. Estou em um hospital, uma das poucas construções que ainda se mantêm de pé depois do ataque, acho que um policial me trouxe pra cá, não sei...não prestei atenção, eu....não prestava atenção em nada, eu sabia que o hospital estava lotado, feridos para todos os lados, eu estava suja e com os cabelos embaraçados, também tinha alguns cortes mas.... eu não me importava, nada importava.
- Minha culpa...minha culpa...minha culpa... - eu murmurava repetidas vezes para mim mesma - minha culpa...
- Ei garota, venha, vamos tratar seus ferimentos - acho que era uma enfermeira, mas a voz dela parecia abafada, eu tinha um olhar vazio encarando a parede - sei que dói, mas você precisa ser forte, precisa resistir querida - ela diz segurando em meu rosto, ela tinha uma pele morena e cabelos castanhos cacheados, ela tinha uma face gentil e me olhava preocupada.
- Minha culpa...minha culpa... - eu só conseguia repetir isso.
- Não foi culpa sua, não foi culpa de ninguém a não ser daqueles alienígenas que nos atacaram - ela tenta me confortar enquanto desinfeta alguns machucados, doía como o inferno, mas eu não expressava nenhuma reação, doía mais saber que meu pai não estaria mais aqui.
. Alguém que não me dou ao trabalho de saber quem é se aproxima de nós e se agacha na minha frente.
- Oi, sei que você está em um momento difícil, mas eu preciso de algumas informações para achar os seus parentes, você pode me falar? - ele pergunta gentilmente.
. O olho, um policial, eu aceno lentamente com a cabeça, a moça tinha razão, eu tinha que ser forte, ainda tenho que encontrar minha mãe, ele me faz algumas perguntas e eu as respondo da maneira que consigo, ele termina e me agradece saindo dali.
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. Ainda de olhos fechados sinto uma mão gentil em minha cabeça afagando meus fios louros, sinto que estou deitada em algo extremamente macio, abro lentamente meus olhos encontrando um par de olhos cor de mel gentis emoldurados por belos fios dourados cacheados semelhantes aos meus, aquela mulher, é ela de novo.
- Bom dia querida - ela diz com um sorriso doce no rosto - deve estar cansada, afinal, usou muita energia - não consigo responde-la, meu corpo está exausto, minhas pálpebras pesam e este afago gentil em meus cabelos me induz a dormir, eu queria fazer perguntas, perguntar quem era ela, porque estava aqui, queria exigir repostas para cada uma de minhas perguntas, mas não conseguia, estava mentalmente cansada - Descanse querida, estarei aqui quando acordar, sempre estarei aqui, como sempre estive...
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. Acordo com alguém me chamando, a pessoa me balançava gentilmente, abro meus olhos e vejo a mesma enfermeira de antes me balançando suavemente e chamando meu nome.
- Querida, acorde, parece que acharam sua mãe - acordo completamente com essas palavras, minha mãe - calminha querida, venha comigo, vou te levar até ela - ela diz levantando. Me levanto e a sigo pelos corredores ainda lotados do hospital.
" Mãe, espero que esteja bem, por favor esteja bem, por favor esteja bem..."
. Eu implorava internamente ao universo para que minha mãe esteja bem, eu rezava para seja lá qual fosse o Deus existente para que ela estivesse bem. Seguimos pelos corredores até que paramos em frente a uma porta, entramos no quarto e tinham pelo menos umas seis macas, todas ocupadas, eu odeio esse ambiente, esse cheiro de hospital me da enjoo, essas paredes brancas ofuscam meus olhos e me dão dor de cabeça, estou visivelmente desconfortável até que ouço uma voz que eu conheço muito bem me chamando.
- Minha luz? - chama com dificuldade, olho para o lado de que a voz vem e vejo minha mãe.
- Mamãe! - chamo desesperada já com as lágrimas molhando mais uma vez meu rosto.
. Corro em direção à maca em que ela está e seguro sua mão esquerda, ela estava deitada com a testa enfaixada e um pouco suja, ela estava pálida e seus lábios também, seguro sua mão firmemente e a encosto em minha boca a beijando, percebo que suas mãos estão mais frias, diferentes das mãos suaves e quentes que costumam afagar minhas bochechas. Dou mais uma boa olhada nela, sua expressão é de dor, tristeza, angustia, seus olhos que normalmente brilham intensamente com ternura, estão agora opacos e com uma intensa tristeza, não, isso não pode acontecer, olho para a enfermeira que esta com uma expressão de pena, não, não, não, não, isso não.
- Não, não, não, por favor mãe, não, não - eu implorava enquanto cada vez mais lágrimas irrompiam dos meus olhos - não me deixa, por favor, você também não, não, não... - ela coloca delicadamente a mão em minha bochecha direita, vejo uma lágrima escapar de seus olhos.
- Me perdoe...por não continuar aqui - ela falava com dificuldade e eu só sabia implorar para que ela não me deixasse - eu tenho...que te contar....você é diferente.... e sabe disso - eu chorava rios de lágrimas - eu percebi que...você mudou....vejo uma luz diferente.....em você - ela falava entre pausas para respirar - Você é parecida com ele.....seu pai....não o David...seu verdadeiro pai - eu fiquei estática, eu não sou filha do meu pai, eu chorava por tantos sentimentos, tristeza, angustia, preocupação, confusão - Me.....desculpe....eu tenho - o pouco brilho que havia em seus olhos começa a se apagar cada vez mais, fico desesperada, eu ia gritar por ajuda mas o olhar da enfermeira para mim já dizia tudo - eu tenho muito.....orgulho de você....minha luz - e o brilho desapareceu.
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. De uma coisa se tem certeza, todos naquele hospital escutaram, o grito de desespero, dor, tristeza, angustia e confusão que aquela garota de apenas treze anos deu ao perder toda a sua família no mesmo dia e descobrir que seu pai não era aquele que recebeu esse título durante todos esses anos.
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Olha quem voltou! Eu mesma! Desculpa ficar tanto tempo sem postar, amo muito vcs e AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA CHEGAMOS A 1,4K DE LEITURAS! Eu tava lendo uma fanfic pra relaxar ai eu entrei nas minhas pra ver como é que tava e eu fiquei pasma quando vi! Quero agradecer a todos vocês que leram a fanfic, por darem essa oportunidade para a minha história!
Enfim, bjs e abraços para todos! Comentem e favoritem, isso me motiva a escrever!
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A filha do Trovão
Fanfiction--> História de minha autoria assim como alguns dos personagens --> Farei a história na ordem cronológica dos filmes ( Eu acho) --> vou mudar e acrescentar algumas coisas Lira é uma garota de 13 anos que descobre um segredo da pior forma...