52. Hospital

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JAMES BAYER

Abro os olhos devagar, lutando pra me acostumar com a claridade do ambiente. Tento me mexer, mas estou fraco demais pra isso. Quando minha visão se ajusta, me vejo deitado na cama de um hospital. Olho para o lado e vejo minha mãe sentada em uma cadeira. Me pego pensando se estou sonhando.

— Mãe? - Pergunto confuso. Ela me olha surpresa e corre na minha direção.

— Querido, você acordou - Diz com lágrimas nos olhos, pegando minha mão na sua

— O que aconteceu?

— Filho, você levou um tiro - Ela diz - Você não se lembra?

Fecho os olhos e sinto um resquício de uma memória dolorosa.

— Estou começando a me lembrar... Você veio de Nova York correndo só pra me ver?

— Claro que sim! Que tipo de mãe eu seria se não viesse? Fiquei tão preocupada

— Não precisava mãe, estou perfeitamente bem - Digo - Quando terei alta?

— Na verdade você quase morreu e essa alta vai demorar um pouquinho - Uma terceira voz aparece. Olho pra porta e vejo uma enfermeira de meia idade entrando. - A bala ficou alojada no seu corpo e fizemos um cirurgia de emergência para retirá-la

A enfermeira se aproxima e checa meu pulso.

— Como você está? - Ela pergunta - Sente dor?

— Não - Digo, tentando processar tudo que aconteceu

— A anestesia ainda deve estar fazendo efeito, sorte sua - Ela dá um meio sorriso e se retira do quarto novamente

— Ual, ela é um doce, não? - Minha mãe diz ironicamente. Solto um riso, e sinto meu abdômen doendo. Pelo visto essa anestesia não vai durar por muito mais tempo...

— Olha só quem acordou! - A voz inconfundível do meu pai toma conta do quarto - Meu campeão, como você está?

— Estou bem pai

— Ah, você veio... - Meu pai diz com certo desprezo na voz, percebendo a presença de minha mãe. Eles obviamente não se dão bem desde o divórcio, há uns 15 anos atrás.

— Claro que eu vim - Ela diz retribuindo o desprezo - Meu filho quase morreu

— Não seja dramática, ele está bem - Meu pai rebate - Além disso, todo policial que se preze tem uma cicatriz de batalha. - Ele solta uma piscadela pra mim.

— Você só pode ser louco! - Ela diz exaltada

— Parem de brigar como duas crianças, por favor - Digo.

Os dois se entreolham com raiva e rio internamente da situação irônica. Só mesmo eu levando um tiro pra fazer esses dois se verem.

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No dia seguinte eu já estava bem melhor, apesar da dor, e mais lúcido. Me lembrava melhor de como tudo aconteceu. Já é manhã e estou sozinho no quarto quando o ex-xerife Franz entra.

— Bayer, que bom que está bem - Ele força um sorriso, se aproximando

Nesse momento, um flashback entra na minha mente. Um detalhe estranho, que eu não tinha lembrado até então.

— Franz - Digo surpreso - Você foi na missão?

Ele fica imediatamente surpreso com a minha pergunta.

— É claro que não, que pergunta é essa? - Ele diz soltando um riso - Você sabe que não fui, estou velho demais pra essas coisas

— Sim... você disse que não iria, mas eu te vi lá, logo antes de apagar. - Digo franzindo a testa

— Você deveria estar delirando Bayer - Ele diz, soltando uma risada nervosa. Em seguida dá um tapinha no meu ombro.

Me mantenho calado, apesar de ter certeza do que vi. Devo estar ficando louco.

— De qualquer forma, eu só vim te desejar uma rápida recuperação - Ele diz

— Bom, obrigada - Respondo

— A propósito, cuidarei de tudo na delegacia enquanto você não volta - Ele diz com um sorriso de lado

— Mas e o caso? Falta pouco tempo pro julgamento e não temos nenhuma evidência concreta de nenhum suspeito

— Estou conduzindo as investigações, não se preocupe Bayer. Pegue o tempo que precisar pra se recuperar.

Ele sai do quarto e deito a cabeça pra trás, bufando. Depois de alguns minutos, escuto uma voz na porta do quarto e levanto a cabeça. Tyler e Liza estão parados ali.

— Toc toc... podemos entrar? - Tyler pergunta

Então uma pequena figura surge atrás dos dois.

— Mel? - Pergunto surpreso, abrindo um sorriso.

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Paixão Suspeita (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora