Hugo🃏
Eu tava fazendo o serviço num carro que tava aqui, quando terminei avisei pro Pedro e ele ligou pro dono que disse que tava vindo buscar, era o último do dia e a gente só tava esperando ele pra poder fechar.
Por conta da nossa inteligência, nossa casa era dois quarteirões antes da oficina, então a gente nem fazia muita questão de ficar um pouco adiantando os serviços. Pedrinho tinha feito o curso de contabilidade o que só ajudou mais, já que na boca ele que cuidava disso, a gente tava vendo nosso lucro que era bom pra caralho a cada semana, graças a todo esforço de cada dia.
Pedrinho: E aí moleque, tô querendo meter o pé. Chamei a Rebeca pra sair.- Olhei pra ele empolgado.
Hugo: Tudo em família? - Brinquei e ele riu concordando.- Vai lá moleque, tô tranquilão aqui.
Pedrinho: A peça tá aí, atrás do balcão. Coloque na cintura e se ligue.- Falou fazendo toque comigo e a gente viu a portinha do canto se abrindo e olhou na hora.
Alice: Oi lindinhos, desci no ponto do ônibus e vi que ainda tava meio aberto.- Falou fechando a porta.- Se assustaram com a gata?
Pedrinho: Melhor ainda que tu chegou pra ficar com ele aí, vou meter o pé.- Falou passando por ela e beijando a cabeça dela.
Alice: Cuidado com minha irmã.- Ele riu saindo e ela trancou a porta.- Oi amor.
Hugo: E aí gostosa.- Ela veio pro meu lado se sentando.- Como foi lá?
Alice: Acho que fui bem, essa era a que eu mais tava preocupada.- Falou com uma cara de triste.- Mas foi a última, vou pegar recesso de duas semanas.
Hugo: Dahora, a gente pode ir pra algum lugar passar os dias.- Ela sorriu.- Tô só esperando o cliente vir buscar o carro, quer ir pra casa não?
Alice: Te espero pra gente ir juntos, vou lá no banheiro.- Me beijou colocando as coisas em cima do balcão.
Fiquei rodando ali no banco e mexendo no celular, quando bateram na porta eu peguei a peça colocando na cintura e fui até a porta de enrolar, subi ela vendo que era uma mulher e sem negar, era linda.
- Eu vim buscar o carro do meu pai, vocês falaram que tava pronto hoje.- Me olhou dos pés a cabeça.- Desculpa o atraso, tive que pegar um trânsito horrível no uber.
Hugo: Tranquilo, tu só tem que assinar o papel de garantia de entrega, entra aí.- Dei espaço e ela fez questão de passar nem perto de mim, eu me afastei e fui até a bancada com ela pegando os papéis.
- Desculpa perguntar, mas não mata. Você tem namorada? - Eu ri vendo ela me olhar com um sorriso.
Hugo: Tenho sim.- Falei coçando a cabeça e olhando pro corredor em que dava no banheiro e nada da Alice.
- Poxa, sortuda ela, tira a chance de muitas né.- Eu olhei pra ela meio sem graça.- Mas não é um relacionamento aberto?
Hugo: Pô, com todo respeito. Minha mulher tá logo ali e além disso tu só veio pegar o carro, então pra não ter confusão pra nós dois...- A Alice apareceu bem na hora que eu tava falando, nós dois olhamos pra ela e ela me olhou sem entender.
- Aqui...- Me entregou o papel assinado e piscou pra mim.- Até mais, pretendo trazer meu carro pra ajeitar também.
Hugo: Qualquer caô eu tô a tua disposição.- Ela me olhou maliciando e depois eu percebi que falei um bagulho meio errado.
Ela riu e nem olhei pra Alice, abri a porta do garagem e ela fez questão de acenar saindo do carro, desci as portas e fechei tudo vendo a Alice calada, sentada e olhando pro chão.
Alice: Eu tô a tua disposição? Sério, Hugo? - Eu prendi o riso.
Hugo: Amor...- Não consegui segurar o riso e ela me encarou, enquanto eu fui até ela.- A loja tá a disposição dela.
Alice: O que vocês falaram antes de eu chegar?
Hugo: Ela perguntou se eu namorava, cheio da malícia pro meu lado.- Falei pegando as nossas coisas.- Falei que tinha mulher e que tava por aqui, ela perguntou se era relacionamento aberto.- Eu ri de novo.- Só isso amor.
Alice: Odeio feias que fazem isso.- Falou chateada.- Isso sempre acontece?
Hugo: Eu sempre te conto tudo o que acontece no meu dia, por que cê tá nessa agora? - Beijei a testa dela que fiz cara de triste.
Alice: Tô de tpm, você não viu a notificação do aplicativo? - Falou mudando tom pra brava e eu ri.
Hugo: Não peguei meu celular direito hoje.- Falei pegando com ela me abraçando e abri o aplicativo que mostrava os bagulhos dela, quando ela tava tpm sempre chegava um lembrete "levar ela pra comer".- Quer sair hoje? Chocolate ou hambúrguer?
Alice: Cacau show.- Falou animada pulando no meu colo e eu sorri beijando o rosto dela.
Peguei as nossas coisas e quando ela foi na frente, guardei a peça nas escondidas. Ela me ajudou a fechar tudo direitinho e a verificar tudo, peguei minha moto que eu tinha comprado com o meu dinheiro do meu trabalho e nem fui direto pra casa com ela, fui logo comprar os chocolates dela e ela implorou pra gente passar no shopping, ali me tirou dinheiro fácil.
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Cria do morro
Ficção AdolescenteEu honrei tudo o que você fez por mim, todas as vezes que você segurou minha mão e todo esforço que fez por mim. Porém chegou a minha vez de viver e se talvez eu não conseguir te dar orgulho, todo aquele que você merece. Talvez não seja mais um clic...