onze

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PASSAMOS A NOITE INTEIRA juntos.

Theo dormiu o tempo todo e antes de dormir, eu e Nathan conversamos mais.

Sobre ele, sobre mim, sobre nossas vidas. Expliquei que nunca apaguei o seu número na esperança que eu fosse encontrá-lo um dia.

Ele explicou que nunca trocou na mesma esperança. Não tinha certeza do que aquilo significava, mas não pensei muito. Eu não estava com sono, mas mesmo assim cochilei, dividindo o pouco espaço do sofá com ele, minha cabeça no seu ombro.

Na manhã seguinte, a enfermeira comunicou que a febre de Theo tinha abaixado e que ele iria ter alta mais tarde, no mesmo dia.

- Café da manhã? - ele me convidou, acabando de colocar o filho de volta no berço pequeno.

Theo dormia tanto que eu cheguei a sentir um pouco de inveja de como ele era sempre desprovido de preocupações e problemas na vida.

Assenti, aceitando o convite, saindo do banheiro. Eu não tinha trazido nada, mas fiz o possível dentro de uma higiene matinal que o banheiro do hospital me permitia.

Deixando Theo com a enfermeira, nós saímos do quarto.

- A Adele? - questionei, a voz elevando um tom de surpresa. - Tipo, Adele de someone like you e set fire to the rain? Essa Adele?

Nathan riu, caminhando pelo corredor comigo ao seu lado. Como ele era produtor musical, e até meio famoso no seu ramo, ele me contou que às vezes topava com pessoas famosas. Mas eu estava tendo dificuldade de acreditar que ele topou com a Adele.

- E Ed Sheeran, Dj Snake... - ele continuou dizendo e eu dei um soquinho no seu braço, fingindo indignação. - Ei! Você também tem certos privilégios.

- Eu sou tipo uma coach - admiti, com uma careta expressiva. - Ninguém gosta de coach.

- Você é uma especialista, mulher - ele me corrigiu, me fazendo sorrir. - Coach não tem especialidades. Ou têm?

- Eu não tenho ideia - confessei, escutando a risada leve dele.

- Você não é uma coach - ele me garantiu e eu agradeci o alívio. Nada contra coach, mas... - Candice, eu... Aquele não é o William?

- O quê? - questionei, confusa de como William tinha ido parar na nossa conversa, mas quando Nathan apontou atrás de mim, eu me virei.

William estava ali mesmo.

Tínhamos chegado na entrada da cantina do hospital e ele estava sentado de costas para mim e de frente para uma mulher e uma criança de mais ou menos quatro anos de idade. Franzi o cenho, mais confusa ainda, algo dentro de mim gritando que eu sabia o que aquilo era, mas calei a voz.

- É, é ele - confirmei, minha voz falhando.

Fiquei parada no mesmo lugar, tentando decidir o que eu deveria fazer. Meu olhar alternava entre as duas pessoas com quem ele estava sentado.

- Candy, você está bem? - Nathan me perguntou e sua voz pareceu muito distante, embora ele estivesse ao meu lado.

- Você se importa...? - apontei para onde aquele idiota estava e Nathan fez que não com a cabeça.

Com esse aceno, eu firmei os meus pés sob o salto e caminhei até William.

- Will? - chamei, parando atrás dele.
A mulher e a criança me encarou.

Will se virou, levantando-se da cadeira e me encarou com os olhos arregalados, certamente esperando que aqui fosse o último lugar que eu fosse flagrá-lo. Meu Deus, como eu era idiota.

BREAK FREE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora