3. ALBA SANGRENTA

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A Capital, momentos antes da invasão.

Vários competidores já haviam passado pelos Jogos Elficos naquele dia. Winterhood somava seis vitórias, sendo duas na categoria tiro com arco, uma em arremesso de dardo para iniciantes, duas em magia elemental nível avançado e uma em defesa contra feitiços humanos. As expectativas sobre a excelência dos feitos da Capital eram maiores, não tivesse Aldon sido massacrado na primeira rodada e Estel juntamente com o restante do grupo simplesmente sumido sem deixar rastros.

Já se aproximava do fim da tarde quando a narradora tomou o microfone falando efusiva como sempre:

Que dia magnífico tivemos hoje nesta arena, não é mesmo, meus amores?! Muitas vitórias incríveis! Parabéns a todos que se prepararam para mais um clássico da nossa primavera!

Os tambores rufaram e fogos coloridos, com os mais diversos formatos, cruzaram o céu fazendo a alegria de todo o povo. Os músicos do reino puseram-se a tocar uma melodia de agradecimento e respeito enquanto o rei Agnos levantou-se e tomou posição ao centro do mezanino real dizendo:

Caro povo de Winterhood, Azurite, Ocre e demais povos amigos que estiveram conosco nestes dias festivos... é com grande alegria que venho agradecer vossas presenças e empenho de vossos competidores em mais uma edição dos nossos Jogos. Estes são dias de celebração! Celebração pela vida, pelo conhecimento, pela arte... pelo bem.

A multidão pôs-se em pé ovacionando o rei enquanto este falava. Todos tinham grande respeito e admiração por Agnos e Melliel.

Amanhã será o último dia dos Jogos Elficos da Floresta e desejo que todos possam estar aqui para prestigiarmos quão grande e belo espetáculo temos preparado para vocês — declarou Agnos repleto de alegria na voz e em seu coração.

Ééééééééé isso, minha gente! Falou o maior rei de todo o Norte! Muito obrigada pela presença de vocês e...

O som das trombetas ecoou no alto do pórtico de entrada da Capital, interrompendo a fala da narradora e deixando todos nos domínios da cidade aflitos enquanto um grande tumulto começou a se formar na arena.

Mas... o que está acontecendo? Acalmem-se, por favor! Cuidado com as crianças — pediu a narradora igualmente desesperada, mas tentando passar calma à multidão.

Em uma onda maior e mais cadenciada que a anterior, soaram novamente os instrumentos convocando as tropas reais.

Inimigos à vista! Aproximando-se rapidamente pela entrada auxiliar norte da Capital! Já estão entre as montanhas, meu senhor — gritaram os guardas reais de cima das cidadelas.

Conseguem mensurar em quantos estão? — perguntou Agnos aflito.

Seguramente uma divisão em torno de oito mil homens, meu rei.

Oito mil homens... malditos! Preparem as armas externas! Guardas, abriguem todos àqueles que não sabem lutar! Homens e mulheres que dominem qualquer tipo de combate, magia ou armas, apresentem-se ao guerreiro mais próximo de você e receba suas instruções — ordenou Agnos em forte e firme voz. — Hoje A Capital não sucumbirá ante a ira humana — bradou.

Dito isto, Agnos juntou-se à fronte da guarda juntamente com seus comandantes para deliberar rápida e objetivamente sobre as estratégias de defesa.

Nas ruas, a correria ainda imperava juntamente ao desespero em encontrar um abrigo. Entretanto, os guardas cuidavam em direcionar todos para o melhor lugar possível. Aqueles que sabiam lutar, manusear alguma arma ou mesmo dominar algum tipo de magia, eram encaminhados à supervisão de um guerreiro mais experiente.

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