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Hugo 🃏

Com toda aflição no meu peito, nervosismo e medo de estar ali, eu tentava me distrair de qualquer jeito, já tinha trocado um papo com o padre, tentado fugir pra fumar um, organizado as flores do altar, lançando até passinho, que inclusive o padre brigou comigo, mas não teve jeito, quando eu encarei ela e vi a forma que ela estava entendi tudo, era ela, desde o começo era exatamente ela.

Quando a Alice parou exatamente na minha frente, me olhou nos olhos e o Guga foi entregar a mão dela a mim meu coração explodiu, não consegui segurar a emoção de maneira nenhuma.

Guga: Tá fazendo minha filha chorar, melhor cancelar e tal...- Falou chamando a atenção de geral e só assim pra eu conseguir me controlar.

A Alice sorriu segurando o choro também e eu abracei ele, segurei na mão da minha noiva e fechei os olhos beijando sua cabeça.

O padre começou a falar e por mais que eu quisesse não conseguia manter atenção de forma alguma. Eu só conseguia pensar nela, eu estava me cansando e graças a ela realizando todos os meu sonhos, minhas metas de vida.

Foram mil coisas faladas ali, disse meus votos a ela e ela fez o mesmo, ou pelo menos tentou porque tudo que ela conseguiu foi chorar ao falar, o que me deixava igual uma criança chorando junto. Do meu lado tava o Pedrinho que ria, mas me olhava com orgulho e do outro lado da Alice, a Rebeca. Que chorava igual a irmã

Hugo: Ao colocar essa aliança em seu dedo, uso-a como símbolo de nossa união e me caso com você.- Falei o que o padre mandou, colocando a aliança no dedo dela e olhando com atenção.

Alice: Ao colocar essa aliança em seu dedo, uso-a como símbolo de nossa união e...- Pausou pra respirar por causa do choro e eu ri.- Eu me caso com você.

O padre ditou mais algumas palavras e o mais importante foi o pode beijar a noiva. Segurei em seu rosto beijando a Alice com cuidado e escutei várias palmas, logo em seguida abracei ela e a gente olhou pra todo mundo sorrindo e eu claro, mostrei minha aliança.

A gente foi saindo e ao sair da igreja a galera jogou flores na gente, achei maior bagulho da baitola, mas ia negar não, tava sendo o homem mais feliz da noite, aí papai.

Paramos ali no meio pra tirar umas fotos e eu abracei a Alice de lado, algo tocou no meu coração e quando eu olhei mais pra frente, longe de todos vi minha mãe. A minha mãe sorriu e eu paralisei, ela estava simplesmente a mulher mais linda de todas ali, tirando minha noiva, claro.

Alice: Amor? - Me balançou e eu vi minha mãe sorrindo e sumindo aos poucos, passei a mão nos olhos e olhei pra Alice.

Hugo: Eu senti minha mãe, eu vi a minha mãe.- Falei animado voltando a ter os olhos cheios de lágrimas de novo.- Ela sorriu pra mim.

Alice: Ela com toda certeza não ia perder um momento assim.- Sorriu concordando e me abraçou.

Sorri de orelha a orelha, mais feliz ainda. Eu não duvidava que ela estava comigo aqui, mas ver ela me fazia muito mais alegre e isso foi só mais um fator, que fez daquilo a noite mais feliz da minha vida.

Carol

A festa dos meus amigos estava rolando com todo mundo feliz, eu tava aproveitando tudo que podia, com meu copinho de bebida chique na mão e dançando ao lado da Brenda, que era a mesma coisa que uma adolescente.

Fael: Você tá linda.- Me assustei com ele falando atrás de mim e me virei.

Carol: Que susto, eu ein.- Ri.- Obrigado.

Fael: Como você tá? - Eu dei um gole da minha bebida.

Carol: Tô bem, e você?

Fael: Tranquilo e suave.- Concordei com a cabeça.- Não queria um clima chato entre nós dois, o que a gente teve foi incrível e me fez mudar como homem, você me ensinou tudo que eu precisava aprender e não pediu nada em troca. Eu queria que você me desculpasse, pra você eu possa ter agido no erro em escolher o que eu escolhi.

Carol: Você escolheu aquilo que te faz feliz, tranquilo! Algumas pessoas só entram na vida das outras pra poder ajudar, pra trazer algum aprendizado, nem sempre permanecem. Eu acho que meu papel na sua vida foi esse e eu fico muito feliz de ajudar em algo, eu te amo como alguém que eu convivi por meses, independe da nossa união hoje em dia ou não.- Falei tirando um peso do meu coração.

O Fael me puxou pela cintura daquela forma que só ele sabia fazer, me abraçou e eu deitei em seu peito fechando os olhos, senti sua boca na minha cabeça e respirei fundo sentindo seus beijos e seu coração batendo rápido.

Fael: Eu conquisto tanta coisa, tá ligada Carol? Mulher, o luxo, o status, o que eu quiser aos meus pés. Porém sempre me falta alguma coisa, mesmo com todo luxo.- Falou me soltando.- E eu só consigo me sentir completo contigo, mesmo que eu fiquei sem riqueza, sem luxo, sem todas as mulheres gostosas do lado...

Carol: Não tenho mais o que te falar...- Sorri fraco dando os ombros e ele segurou meu queixo.

Fael: Eu quero ainda ter a chance de escolher você.- Eu engoli no seco.- Não adianta eu ter tudo e não te ter comigo, eu quero ficar com você.

Carol: Você me afasta de você.- Ele negou segurando minha mão.

Fael: Pela última vez, eu prometo largar o tráfico. Eu sempre falei várias vezes, mas eu nunca te prometi.- Olhei bem pra ele.- Papo reto, Carol. Eu amo você, quero estar com você independente de tudo.

Alice: Licença...- Falou chamando a nossa atenção e eu olhei pra ela.- Preciso roubar você rapidinho.

Balancei a cabeça me soltando dele e segui ela, ela queria ajuda pra trocar de roupa e eu ajudei ela, quando saímos ela foi jogar o buquê de noiva. Eu não tinha muito interesse em pegar, então fiquei em um cantinho e apenas sorrindo de longe, até mesmo quando o buquê voou caindo exatamente nas minhas mãos.

Eu gargalhei olhando pra Alice e ela me olhou sem entender rindo, fui abraçar ela e sai com meu belo buquê nas mãos, o Fael veio se aproximar de mim novamente porém eu acabei cortando ele de vez.

Carol: Se você quer isso mesmo, quando você largar essas coisas todas você vem falar comigo, não adianta só falar porque já escutei muito.- Ele concordou com a cabeça.- Mas eu não vou parar minha vida pra te esperar, já me atrasei demais. Te dou um mês, se passar disso acabou.

Ele concordou e eu achei que ele ia parar de me perturbar, mas só me abraçou e ficou me perturbando o tempo todo na mesa, eu voltei a dançar um tempinho depois e fiquei curtindo a festa bem tranquila.

Cria do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora