chapter seventeen

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Perrie Edwards




Jade estava de costas para mim, arrumando o cabelo na frente do espelho, e eu podia ver ela sorrindo para mim no reflexo. Sorri de volta para ela e me abaixei para calçar meus sapatos. Norma havia decidido fazer um jantar para resolvermos as coisas, e eu iria pedir desculpas a ela pela atitude infantil que tive essa manhã. Aquela não sou eu, mas Adelyn me tira do sério, ela consegue acabar com a minha paz, calma e sanidade.

— Estou aqui pensando... — Jade começou a falar parando de lado na frente do espelho para ver como tinha ficado no vestido, e eu podia responder. Ela estava linda.

Seu vestido era vermelho de alças finas, justo em seu corpo e curto na medida certa, deixando as belas pernas a mostra. Nós mal tínhamos saído do quarto e eu já estou com vontade de arrancar aquele vestido e transar com ela de novo.

— será que alguém nos ouviu? — ela arrumou o cabelo sobre os ombros.

— Acho que não. — me levantei e caminhei até ela. Eu já estava usando saia jeans e uma blusa preta de gola alta e saltos, tudo do mais fácil para ela poder tirar. — Por mim eu não saia desse quarto. — acariciei seu rosto e Jade sorriu, se aproximou mais de mim e me deu selinho.

— Talvez Seth, ele veio nos chamar pra comer. — Jade disse. Dei se ombros.

— Vamos descer?

— Vamos. — Jade me beijou mais uma vez.

Assim que saímos do quarto demos de cara com Seth no corredor, ele estava parado com os braços cruzados e um sorrisinho como seu soubesse o que passamos a tarde toda fazendo. Senti meu rosto esquentar naquele momento, como uma adolescência pega pelos pais.

— O que foi Seth? — Jade perguntou, ela tinha bem mais facilidade para lidar com o cinismo do irmão do que eu.

— Estava esperando minha cunhada e minha irmã, preciso contar as novidades, ou não posso? — perguntou com deboche.

— Claro que pode. — afirmou Jade enquanto caminhavamos em direção a escada.

— Eu estava passando pelo corredor essa tarde e além do som evidente de sexo que vinha do quarto de vocês... — eu deveria estar vermelha como um tomate, e Jade não se importou com a fala do irmão, afinal, como eu disse, ela já estava acostumada com coisas assim vindas de Seth. — Eu ouvi uma discussão de Adelyn e Maggie. — Jade parou de andar e encarou o irmão, me levando a fazer a mesma coisa. — Agora está interessada não é sua fofoqueira?

— Fale logo, temos que descer e bancar pessoas civilizadas. — Jade balançou as mãos. Ela parecia estar me escondendo algo.

Mas qual é Perrie, vocês transaram uma vez, isso não significa que ela tem que te contar tudo.

— Ela dizia algo sobre estar confusa, sobre não ter certeza se fez a coisa certa e...

— Meninos! — Norma gritou do meio da escadas e todos nós olhamos para ela. — Vamos jantar, eu fiz um prato maravilhoso. — sorriu, aquele sorriso amoroso que só Norma tinha.

Jade havia ficado mais séria depois do pouco que Seth teve tempo de contar, e aquilo só me intrigou mais, porém, ela não tinha a obrigação de me contar nada, por esse motivo eu desci na frente e deixei os dois para trás, se fosse relevante ela mesmo me falaria. Quando me aproximei Norma sorriu para mim, aquele sorriso amoroso que só ela tinha, que aquecia nossos corações, ela segurou minhas bochechas e beijou meu rosto.

— Está mais calma querida? — perguntou.

— Estou, inclusive queria me desculpar pelo que eu fiz essa tarde. Não foi educado e eu fui tão imatura. — disse, ela balançou a cabeça negando, compreensiva como sempre parecia ser.

— Querida, não se desculpe por nada. Somos uma família agora, e esse tipo de acontece. — aproximou o rosto do meu ouvido. — E Adelyn estava provocando, eu notei.  — deu tapinhas em meu ombro. — Vamos jantar.

Acompanhada de Norma enquanto Seth e Jade ainda conversavam eu fui até a sala, podendo ver todos presentes, juntos no sofá, bebendo e conversando até que Norma terminasse de pôr a mesa do jantar. E pela expressão facial de cada um ali, eles já estavam bem mais calmos. Quando chegamos a cozinha um cheiro bom tomou conta do lugar, fazendo meu estômago roncar de fome.

Norma tinha feito panquecas, e elas estavam tão cheirosas e pareciam bem saborosas também. Adelyn estava terminando e montar a salada e Norma me pediu para levar os copos para a mesa, era só o que faltava que pudéssemos jantar.

— Vou levar o arroz para a mesa querida, você e Adellyn cuidem do resto e não se matem. — disse, pegou a travessa de vidro cheia de arroz branquinho e cheiroso saindo em seguida.

Comecei a abrir os armários para procurar os copos, eu não conheço direito essa casa, muito menos a cozinha, então era provável que eu demorasse uns minutos para acha- los, mas era claro que Adelyn com seu coração bondoso iria me ajudar.

— No armário perto da pia. — ela disse. Olhei para ela por cima ombros.

— Acho que fui grossa com você essa manhã... — ela começou a dizer mas eu a interrompi.

— Está sendo desde que eu cheguei aqui.

— Sei, mas tenta entender o meu lado. — colocou as cenouras na travessa e foi até a pia lavar as mãos. Me virei para encara- la. — Você está com alguém desde muito nova, fez planos, imaginou um futuro, mas no meio do caminho as coisas mudaram, sua cabeça, você amadureceu, e achou que era hora de ter novas experiências...

— Concordo com você, comecei a me relacionar cedo também, e apesar dos pesares eu nunca traíria, por mais que eu tivesse sentindo vontade de tudo isso que você me disse. — e isso era real, mas a minha história era diferente, eu tinha Sammy, não tinha terminado os estudos e me tornei dependente de Charles, aonde é que eu poderia chegar dessa forma, sozinha? — Você foi dura, você magoou demais ela. Quando eu a conheci ela estava tão triste, sozinha, não é nem de perto a mulher que é hoje. — cruzei os braços. — O que quer com isso agora?

— Dizer pra você não se meter numa história que não te pertence. — disse, voltando a ser rude como era do seu habitual.  — Eu ainda amo a Jade.

Naquele momento eu senti algo estranho dentro de mim, algo parecido com o medo, medo de perder alguém importante, medo de alguém que eu estava começando a ter sentimentos bons depois de tanto tempo sem me sentir amada pelo que eu sou. Eu sei que amor é uma palavra forte demais, e que nem eu sinto isso ainda, mas é como se fosse assim. Jade parece me querer perto como ninguém, me faz bem, me arranca sorrisos, é cuidadosa e amorosa, então é assim que ela me faz sentir.

— Poxa que pena. — lamentei com deboche e um sorrisinho em meu rosto. Eu estava convivendo muito com Seth. — Ela está comigo agora.

— Vamos ver por quanto tempo. Você não sabe como nós éramos, não sabe o que eu significo pra ela. Pergunte a ela o que me disse na cozinha hoje cedo enquanto você estava no quarto. — meu sorriso morreu. — E então você vai ver quem ela ainda ama.

Após dizer isso Adelyn saiu da cozinha rebolando exageradamente enquanto carregava a travessa com saladas que ela tinha feito, me deixando ali com raiva, querendo ir para aquela sala agora e tirar satisfações com Jade, mas que direito eu tenho disso, em? Nenhum, Adelyn foi o amor de verdade e eu sou a de mentira.
















dangerous woman • concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora