chapter five

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Perrie Edwards





Eu estava em casa terminando de lavar a louça do café da manhã enquanto pensava no que tinha acontecido comigo, na sorte que eu tive. Durante um ano eu cheguei a pensar que não conseguiria, que tudo o que eu tinha seria tirado de mim, e no perigo constante que eu e Sammy vivíamos, mas agora, agora não, de um dia para o outro eu fiz uma amizade, amizade essa a qual eu não esperava absolutamente nada e Seth foi minha salvação, a minha pontinha de esperança.

Ele foi verdadeiro em suas palavras, e cumpriu a promessa que fez sem que eu lhe pedisse nada, a promessa de me ajudar, e eu estava tão grata e emocionada que poderia a qualquer momento cair em lágrimas e não parar tão cedo. Na tarde daquele mesmo dia, quando fui olhar a minha conta bancária que tinha pouco dinheiro, o que eu guardava para emergências, estava ali, o dinheiro que faltava para que eu pudesse me livrar de uma vez por todas com a dívida de Charles.

Eu nunca estive tão grata em minha vida.

- Mamãe! - ouvi Sammy me chamar. Lavei as mãos apenas para tirar o sabão e as sequei no avental, me dirigindo a sala.

Sammy estava sentado no sofá, com um pote cheio de uvas verdinhas sobre as pernas vendo seu desenho favorito. Seus cachinhos loiros bagunçados e os olhos castanhos, grandes a minha espera, e como de costume ele me recebeu com um sorriso lindo e suas covinhas fofas se formaram nas bochechas.

- Sim querido. - me sentei ao seu lado.

- Tia Lee disse que você vai viajar, e eu vou ficar aqui com ela. - ele disse, balancei a cabeça afirmando.

Leigh-Anne é a única pessoa nesse mundo que eu confio para ficar com o meu filho, e minha melhor amiga que me ajuda sempre que eu preciso, por isso ela foi a única pessoa em quem pensei para ficar com ele durante essa semana que eu estarei fora. Hoje mesmo Jade vem me buscar, nós duas vamos juntas em seu carro e Seth com Becky.

Na ligação ela não parecia tão avontade ainda, estava um pouco constrangida, talvez magoada, e eu juro que entendia sua dor, afinal, para ter um pouco paz e poder superar o que estava sentindo ela tinha pagar alguém para ser sua namorada. Isso parecia um pouco humilhante, apesar de me ajudar muito, mas talvez ela pensasse dessa forma.

- Isso bebê, ela vai. - afirmei, Samuel deitou a cabeça no meu colo.

- Você vai voltar, não vai? - comecei a mexer em seus cabelos e meu filho se aconchegou mais.

- Claro que sim. Mamãe sempre vai voltar pra você. - disse. Sammy deixou um beijo em meu joelho e voltou a se sentar para ver desenho.

Me doía deixar Sammy por tanto tempo, mas eu precisava fazer isso, era por nós dois, para o nosso bem. Assim como me doía ter que sair todas as noites para transar com homens que eu nunca vi na vida, que me tratam como uma qualquer, mas no fim das contas é isso que sou, é assim que eu me sinto. Mas agora não é hora disso, não é mesmo?

Jade vem me buscar dentro de poucos minutos, ela e Seth disseram que as instruções nós passaremos no caminho, já que nossas mentiras terão que ser bem conviventes para que seus pais acreditem que nós temos uma relação real. Particularmente eu não acredito que isso seja muito difícil, tudo o que eu preciso fazer é ser carinhosa, dar alguns beijos vez ou outra, e agir como se amasse ela. Seria simples.

- Cheguei, cheguei! - Leigh-Anne anunciou entrando em meu apartamento cheia de sacolas.

- Tem alguma coisa pra mim tia Lee? - Sammy perguntou animado ficando de pé no sofá.

- Tenho balas, sorvete, pipoca e as uvinhas do Sam que não podem faltar. - disse sorridente e piscou para ele.

- Certo, mamãe agora você ir. - Sammy disse nos fazendo rir.

- Trocada por uvas, que legal. - me levantei para ajudar Leigh-Anne, que dava risadas.

Fomos para a cozinha pequena e estreita e então começamos a guardar a pequena compra de Leigh-Anne, e ela não tinha comprado nada de saudável para o meu bebê além de uvas. Mas ainda sim, ela era a melhor pessoa do mundo para ficar com ele.

- Jesy também virá pra cá? - perguntei, guardando o milho de pipoca no armário em cima da pia.

- Não agora, ela chegará um dia antes de você. Está na casa dos pais. - explicou. - Mas e aí, como é essa Jade? - ela se encostou na pia me encarando.

- Bom... - abri a janela e me encostei nela, olhando para o fraco movimento de pessoas na rua. - ela é uma mulher bonita, parece ser inteligente, e sofre muito por causa da ex noiva dela. - disse tudo o que eu sabia sobre Jade e me virei, Leigh-Anne me encarava com as sombrancelhas erguidas, sedenta por mais informações.

- Só? - perguntou depois que eu fiquei em silêncio. Balancei a cabeça afirmando e ela bufou. - Nada mais?

- Não, não tem muito o que dizer. Ela é uma mulher muito bonita, tem um jeito mais sério, tímida, tem um corpo bonito... Eu não tenho muito o que falar, só que ela parece uma mulher incrível demais para sofrer por alguém como aquela Adelyn. - disse.

- Descubra mais e me conte por mensagens. - Leigh-Anne veio até mim e soltou o meu cabelo que estava preso num coque, arrumando sobre os ombros. - Você com o cabelo solto fica parecendo um anjinho, tão linda. - sorriu. - Isso está perfeita, mostre para aquela Adelyn a namorada sexy que Jade arrumou, faça ela se arrepender por fazer a Jade sofrer.

- Acho que é disso que ela realmente precisa, uma namorada sexy pra fazer a ex noiva se morder de raiva. - disse, Leigh-Anne deu risada.

Ouvi um carro businar e olhei na janela, Leigh-Anne como é curiosa se espremeu do meu lado para olhar também. Era Jade, seu carro estava parado em frente ao meu prédio, devagar ela saiu, bateu a porta e olhou para cima. A cena parecia com de um filme, o vento batendo em seu rosto, balançando o cabelo castanho, enquanto ela esbanjava delicadeza em seu vestido florido. Ela olhou para cima e sorriu envergonhada para mim.

- Vamos namorada? - ela brincou, e uma parte de mim se aliviou com aquilo. Ela parecia tão tensa na cafeteria, seria péssimo passar uma semana com ela desse jeito.

- Claro namorada. - respondi.

Leigh-Anne vibrava ao meu lado. Bobinha. Mal ela sabe, ou só finge não ver, que tudo isso é apenas para o bem do Sammy e nada mais, e quando essa semana passar minha vida voltará ao normal ou melhor dizendo, para além do normal.













Agora o negócio vai ficar bom.

dangerous woman • concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora