08

38K 2.9K 654
                                    

Hugo 🃏

Sai cedo pra trabalhar e desci o morro andando mesmo, meu trampo era bem no começo do morro, quando cheguei os moleques já estavam lá gastando onda e eu fui fazer o meu, na hora do almoço Pedrinho chegou de moto e eu cheguei na dele.

Pedrinho: E aí, vai subir pra almoçar? - Falou batendo na minha mão.- Brendinha fez almoço.

Hugo: E porque tu tá sabendo disso e eu não? - Falei cheio de ciúmes e ele riu.

Pedrinho: Ela tem o preferido, tá ligado quem é né? - Se gabou e eu dei um tapão no braço dele.

Avise aos moleques e subi pra casa, Brenda não gostava de cozinhar, mas quando ela fazia comida era de outro nível, mandava bem pra caralho na cozinha.

Brenda: Cadê a Carol? - Falou colocando as coisas em cima da mesa e eu beijei a cabeça da Nicole que tava sentada no sofá da sala penteando o cabelo.

Pedrinho: Ela falou que não ia descer pra almoçar hoje, vai comer por lá.- Me sentei na cadeira pegando meu celular.

Brenda: Saí daí, vai lavar as mãos.- Reclamou comigo e eu olhei pra ela me levantando.- Ela vai pra faculdade hoje?

Pedrinho: Vai, ela tá em período de prova, disse que depois vai sair com umas amigas pra um barzinho.- Olhei pra ele na hora, enxugando minha mão.

Hugo: As amigas da Carol são tudo patricinhas, do jeito que o pai gosta.- Eu falei rindo.- Vou buscar ela de noite então.

Pedrinho: Teu cu, vou ver a Rafinha, tu acha que vou perder a oportunidade? - Negou.

Brenda: Vocês são ridículos  indo atrás dessas feias.- Falou fazendo cara feia.

Hugo: Brenda com ciúmes nessa idade é foda.- Pedrinho riu junto comigo e em mim chegou um tapa atrás da orelha que na hora eu me calei.- Mó sacanagem ein.

Gastei ela mais um pouquinho, otária morria de ciúmes das crias dela, só com a Carol que ela dava maior força, pra nós dois era cheia de raiva das meninas, aí juntava ela e a Carol pra falar mal das garotas, não tinha uma que ficasse em paz com as duas falando.

Eu almocei, Pedrinho me levou de volta e foi pros corres dele. Considerava ele meu irmão por vários motivos e esse era mais um deles, todo dia na hora do almoço ele vinha, me buscava e depois me deixava por aqui, me amarrava na nossa consideração um pelo outro.

Trabalhei tranquilo o resto dos dias, os moleques daqui eram gente boa, a gente vivia de gastação e eu só me amarrava mais em trabalhar aqui. Quando deu sete horas terminei de fechar os bagulhos e subi pra casa, tomei banho e mandei mensagem pro Pedro, ele só falou que tava ocupado e falou pra eu subir pra boca, fui andando no sapatinho e quando eu cheguei lá ele tava conversando com o Nilo, fui até eles e os dois me olharam.

Hugo: Qual a boa? - Coloquei as mãos pra trás.

Nilo: Brenda não gosta de tu aqui não ein.- Falou batendo no meu braço.

Hugo: Ela tá aonde que não tem ninguém em casa?

Nilo: Foi comprar as coisas de casa com a Nicole.- Balancei a cabeça.

Pedrinho: Vou de carro buscar a Carol, Nilo liberou.- Falou animado.- Tô só esperando os cara me passarem um bagulho e a gente desce.

Hugo: Tu mandou eu subir pra que então, caraí? - Falei boladão.

Pedrinho: Porque eu tava ocupado, dava pra te responder no celular não.- Falou rindo e o Nilo acompanhou, dei um soco nele de leve e ele revidou.

A gente ficou nessa graça mas depois eu me sentei, acendi um com eles e a gente ficou fumando ali, passou maior tempão conversando e os moleques resolveram o que tinha de resolver, a gente desceu pra casa dele, esperei ele tomar banho e a gente ainda ficou maior tempo esperando a Carol responder, quando ela respondeu, a gente foi lá pra casa, peguei o carro e fui descendo o morro, como sempre a gente colocou o som no talo e foi na maior paz.

Cria do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora