treze

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- ME PERDOEM, me perdoem, me perdoem! - repeti várias vezes, enquanto corria e abraçava as duas ao mesmo tempo, beijando as suas bochechas, ouvindo a reclamação de Liana sobre isso. - Eu fui uma completa idiota com as duas, não deveria ter dito aquilo. Eu nem queria, me perdoem. Eu amo vocês.

- Candice! - Bianca se desvencilhou do meu abraço, livrando Liana também. - Nós te perdoamos, sua boba.

- Hiii… fale por você. - Liana respondeu.
- Deixa de cu doce, você a perdoou - Bianca retrucou, empurrando Lia com os ombros.

- Só porque eu te amo - Liana apontou um dedo em riste para mim e eu assenti, sorrindo, aliviada por ter as duas ali. - E porque a Bianca me implorou.

Nós três rimos e eu abracei as duas de novo.

- Amigas de novo! - Bia exclamou, levantando as pulseiras.

Cada uma colocou uma no pulso, simbolizando as nossas pazes.

- Agora vá falar com ele - Liana apontou Nathan, que respeitou a nossa privacidade e estava sentado no sofá que tinha disponível ali. - E nos encontre lá fora depois, para comemorar a sua sábia decisão.

Ela arrastou Bianca com si e saiu. Eu andei até Nathan, me sentando ao seu lado.

- Oi.

- Foi um discurso inspirador - ele elogiou e eu sorri, agradecendo. - E você está linda.

- Obrigada - agradeci de novo, observando ele brincar com Theo, que estava achando ótimo morder as próprias mãozinhas. - Eu não esperava você aqui. - admiti.

Nathan me encarou, os olhos intensos e brilhando.

- Candy, eu… - ele tentou dizer, mas eu o toquei no ombro, impedindo-o de continuar.

Pigarreei baixinho, tomando coragem. Com a decisão do divórcio, eu também tomei outra.

- Eu também te amei, Nathan - confessei em um murmúrio, observando ele arregalar os olhos levemente, claramente não esperando por aquilo da minha parte. - Talvez eu tivesse te escolhido, mas você foi embora e eu também amava o William, então… Uma coisa levou a outra.

Ele assentiu, sem intenção nenhuma de me interromper, mas Theo balbuciou algo e esticou os braços para mim, que não resisti e puxei-o para o meu colo, beijando as suas bochechas fofas.

- Você mexe comigo de um jeito que eu não sei explicar - continuei, deixando Theo brincar com a minha correntinha no pescoço. - Você é um cara incrível, gentil e…

- Eu te espero. - ele disse.

- O quê? - perguntei, esperando que ele repetisse para eu ter certeza que escutei bem.

- Eu te espero, Candice - ele repetiu, um sorriso lento nascendo nos seus lábios. - Você é ótima discursando e tudo mais, mas não precisa disso tudo comigo para me dizer que quer ficar sozinha.

- Você está falando sério? - questionei.

Nathan assentiu e eu segurei o seu filho mais firmemente nos braços. Eu custei a acreditar que ele me esperasse mesmo, mas havia verdade em seus olhos e uma promessa muito justa.

De qualquer forma, estava tudo bem para mim se, no fim, ele não me esperasse.

Ele aproximou o rosto do meu e beijou minha bochecha, seus lábios pegando o canto da minha boca e eu sorri.

- Muito esperto. - sussurrei, admirando o sorriso dele. - Nada de ir embora mais então?

Ele balançou a cabeça.

- Nunca mais.

Theo me sujou de baba e nós três fomos para o restaurante com as meninas.
Desde a faculdade, eu não sentia uma felicidade genuína.

Era sempre carregada de culpa ou algum peso a mais que eu não conseguia lidar. Ali, com Nathan, Theo e minhas amigas, eu me sentia a pessoa mais leve do mundo, como se tivesse me livrado de um peso enorme das costas e agora pudesse respirar aliviada, rir sem culpa e sentir a felicidade em seu mais puro estado.

Aprender a ser sozinha foi um processo difícil, mas eu estava cercada de gente que me amava e me apoiava.

E não havia nada que valesse o preço de me libertar e voltar a ser quem eu era.

BREAK FREE [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora