3. Plano

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JAMES BAYER

— Pai! Não sabia que viria tão cedo! – Me levantei surpreso da minha cadeira e fui ao encontro do meu pai, o abraçando.

— Está gostando do escritório? Pedi pra te darem o melhor da delegacia – Revirei os olhos. Odeio quando o meu pai se mete na minha vida profissional e faz suas "mágicas" devido ao poder de influência que tem.

Meu pai é prefeito da cidade e também esteve no ramo policial. Muitos acreditam que me tornei xerife apenas por ser filho dele, quando não sabem um quinto do quanto me esforcei pra estar aqui. 

— Sente-se – Indiquei uma cadeira em frente à mesa de madeira, onde em cima estava uma placa dourada que dizia "Xerife Bayer". Meu pai sorria com orgulho. – Quer um café?

— Não, obrigado. Vim falar de negócios. Como estão as coisas? – Perguntou curioso

— Eu sinto que eles não me levam a sério... – Desabafei, me afundando na cadeira – Pela minha idade ou por eu ser seu filho... ou talvez os dois. Acham que estou aqui só por isso! – Exclamei irritado

— Então mostre a eles o contrário! – Meu pai se levantou dizendo – Ora James, deixe de reclamar e faça com que comecem a te respeitar!

— Como?

— Se o seu sonho é realmente chamar atenção dos caras de Nova York e conseguir um cargo lá, você tem que ter grandes feitos aqui - Meu pai disse sério - E pra sua sorte um homem acabou de ser assassinado, pelo que ouvi dizer

— Gustav River? Sim. Foi esfaqueado ontem pela madrugada, ainda estão analisando o corpo e estamos reunindo possíveis suspeitas - Respondi

— A garota, Melanie não é? Estão dizendo que é a principal suspeita

— Sim... – Respondi admirado ao perceber como as notícias e rumores corriam rápido naquela cidade

— Aqui está o que vai fazer... vai se aproximar da garota. Não como xerife Bayer, mas como James. Vai estar um passo à frente de todos, e quando tiver provas o suficiente, vai levar todo o crédito e ganhará o respeito que merece... e a atenção de NY

— Só tem um problema – Ri com o plano maluco do meu pai

— Diga

— Ela não matou Gustav River - Afirmei

— Como pode ter tanta certeza? – Perguntou, com um olhar divertido

— Fiz algumas perguntas a ela essa manhã. É impossível que tenha o matado... ela parece tão inocente. E até desmaiou quando soube.

— É aí que você se engana James – Meu pai riu – E escute meus conselhos porque trabalhei anos com crimes... preste bem atenção – Se inclinou sobre mim – Um assassino, ou assassina, nunca tem cara de tal. E uma garota que parece inocente nunca é. – Engoli em seco pensando que ele tinha razão e que Melanie poderia sim ser a assassina.

— Além disso aquela menina tinha todos os motivos do mundo para matar Gustav River, sofreu por anos nas mãos dele. - Ele completou

Me levantei e comecei a andar pelo escritório, pensando.

— Então eu me aproximo dela... e pego as evidências?

— Exato. Mas fique ligado em tudo e à todos. Existe uma chance de não ser ela, entendeu? Nunca se sabe.

— Entendi. – Afirmei. Estava nervoso e começava a enxergar razão em toda aquela loucura. Afinal, eu só queria saber quem matou Gustav River e conquistar o cargo dos meus sonhos em Nova York.

Paixão Suspeita (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora