dangerous woman • concluída

chapter nineteen

Jade Thirlwall

- Chegamos. - disse, seguido de um suspiro, soltei as mãos do volante repousando- as sobre minhas pernas, e olhei para Perrie.

Ela estava pálida, quieta, parecendo estar longe demais de mim, apesar de estar de corpo presente do meu lado. Mas apesar de odiar todo aquele silêncio que nos rondava, odiar ve- la com o semblante triste, preocupada, eu não podia julgar, era o seu filho. Mamãe sempre diz que não existe no mundo amor maior do que o de uma mãe para o seu filho, então eu, apesar não saber ainda, imagino o quão grande seja a preocupação de Perrie.

- Minha mãe vai querer subir. - olhei pela janela e vi o carro dos meus pais parados bem atrás do meu.

O que era para acabar aqui, vai se complicar aqui.

- Sammy vai estranhar todas essas pessoas, toda essa história... Eu não quero envolver meu filho. - Perrie disse olhar para mim, vasculhando sua bolsa a procura de algo. Logo ela pegou as chaves que deveriam ser de seu apartamento. - Desculpe, mas eu não posso envolver meu Sammy nessa enorme bagunça. - ela me olhou.

Seus olhos me transmitiam a preocupação que ela demonstrava estar sentindo, junto a um semblante triste. Não disse nada, apenas balancei a cabeça concordando com ela e toquei em seu rosto, fazendo carinho em sua bochecha.

- Eu posso? - perguntei receosa, Perrie me olhou confusa. - Posso subir e ver como Sammy está? - reformulei minha pergunta, Perrie balançou a cabeça afirmando, sorrindo pouco.

- Vou subir. Diga aos seus pais que ele está bem, dê um jeito de dispensar eles, mas seja gentil. Por favor. - ela pediu. - E me entenda, não posso fazer isso com ele.

- Não precisa se preocupar com isso. Eles vão entender, precisam. Mas eu vou subir, afinal eu sou a amiga da mamãe. - disse, Perrie sorriu. - Vai lá.

Perrie saiu do carro apressada, destrancou a porta do prédio simples, porém charmoso, aonde morava e logo sumiu do meu campo de visão, me deixando apenas com o seu cheiro no carro, e as memórias dos dias incríveis que tivemos, e principalmente o medo de que tudo viesse a ruir agora que voltamos para o mundo real, para a dura vida que levamos.

Respirei fundo, agora não é hora para pensar nisso. Eu sinto que tudo o que tivemos, as palavras que dissemos uma para a outra não foram inventadas, foi tudo, cada detalhe, tudo real. Afastei todas aquelas paranóias da minha cabeça e tentei focar no que importava realmente, o presente. Mandei uma mensagem para a minha mãe dizendo que Samuel estava bem e que ainda é muito cedo para envolver o menino em nosso meio, e apesar de toda sua impaciência e amor por crianças, mamãe pareceu me entender e apenas concordou comigo.

Não demorou muito para que eu pudesse ver o carro do meu pai se afastar aos poucos, logo virando a esquina e sumindo.

Agora era a minha vez. Antes de sair do carro mandei uma mensagem para Perrie, pedindo para que ela abrisse a porta para mim, e então sai. Ela me deixou esperando por poucos minutos na porta antes de aparecer mais uma vez para mim. O tom rosado havia voltado para suas bochechas, ela tinha um brilho em seus olhos agora, e um sorriso aliviado, já nem estava com as mesmas roupas mais, ela e o menino em seus braços, que sem sombra de dúvidas era Sammy, estavam usando pijamas que combinavam.

- Olá, Sammy. - acariciei as costas do garoto, que estava com a cabeça deitada sobre o ombro da mãe, agarrado a ela com seus bracinhos finos e pálidos. - Eu sou a tia Jeed. - continuei falando, mas ele não me olhou. - Fiquei preocupada com você também. Se importa em me contar como foi o seu fim de semana, e o que você tinha?

Sammy levantou a cabeça devagar, me bombardeando com a sua beleza. Ele é tão lindo quanto sua mãe, e olha que eu não imaginei que isso fosse se quer possível. Sammy tem seus traços, cheios de delicadeza parecendo que foi esculpido a mãos. Seus olhos pairaram sobre mim com curiosidade, ele levou o dedo indicador até a boca a pareceu pensar se iria ou não me responder enquanto me observava.