chapter four

979 101 54
                                    

Perrie Edwards






- Por que eu não posso ir com você mãe? - Samuel perguntou, saltitante enquanto caminhavamos até sua escola.

Olhei para baixo e vi o pequeno me encarar com sua cara de curiosidade e grande olhos castanhos, esperando por uma resposta minha. Pensando em algo convincente para dizer a ele, eu me calei por alguns minutos, atravessamos a rua devagar, sem muita pressa, não estávamos atrasados, e eu estava um pouco nervosa para o encontro marcado com Seth e sua irmã. Espero que agora ela esteja melhor.

- Mamãe. - Samuel me chamou mais uma vez, puxando minha mão. Olhei para o garotinho loiro e só então me lembrei do seu pedido.

- Por que a mamãe vai resolver coisas de adulto, Sammy. - respondi, ele murmurou um "Ahh" e se calou. - Quer que a mamãe traga donuts pra você?

Sammy que estava um tanto tristonho por ter seu pedido negado sorriu mostrando seus adoráveis dentes de leite. Meu coração acelerou. Esse pequeno garoto me fazia morrer de amores por ele todos os dia, e por ele, apenas por ele eu sou capaz de aguentar tudo. Caminhamos em silêncio até sua escola e me despedir de Seth com um abraço, recebendo em troca um "Eu te amo mamãe."

Quando Seth me ligou, confesso que, apesar da nossa amizade, se é que eu posso chamar assim, eu me surpreendi, tanto que ele teve que me ligar por cerca de umas quatro vezes para que eu finalmente o atendesse. Fiquei por minutos encarando o telefone até que a chamada fosse para a caixa postal. Na minha cabeça só vinha o questionamento do por que Seth estava me ligando, e eu cheguei até a pensar que fosse algum problema com Becky, afinal, ele e sua irmã tem sérias dificuldades em se relacionar com as pessoas.

Na ligação ele me disse que uma solução para o meu problema, então, naquele momento eu me lembrei de uma conversa que tivemos aonde eu contei um pouco da minha vida para ele, e um pouco, ou melhor, todos os problemas que eu tinha desde que meu marido foi embora e me deixou com dividas e um filho pequeno, sem remorso algum, sem deixar uma carta ou se despedir. Quando me levantei pela manhã para preparar seu café da manhã ele já não estava em casa, no trabalho ou em lugar algum que fosse. Nem mesmo sua família sabe sobre ele.

Um emprego não estava sendo o suficiente para pagar as contas, sustentar a mim e ao meu filho e ainda pagar as dividas que meu marido me deixou. Charles apostou até mesmo a nossa casa por causa do seu vício em jogo. Nós ficamos sem nada, do dia para a noite eu me vi sozinha, sem casa, endividada e com um filho pequeno para criar, a boate foi o jeito mais rápido que eu vi para ganhar dinheiro.

Hoje um ano depois eu consegui, na nedida do possível, me reerguer. Aluguei um apartamento pequeno, com um preço razoável, ainda tenho um emprego diurno, numa loja de artigos esportivos, que é de onde eu tiro dinheiro para sustentar a mim e Samuel, e durante a noite na boate eu tiro grande parte do dinheiro que uso para pagar a dívida imensa que Charles me deixou, caso o contrário eu e meu filho não teremos segurança alguma, e isso é o que mais me preocupa.

Já que se a dívida não for pagar nossa vida está em risco. Charles se envolveu com pessoas perigosas e nem se quer me avisou, eu tive que ter dois homens desconhecidos na minha sala me ameaçando para que eu pudesse ter consciência do que estava acontecendo.

Depois de alguns minutos de caminhada, com a minha cabeça um turbilhão de pensamentos, morrendo de curiosidade para saber como Seth pretende me ajudar eu finalmente cheguei até a cafeteira que tínhamos marcado, um lugar mais fino, só pela fachada eu já pude notar isso. Pelo visto, Seth tem mais dinheiro do que aparenta ter, mas convenhamos, jeans rasgado, camisetas que parecem estar sempre em farrapos e aquele cabelo dele que, parece que há muito tempo não vê uma tesoura, não ajuda muito a termos uma boa imagem sobre Seth.

dangerous woman • concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora