vocês vão morrer, seus merdas!
Aurora enlouqueceu.
Ela já não era mais a mesma.
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❝ ᴛʜᴇ sᴇᴠᴇɴ ɴᴀᴛɪᴏɴs + ᴋᴛʜ ❞
Фэнтези|| CONCLUÍDA || || REVISÃO || Ato I ❝ Durantes muitos anos, o mundo foi divido entre Clãs, e os mais poderosos governavam o país com vigor e temor. Quem acabasse desobedecendo a ordem dos sete líderes, se tornaria traidor de sua pátria e seria sent...