chapter eleven

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Perrie Edwards



Meu corpo estava moído, parecia que um trator havia passado por cima de mim umas dez vezes por cima de mim. Eu nunca havia sentido tanto desespero em toda a minha vida como eu senti quando Dorothy corria assustada por aquele campo, comigo desesperada em cima dela sem ter a menor idéia de como para- la. Tudo o que eu podia ouvir eram os gritos de Jade por mim, e eu só conseguia gritar por ela.

Não me lembro bem o que aconteceu quando eu caí, foi tudo um pouco confuso, e em questão de minutos Seth me pegou no colo e trouxe para casa e agora Maggie, a noiva de Adellyn, estava me examinando no quarto, com Jade ao meu lado, prestando atenção em tudo e parecendo realmente preocupada comigo. Por um momento em senti algo diferente dentro de mim, algo que gostava de ter a preocupação de Jade toda sobre mim, já que ela só conseguia pensar em sua ex noiva.

A estúpida Adelyn.

- Você está bem Perrie, pelo menos pelo que eu pude ver. Não quebrou nada, está sem muitas dores a não ser aquelas causadas pela queda, o que é natural, mas eu te aconselho a ir ao médico e fazer um exame mais detalhado se sentir mais dores. Já pedi pra Norma trazer alguns remédios pra dor. - Maggie disse, ela podia parecer fria ao lado de Adelyn, mas era bem atenciosa.

Jade a olhava de canto, com um pouco de raiva e sempre que ela se aproximava Jade chegava mais perto de mim, acariciando e demonstrando carinho de alguma forma. Isso tudo seria medo de perder a namorada falsa? Que boba.

- Claro. - disse.

- Qualquer coisa me procure. Eu vou descer. - disse, colocou as mãos no bolso de trás da calça e olhou para nós duas um pouco sem graça. - Qualquer coisa eu estou a disposição de vocês. Maggie saiu do quarto e fechou a porta.

Jade deitou ao meu lado e ficou me olhando, me deixando um pouco constrangida.

- Estraguei o nosso passeio, desculpa. - disse baixo. Jade negou com a cabeça e afastou alguns fios de cabelo do meu rosto.

- Você não estragou nada. - ela disse. - Fiquei preocupada com você.

Mesmo com um pouco de dor no corpo me mexi devagar para deitar de lado, olhando para ela.

- Estraguei sim, sua mãe disse que íamos jantar num restaurante super legal, que ela queria me mostrar várias coisas... - fiz uma pausa observando o sorriso que se formava no rosto de Jade. Ela parecia ter gostado do fato de eu ter sido aprovada por toda a sua família. - acredita que já estava falando sobre noivado e essas coisas?

- Acredito. - ela parecia querer chegar mais perto de mim, mas se manteve parada aonde estava. - Mamãe é um pouco apressada.

Isso eu também havia notado, Norma não parava de fazer planos por nós. Definitivamente seria complicado ter que "terminar" tudo da noite para o dia. Eles eram pessoas tão amáveis, que eu me sentia a pior pessoa do mundo por mentir desse jeito para eles. Fingir ser a namorada de Jade não era difícil, difícil era ter que mentir para pessoas tão incríveis assim, e tenho certeza que ela se sente da mesma maneira que eu, ou não, afinal Adelyn parece bem incomodada conosco.

Na noite passada quando Jade acabou elogiando meu perfume, e ficando um pouco mais perto de mim, o que, eu sou obrigada a admitir, fizeram meu coração dar pequenos pulos dentro do peito, Adelyn nos encarava pelo canto dos olhos, parecendo estar incomodada com a nossa intimidade, o que eu não entendia, já que foi ela que deixou Jade, ela tinha trocado Jade por Maggie. Mas agora Jade deveria estar feliz, já que estava conseguindo a atenção desejada.

- Iria ser como um encontro. - eu disse baixo, Jade me olhava com atenção. - Aqueles de filme bem romântico.

- E você queria ir? - ela perguntou.

- Ah... - murmurei, eu estava um pouco envergonhada, meu rosto estava queimando. Eu e minha boca grande. - É que eu nunca tinha ido em um jantar desses, romântico sabe. Eu casei muito cedo, o romantismo ficou um pouco de lado.

- Nadinha? - perguntou comprimindo as sombrancelhas, sentando na cama. - Um jantar a luz de velas, um passeio a luz da lua, beijos na chuva, aquela emoção e frio na barriga... Escrever as iniciais dos nomes em árvores?

- Eu acho que você viveu sua adolescência em um filme da Disney, Jade. - disse, fazendo ela rir.

- Ah, eu fiz as iniciais dos nossos nomes em árvores, nós já fizemos pique nique no jardim da nossa casa, íamos a sorveterias e tomávamos o mesmo milkshake com um canudo de cada lado... Essas coisas de adolescentes. - ela disse, dando de ombros no fim. - Parecia ser legal quando tínhamos quinze.

- Eu pulei direto para a parte dos amassos e tive o Sammy. - disse.

Jade ficou em silêncio, um pouco pensativa, como se quisesse arrumar uma solução para o fato de eu não ter tido responsabilidade para aproveitar a minha adolescência como uma adolescente normal. Então, depois de alguns minutos com nós duas nos encarando Jade se levantou da cama num pulo e calçou seus chinelos, sorrindo travessa como Seth quando tinha uma idéia "genial". Eu estava assustada.

- Pois então namorada, coloque o seu vestido mais bonito que nós vamos ter uma noite romântica. - Jade andou apressada até a porta e abriu- a.

- Você não precisa. - me sentei na cama com dificuldade, me apressando para dizer antes que ela saísse. - Sério, seus pais nem vão estar por perto para ver, ou Ade...

- Chega de falar sobre a Adelyn. - Jade me interrompeu e eu me surpreendi com sua fala. Ela revirou os olhos parecendo estar cansada de falar sobre Adelyn. - Eu quero fazer isso, você não quer?

Eu queria dizer que sim, eu queria fazer aquilo e meu coração estava estranhamente acelerado, mas eu não podia. Era eu quem estava ali para ajudar, eu é quem deveria fazer a família de Jade pensar que nos amamos como nunca, sua noiva é passado e a amizade da família pode voltar ao normal e não Jade, ela não é obrigada a fazer nada por mim. Mas no fundo, e nem tão no fundo assim eu queria aquilo, queria um jantar romântico com ela, um que fosse de verdade.

- Seu silêncio diz tudo. - disse, sorrindo pequeno, daquele jeito maroto que só aqueles irmãos tinham e saiu do quarto.

- Meu Deus. - levei a mão até o peito, sentindo meu coração acelerado. Fechei os olhos com força odiando aquilo. - Perrie, Jade jamais iria se interessar por alguém como você, portanto, nem pense nisso. - disse a mim mesma. Eu precisava acreditar naquilo mais do que tudo, caso contrário no fim da tarde de domingo quando ela me deixasse em casa e eu me desse conta da merda que fiz, quem sofreria seria eu.











dangerous woman • concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora