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Carol 🌺

Ficamos um bom tempo conversando até todo mundo ir embora, Fael não iria dormir aqui e eu fui com ele até o estacionamento, fiquei encostada na moto já que a Rebeca tinha ficado lá terminando de conversar com a Alice.

Fael: Não quero ficar nesse clima.- Olhei pra ele.

Carol: Te juro que dessa vez nem eu, Fael.- Ele me olhou sem entender.- Mas eu tenho medo por mim e por quem eu amo, eu fiz de tudo pra tirar meu irmão dessa vida e acho que é hipocrisia da minha parte permanecer com você. depois disso.

Fael: Foi só uma mensagem, Carol.- Eu respirei fundo cruzando os braços.- Você tá protegida por onde anda, eu não sou igual os moleques que conseguem olhar outro bagulho, eu amo o tráfico.

Carol: Então a gente sabe o por quê precisamos terminar, você mais que eu.- Me afastei dele.

Acontece que há uns dias atrás eu tinha recebido uma ameaça por mensagem por causa do Fael, fiquei com medo e sei que sou rodeada de pessoas que hoje em dia estão vulneráveis, não é como se meus irmãos andassem com uma arma na cintura pra se defender, eu não posso colocar ninguém em risco por causa do Fael.

Fael: Tu quer acabar? Vai ficar querendo.- Eu olhei indignada pra ele travando a vontade de rir.- Mudei minha vida pra te ter nela, mudei muita coisa pra tu querer olhar pra mim e acabar, não vai! Quer terminar agora, mas tu vai dormir tranquila e acordar melhor ainda, de manhã eu venho te levar pro trabalho e pronto, maior casal feliz.

Carol: Não é assim que funciona, Fael.- Bati no ombro dele e ele segurou meu rosto.

Fael: Mas é assim que tem que funcionar, Carol. Eu não aceito te perder, namoral! Olha o que a gente viveu em um ano, papo reto...- Falou me olhando preocupado.- Se você terminar comigo eu não vou voltar atrás na sua decisão, eu tô dando meu papo de homem.

Carol: Eu praticamente perdi meu pai por causa de um traficante imbecil, que se achava dono de tudo, quantos iguais a ele não existem por aí? Eu não posso, eu não quero e eu não consigo perder mais ninguém.

Fael: Carol, eu só tô pedindo uma semana, papo reto.- Joguei a cabeça pra trás vendo a Rebeca chegando por aqui.- Confia no pai.

Carol: Eu amo você...- Ele não me deixou terminar de falar e me deu um beijo mas eu virei o rosto vendo ele me dar selinhos.- Mas você precisa fazer alguma coisa.

Rebeca: Vocês são péssimos.- Resmungou pegando o celular e eu ri.

Fael: Eu prometo que vou.- Segurou meu rosto e olhou nos meus olhos.- Eu prometo a você, que no dia que você me disser que tá grávida eu largo toda essa vida errada por você, eu dou a minha palavra.

Rebeca: Caralho.- Fiquei assustada tanto quanto ela.

Ele me olhava com preocupação e sinceridade, dei um selinho nele, um beijo na bochecha e me afastei respirando fundo.

Carol: Você sabe o quão jogo baixo isso foi.- Apontei vendo ele rir.- Cuidado, quando chegarem avisem.

Abracei a Rebeca e escutei ela sussurrar no meu ouvido me implorando por um sobrinho, eu comecei a rir nervosa e vi eles indo embora. Fui subindo as escadas lentamente e pensando o quão sujo o Fael era. Ele sabia porque em todas as nossas conversas sobre futuro eu falava sobre o quanto eu queria filhos, ele sabe que sempre foi meu maior desejo e foi o maior jogo baixo que ele poderia ter feito.

Cria do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora