A relação entre Olívia e Eliel, após o acontecimento na estufa, permaneceu a mesma. Depois de tê-lo agradecido, a patroa nunca mais falou sobre a situação. Além disso, passou a se policiar um pouco mais. Não mencionava o marido nem nada que fosse relacionado a ele. Além disso, ela também quase não via Jorge e, quando o via, fingia que o pai de seus filhos não existia, facilitando seu trabalho.
Agora a mulher tinha de lidar com outra questão. Ela havia sido convidada para uma festa de uma amiga em comum que possuía com Adriana. Faz bem sair um pouco, pensou, embora detestasse ir a esse tipo de festa. Mas palavras de sua melhor amiga perambulavam por sua mente.
Olívia, olha para você. Você ainda é uma mulher nova, tem uma vida inteira pela frente... Tem que pensar mais em você. Vai viver para sempre desse jeito? Olha quantos anos já se passaram e nada mudou! Quem tem que mudar é você!
Olívia tinha de admitir que a amiga estava certa. Mas por onde começaria? Como mudar de um dia para o outro? Que mudanças tinha de fazer? Eram muitas as perguntas que a sobrecarregavam. Decidiu, então, começar aos poucos. Ir à festa é um bom começo, pensou.
"Não vou poder ir, Olí. Esqueceu que tenho um encontro com o Sérgio?", Adriana respondeu, desanimando-a.
"Você com esse homem de novo? Lembra do problemão que deu na última vez?", apontou a outra.
"Mas dessa vez é diferente, eu que vou ditar as regras, bebê."
"Aham, você já disse isso antes.", Olívia fez uma pausa. "Mas já que você não vai comigo, então também não vou.", concluiu.
"Mas é claro que você vai!", protestou Adriana.
"Você sabe como são esses eventos, seria uma tortura ir só. Sem você não tem graça.", argumentou Olívia.
"Então vai com o Eliel, ora.", sugeriu a amiga.
"Você só pode estar brincando.", riu a patroa do motorista.
"Estou falando sério, Olí. Vai com ele."
"Você só pode ter perdido o juízo!", exclamou Olívia. "O que eu vou fazer com ele lá?", perguntou. "Não parece o tipo de festa que ele gostaria de ir. Além do mais, seria um baita escândalo. O que iriam da gente?"
"Ué, vocês não são amicíssimos? Qual é o problema de levar um amigo a uma festa? Acredito que os dois vão gostar muito de ir. Vai por mim.", incentivou Adriana. "Imagina a cara do Jorge se souber disso"
"Não quero usar o Eliel para isso. A última coisa que eu gostaria que acontecesse é Jorge implicando com meu motorista."
"Sabe o que eu acho, Olí? Acho que você está pensando demais. Acho que vale super à pena vocês irem para a festa.", insistiu a amiga. "Vocês não precisam ficar até o final, podem ir embora logo depois, se ficar chato... Anda, Olí, para de ser boba!"
Olívia ouvia o incentivo da amiga e se perguntava se, desta vez, Adriana tinha razão.
***
A ideia de Adriana não deixava a mente de Olívia. Será que é uma boa ideia levá-lo? Ela tinha inúmeros receios sobre levá-lo a um lugar tão diferente do que o motorista estava acostumado. Não queria intimidá-lo a ir, e também sabia que a informação poderia chegar a seu marido. Pensando melhor na situação, Olívia começou a se sentir patética. Seria ridículo se achassem que nós dois... Ela não queria nem continuar o pensamento. Estava quase desistindo de convidá-lo. Após tomar um café com leite, preparado por Lurdinha, a mulher pegou o celular e foi até os contatos. Olhou para o nome de Eliel na tela e ficou encarando-o por alguns segundos. Que se dane.
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Além de mim (COMPLETA)
RomanceEliel é um jovem motorista mulherengo e atrapalhado. Olívia é uma mulher rica marcada por traumas e que vive um casamento conturbado. Qual a chance de os dois se envolverem em uma romance proibido? Uma história divertida e que nos faz refletir sobr...