4. Confusão

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MELANIE RIVER

O interior da caminhonete de Xerife James era tomado pelo seu cheiro, muito bom por sinal. Sem querer me vi respirando aquele ar como se estivesse cheirando flores. Inevitavelmente tudo nele me atraía: seu cheiro, sua postura, seu perfil, suas tatuagens, seus dedos batucando no volante no ritmo da música... absolutamente tudo.

E isso também me intriga pois eu nunca me vi tendo uma atração tão forte por alguém. Sentia no máximo um tesão pela pessoa, o mínimo necessário para ir pra cama com ela, como acontece com Adam. Mas nunca algo tão à flor da pele e intrigante como aquilo... e ainda mais por alguém que eu mal conheço e está envolvido em toda a bagunça que a minha vida de repente se tornou.

Isso me lembra que enquanto eu não sei qual é a desse Xerife James, ele é meu inimigo, já que claramente a polícia dessa cidade está fazendo de tudo pra me incriminar...

O xerife estacionou em frente à minha casa e eu saí do carro o mais rápido que pude, me sentindo sufocada por seu cheiro maravilhoso.

— Muito obrigada pela carona – Agradeci, me apoiando na janela aberta do carro.

— Ao seu dispor – James deu um leve sorriso que quase me fez perder o fôlego e antes que deixasse transparecer, me virei pra entrar em casa.

— Ei, Melanie! – Ele exclamou alto e me virei novamente

— Se precisar de qualquer coisa, pode me ligar ok? Estou aqui não só te investigando, mas garantindo sua segurança. – Ele disse, me entregando um cartão com o seu número

— Obrigada Xerife, mas sei me virar sozinha – Respondi, recebendo um olhar de surpresa e um sorriso em seguida.

Não sou tão boba quanto pensa Bayer...

Ele acenou e arrancou com o carro. Quando finalmente entrei em casa, me escorei na porta e respirei fundo. Na casa regia um silêncio mortal e fiquei sozinha com seus pensamentos. Depois de algumas horas perturbadoras, finalmente comecei a digerir aquilo tudo.

Gustav River, meu tio e meu pior pesadelo foi assassinado na última madrugada. Eu estava sendo investigada como a principal suspeita. Provavelmente a cidade inteira estava falando sobre isso.

Um sentimento de solidão mais forte do que o usual me invadiu, e eu começava a me sentir mais perdida do que nunca, como se estivesse afundada em um grande buraco negro... novamente por causa de Gustav.

As memórias das coisas ruins que ele havia feito comigo voltavam como flashbacks em minha mente e não pude evitar em me sentir culpada pelo alívio que sua morte me proporcionou. Apesar disso eu nunca seria capaz de assassiná-lo... Mas pelo visto minha palavra não é o bastante para provar minha inocência.

As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, logo rompendo em um choro desesperado. Quando me acalmei um pouco, alguns minutos depois, peguei meu celular ignorando as diversas mensagens de conhecidos e liguei pra única pessoa que eu confio nessa cidade.

Adam chegou aqui em 10 minutos, encontrando uma Melanie frágil e em lágrimas, que não via desde pequeno. Me senti envergonhada por me expor assim mesmo diante do meu melhor amigo, mas ele é a única pessoa com quem posso contar.

Adam me abraçou forte por vários minutos, até que eu pudesse falar tudo que havia realmente acontecido.

— Não se preocupe Mel... a polícia vai me chamar e eu vou dizer a verdade, que estava com você. E você já já vai se livrar disso ok? - Adam tentou me acalmar

— Você devia ter visto o jeito como aquele detetive Franz me acusou Adam, como se ele tivesse certeza de que eu era culpada!

— Ei, pare de pensar nisso! Vai ficar tudo bem, prometo.

Paixão Suspeita (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora