DURANTE O DIA INTEIRO, não consegui chamar um táxi que finalmente me levasse de volta para casa.
Não que tivesse algum problema, eu simplesmente não conseguia. Já era quase madrugada, Will me ligou somente uma vez para questionar porque eu ainda não tinha chegado e avisou que talvez ele não estivesse lá quando eu aparecesse. Eu não esperava a sua recepção, nem que ele estivesse me esperando.
Eu estava mais preocupada em como faria para que as meninas perdoassem a minha babaquice, mas elas não me atendiam, nem respondiam as minhas mensagens, e eu resolvi dar um tempo.
Mas eu era péssima nisso e odiava magoá-las.
Queria urgente resolver a situação que eu mesma criei. Soltei um suspiro longo e frustrado, pegando o meu celular, chamando o maldito táxi de uma vez.
Assim que confirmei o endereço, Nathan me ligou.
- Candice, mil desculpas te incomodar agora - a voz dele estava estranha e eu nem sequer consegui cumprimentá-lo, porque ele não perdeu tempo assim que atendi a ligação. - Mas eu estou desesperado. Theo está ardendo em febre e vomitando desde cedo. A babá não está aqui e eu não sei o que fazer, eu...
- Nathan, por favor, respira - interrompi o seu nervosismo, entendendo que ele estava surtando a beira da preocupação. - Estou chegando aí, ok?
- Certo, eu... - ele respirou fundo, o som do choro de Theo ecoando. - Obrigado.
Deixei as malas para lá e esperei o táxi, que chegou exatamente cinco minutos depois que encerrei a ligação. Saí do quarto e do hotel, andando até a saída e entrei no carro, dizendo o endereço ao motorista.
Como era madrugada, o trânsito não estava um caos. Em exatamente trinta minutos, eu já estava de frente a casa de Nathan.
- Você pode esperar aqui, por favor? - perguntei e o motorista assentiu, concordando. - Pode deixar rodando.
Apontei para o taxímetro e ele concordou novamente e eu saí do banco passageiro, segurando a pequena bolsa pela alça do meu ombro. Eu nem precisei bater na porta, porque assim que me aproximei, Nathan a abriu, me dando passagem para entrar.
- Vi você chegando pela janela do quarto - ele explicou.
- Tudo bem - respondi. - Cadê ele?
- Dormindo no berço. - me respondeu, tomando a atitude de subir as escadas novamente.
Em silêncio, eu acompanhei os passos dele, tentando não me sentir estranha.
Nathan abriu mais ainda a porta do quarto do filho, totalmente decorado de um amarelo claro e azul marinho, duas cores que eu nunca imaginei juntas em contraste, mas que tinha combinado com a essência do quarto.Era um quarto normal de bebê e Theo estava dormindo no berço, como Nathan tinha dito. Eu andei devagar até ele, vendo a serenidade na expressão de um ser humano tão pequeno e quando toquei a sua testa, vi o quão quente ele estava.
- Vamos levá-lo a um hospital, está bem? - me virei para Nathan, que estava parado perto da porta, os ombros tensos e a expressão preocupada. Ele assentiu. - Pegue uma bolsa.
Ele andou até uma cômoda perfeitamente arrumada e retirou uma bolsa pequena de uma das gavetas e me entregou. Sem ter exatamente uma experiência, eu só juntei os itens necessários que eu achei que um bebê fosse precisar.
Quando fechei o zíper da bolsa, encontrei Nathan parado ao lado do berço de Theo, o mais velho fazendo carinho no mais novo, que dormia como um anjo.
- Ei, Nathan - sussurrei, me aproximando, meu coração pequeno com a sua expressão preocupada. Eu devia imaginar que aquilo não era fácil para ele. - Ele vai ficar bem.
Toquei o ombro de Nathan, ousando acariciar a sua pele, tentando passar conforto. Ele virou o rosto na minha direção e deu um sorriso pequeno e torto para mim.
- Ele nunca ficou doente assim, sabe? - Nathan me contou. - Quando começou a vomitar, fiquei desesperado. Seu número é o único em que consegui pensar em ligar. Obrigado, Candice.
- Não por isso, Nathan - dei um sorriso verdadeiro para ele, apertando o seu ombro com leveza e afastei a minha mão. - Vamos. O táxi está esperando.
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BREAK FREE [CONCLUÍDA]
أدب الهواةCandice sabe que seu casamento é um fracasso. Em algum momento, ela teve o melhor marido que alguém podia ter, e então não tinha mais. Ele se transformou em tudo o que ela não poderia lidar, mas o seu medo de ficar e ser alguém sozinha a impede de p...