chapter twenty five

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Perrie Edwards




— Olha esse anel! — eu  disse eufórica, tomada pela felicidade, colocando a mão na frente do rosto de Seth.

Ele soltou a sanduíche na mesa e me olhou surpreso, óbvio que era puro fingimento, afinal, ele já sabia que isso acabaria acontecendo. Seth se levantou e me abraçou, beijando meu rosto como costumava fazer com Jade, e por sorte a pequena cozinha dos funcionários estava vazia e ninguém poderia ouvir ou opinar sobre nossos assuntos.

Jade havia me dado o anel hoje de manhã quando foi me buscar em casa para o trabalho. E lá, dentro de uma caixa preta de veludo estava a aliança fina de prata com uma pedrinha delicada e pequena no centro. Pela primeira vez na vida eu tinha ganhado uma aliança, pela primeira vez na vida eu estava me sentindo amada como nunca e nada poderia mudar isso, bom, até poderia, mas é melhor não pensar. Eu estava radiante, me sentindo num filme de romance.

— Acho que minha irmã ouviu meus conselhos. Finalmente. — Seth ergueu as mãos para o céu. — Somos da mesma família agora. — ele se sentou novamente e mordeu o sanduíche sujando os cantos da boca do que parecia ser pasta de amendoim. — Bem vinda ao hospício, Per. Somos loucos mas todos muito amoros... — tombou a cabeça para o lado, ponderando. — exceto pelo meu pai, aquele lá está pior do que nunca. Inclusive, eu estou até fugindo dele.

— Imagino, Seth. — ri. — Eu imagino. Eu estou tão feliz Seth. — me sentei ao seu lado, suspirando longamente.

— Só esperamos que uma certa megera loira não acabe com a sua felicidade, por que ela está pela empresa hoje. — Seth enfiou o resto do sanduíche todo na boca e se levantou. — Mas n... — seu celular apitou e então ele o pegou no bolso de trás, paralisando ao ler algo, seus olhos chegaram a se encher de lágrimas.

Eu o observava confusa e preocupada, mas antes que pudesse perguntar a razão de sua mudança repentina de humor, Seth me olhou e guardou o celular.

— Diga ao meu pai que eu passei mal. — vestiu o paletó preto rapidamente. — Por favor, Perrie. — e saiu correndo largando a porta aberta e me deixando completamente confusa e sozinha, mas de toda a forma faria o que Seth me pediu.

Arrumei a pequena bagunça de Seth e sai dali, caminhando calmante até a minha mesa, mas senti o celular vibrar no meu bolso então parei no meio do corredor para ler as mensagens. As duas eram de números desconhecidos e ambas me preocuparam grandemente. Uma delas era da mãe de Charlie, aquela que por muito tempo não atendeu meus telefonemas quando precisei de sua ajuda, pelo menos era o que estava escrito ali, e segundo ela precisávamos conversarmos sobre o seu filho.

Revirei os olhos.

Agora é só o que faltava, Emma querendo conversar sobre o idiota do Charlie. Apaguei a mensagem imediatamente. Não quero se quer imaginar o que é que essa mulher deseja realmente. A segunda mensagem já parecia ser de Adellyn, e eu notei isso apenas pela conteúdo dela. Nela, Adellyn me pedia para perguntar sobre o beijo que elas deram há algumas noites.

Meu coração disparou e meu sangue ferveu e eu continuei parada ali naquele corredor, com os olhos vidrados na tela do celular considerando a possibilidade daquilo ser real ou ser uma provação de Adelyn para me tirar do sério. Caminhei devagar até minha mesa com as mãos trêmulas e o coração acelerado, fitando a porta do escritório de Jade.

— Anne. — chamei ainda olhando para o escritório.

— Diga. — a senhora nada simpática respondeu.

— Alguém está com Jade naquela sala.

Silêncio.

Droga, isso não é nada bom.

Abaixei meu olhar encarando a senhora de meia idade, querendo uma resposta. Anne, que era branca como uma papel começou a ficar com as bochechas vermelhas, e pensativa sobre me responder ou não. Eu estava começando a ficar nervosa. Jade não podia estar fazendo isso comigo, definitivamente não.

— Fala. — disse firme.

— É que você é a namorada da Jade, eu não quero criar problemas...

— Você vai criar um se não me responder. — eu não estava se quer cogitando a possibilidade de ser gentil naquele momento, e Anne pareceu perceber, e ficava cada vez mais vermelha.

— Adelyn.

Uma palavra já foi o suficiente para que eu entrasse na sala como um furacão, me deparando com Adellyn acariciando o rosto de Jade enquanto se olhavam. Um soco no rosto talvez doesse menos. Eu fiquei paralisada, encarando a cena, já Jade se assustou, já que foi pega no flagra, afinal se eu não tivesse chego obviamente as duas iriam se beijar. Eu segurei o choro, não iria me permitir chorar na frente delas.

Jade se levantou e caminhou até mim, enquanto Adelyn ficou sentada com seu sorriso cínico, me olhando como se fosse superior a mim e tivesse ganhado uma guerra. Eu fui patética ao pensar que Jade tinha se esquecido dela com tanta rapidez assim. Se passaram apenas algumas semanas no fim das contas, isso não é o suficiente.

— Per... — Jade começou a dizer. Virei o rosto lentamente em sua direção e a interrompi.

— Eu vou fazer apenas uma pergunta pra você, só uma, e eu quero que você seja sincera, por que mentir pra mim vai ser a pior coisa que você vai fazer. — olhei em seus olhos. Jade abriu e fechou a boca varias vezes parecendo procurar palavras certas para me explicar.

Droga, não era isso que eu queria. Eu queria, eu podia jurar que aquilo era mentira.

— Fala logo, não me enrola mais.

— Perrie. — Adellyn disse meu nome com deboche, mas eu não a olhei, eu estava ferida, vidrada em Jade, querendo ouvir aquilo da boca dela.  — Nós nos beijamos. Diz pra ela Jade.

— Isso aconteceu mas...

— Cala a sua boca eu não quero te ouvir. — me virei para sair da sala mas Jade segurou o meu braço.

— Mas você preci...

— Vou deixar vocês a sós. — Adelyn se levantou e jogou o cabelo loiro para trás e saiu da sala, e antes de sair ainda mandou um beijo para Jade, que revirou os olhos.

Como eu odeio essa mulher!

Respirei fundo e senti um nó em minha garganta, e a vontade de chorar só aumentava. Jade mentiu pra mim, ela me enganou, é óbvio que só fez o que fez para provocar Adelyn e chegar aonde queria. Eu não mereço passar por isso, não mais uma vez, não depois de Charles. Me virei para sair da sala e mais uma vez ela me segurou pelo braço.

— Me deixa falar, por favor, eu posso explicar isso tudo. — Jade estava desesperada.

Culpa, talvez?

— Não, Jade. Nós não temos mais o que falar. Nosso trato acabou e você conseguiu. Adelyn é toda sua de novo. — tirei a aliança do dedo e joguei no chão, sem desviar o olhar de Jade.

Sai daquela sala o mais rápido que pude, peguei a minha bolsa e corri pelos correios ouvindo Jade chamar por mim, para tentar explicar de um jeito sutil a forma que fui usada. Mas eu fui mais rápida e sai dali, decidida a nunca mais ver ela, a nunca mais me apaixonar por ninguém.










Vocês não acharam que o final feliz ia vir assim tão rápido, acharam?

Não me matem, por favor.

Boa noite, e até amanhã.

dangerous woman • concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora