Alice 🔮
Na segunda feira, fiz minha rotina de todos os dias, acordei as cinco da manhã, arrumei todas minhas coisas, arrumei algumas coisas da casa e fiz alguns exercícios.
Por desde novinha sempre correr atrás do que eu queria, acabei me acostumando com a rotina, odiava acordar após as oito porque sentia que perdi metade do meu dia.
Eu sempre fui muito esforçada, sempre gostei de ter minhas coisas e lutar muito por isso. Meus pais têm muito dinheiro, o suficiente pra me bancar e bancar o Fael e a Rebeca, dando todo luxo possível, mas eu nunca gostei de ser encostada neles e sim, de poder mimar eles, com meu dinheiro.
E foi isso que eu sempre fiz, corri atrás. Com meu pai me dando força de um lado, minha mãe com orgulho do outro e meus irmãos dando apoio moral, as vezes.
Eu fazia um estágio de odontologia pediatra, porém faltavam duas semana para acabar, eu diria que consegui o estágio por sorte, mas não foi. Foi só mais um dos esforços que me fez conseguir ele no segundo período da faculdade.
Eu morava sozinha, ainda que no morro, não pagava o aluguel nem água nem a luz, isso meus pais bancar só pela insistência, senhor Guga me deu a opção, ou eu ficava lá, ou ele me bancava pelo menos nisso.
De seis e alguma coisa, sai de casa e o Fael já estava a minha espera, ele sempre me levava todos os dias pro consultório. Dei um beijinho na cabeça dele e fomos, cheguei, falei com minha orientadora e fomos pra sala, passando a tarde atendendo crianças.
Eu sai dali de cinco da tarde, eu voltei pra casa de ônibus, me arrumei voando, comi alguma besteira e fui pra faculdade. Essa era simplesmente a minha rotina de todos os dias.
Como estávamos na semana de prova, sai bem mais cedo, de oito e meia, fui atrás das meninas e encontrei com a Cinthia e a Carol.
Cinthia: Alice, você não concorda que a gente tem que sair pra beber todos os dias dessa semana pra sobreviver? - Falou choramingando e eu ri.
Alice: Concordo.- Carol colocou a mão na testa.- Mas sem pt, só uma cervejinha geladinha pra tirar o estresse.
Carol: Vou na onda da Alice só porque ela trabalha de manhã que nem eu, se ela vai eu vou também.- Falou rendida e a gente riu.
Fomos às três caminhando pra um barzinho que tinha perto da faculdade e ficamos ali por um bom tempo bebendo e conversando, Fael veio me buscar quando eu pedi e eu fui embora antes das meninas, fomos pra casa dos meus pais e minha mãe tava deitada no sofá, Rebeca sentada do lado e meu pai não estava.
Malu: Milagre é esse, você aqui em plena segunda? - Me joguei no chão, onde tinha o tapete, cansada.
Alice: Não vim final de semana né, tem que equilibrar.- Brinquei.
Rebeca: Tu dormiu na casa do Hugo, sábado? Fiquei te procurando.- Falou me olhando e o Fael me olhou na hora, encarei ela de lado e confirmei com a cabeça.
Fael: Tu tá se envolvendo com esse moleque, Alice? - Quase gritou, ao mesmo tempo que meu pai abriu a porta, olhando feio pra ele.
Guga: Tu tá gritando por que mesmo? - Fechou a porta, tirando o fuzil do peito e colocando encostado no chão.
Fael: Tua filha tá se envolvendo com um otario, pergunta pra ela aí.- Me sentei no chão.
Alice: Ele é otario porque alertou a Laura de quando tu namorava com ela e ficava com outras meninas? - Falei no mesmo tom que ele.
Fael: É um otario porque se tu perguntar pra qualquer um que conhece, vai saber que ele já bateu pra caralho na nega que ele se envolvia.- Meu pai me olhou.
Guga: Para de gritar caralho.- Virou o rosto pro Fael, que saiu de cara feia, Rebeca soltou uma risada e eu olhei pra ela.- Mete o pé daqui, Rebeca.
Rebeca: Eu vou é pra casa da mãe.- Falou se levantando.- Tchau.
Malu: Vai dormir lá? - Rebeca beijou a cabeça da Malu, negando.
Rebeca saiu depois de jogar a bomba de propósito, pois ela sabia que o Fael não gostava do Hugo e fez de propósito sim, porque sabia que eu tinha ido dormir lá desde sábado.
Guga: Quem é esse moleque? - Minha mãe se sentou no sofá e meu pai também.
Alice: Eu sou bem grandinha pra saber com quem eu me envolvo, pai. Rebeca falou de propósito sabendo que o Fael não gosta do menino.- Me levantei.
Guga: Não perguntei isso.- Falou em bom tom e eu encarei ele, pegando minhas coisas.
Alice: Qual foi, não sou obrigada a falar e pronto.- Falei sem paciência e minha mãe me olhou.- Que coisa chata, cara. Não sou criança, sei aonde devo estar e sei quando me retirar, já sei muito bem disso! Vou pra casa, boa noite.
Peguei minhas coisas metendo o pé, sabendo que meu pai viria atrás de mim sem muito cerimônia, mas que também iria procurar saber sobre tudo do Hugo, mas de qualquer jeito, fiquei intrigada. Quando eu cheguei em casa, tomei um banho e me de toalha na cama, pegando meu celular.
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Cria do morro
Teen FictionEu honrei tudo o que você fez por mim, todas as vezes que você segurou minha mão e todo esforço que fez por mim. Porém chegou a minha vez de viver e se talvez eu não conseguir te dar orgulho, todo aquele que você merece. Talvez não seja mais um clic...