16. Boate

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JAMES BAYER

Me sentei na mesa e pedi um uísque enquanto esperava a tal pessoa vir falar comigo.

Uma mulher loira se aproxima de mim, com um sorriso nos lábios. Seu corpo é esbelto e ela usa um vestido vermelho bem chamativo. Logo percebi que estava acompanhada por seguranças. Ela chega perto da mesa e se senta na minha frente.

— Queria falar comigo? - Ela pergunta

— Acho que sim... Você é? - Perguntei confuso

— Estou no comando por aqui, então se tiver qualquer dúvida pode me perguntar, Bayer - Disse em tom cínico. Os dois seguranças me encaravam.

— Como sabe meu nome?

— Você acha que eu não sei que você é o novo xerife da cidade? - Perguntou rindo - Assim que você passou por aquela porta eu fui avisada que você estava aqui. Mas enfim, a que devo sua ilustre presença?

— Estou aqui querendo informações sobre um cliente seu - Eu disse

— Gustav River, eu imagino - Ela disse com desgosto

Afirmei com a cabeça.

— Ele vinha aqui quase todos os dias. Imaginei que a polícia viria perguntar sobre ele algum dia

— O que ele vinha fazer aqui?

— Ele enchia a cara, quase sempre se metia em brigas e fazia negócios.

— Negócios? - Perguntei curioso

— Empréstimos, drogas... esse tipo de coisa

— Com quem ele negociava isso? - Perguntei

— Bayer, não poderei citar nomes... - Ela diz - Não quero acabar morta também e não quero meu negócio envolvido nisso

— Então a pessoa que negociava com ele foi quem o matou?

— Você vai ter que descobrir sozinho. Só posso te contar que o homem com quem ele fazia negócios vem aqui ao menos uma vez por mês. Ele se senta sempre nessa mesma mesa em que estamos

— Como vou saber quem é esse homem? Várias pessoas se sentam aqui

— Acredite, você vai saber quando avistar ele.

Suspirei fundo esperando que ela estivesse certa. Aparentemente eu conheço esse homem, quem poderia ser? Pelo menos tenho mais pistas do que antes.

A mulher então se retira com seus seguranças, sem dizer mais nada. Termino o meu uísque e peço outro, enquanto meus olhos percorrem o local. Avistei Adam no bar, trabalhando. O mesmo me olhava com uma cara feia e eu fingi que não vi, já estou perdendo a paciência com esse cara achando que é alguma coisa de Melanie.

Está mais do que claro que Melanie só enxerga aquilo como uma amizade colorida. Meu sangue ferve de raiva só de pensar nas coisas que ela faz com ele e nunca fará comigo porque não podemos mais ter nenhum contato.

De repente um grupo de pessoas sai da minha frete e meu olhar se fixa em uma mulher sentada no balcão. Não pode ser. O que ela está fazendo aqui?

No mesmo segundo, seu olhar encontra o meu. Melanie parece surpresa e desvia o olhar, logo puxando Liza que também está ali, para longe. As duas vão para a pista de dança. 

Melanie dançava despreocupada ao som da música. Seu olhos estavam fechados, enquanto seu corpo se movia com perfeição, fazendo pensamentos impuros surgirem em minha mente.

Melanie me deixa louco desde que nos vimos pela primeira vez, quando ela abriu a porta de sua casa com cara de sono e um robe quase transparente cobrindo o corpo. Sua beleza me chocou e me prendeu de forma que nunca vi antes. E agora vê-la dançando nesse vestido que marca perfeitamente suas curvas... é como uma tortura pra mim.

Respiro fundo tentando me concentrar em outro ponto, mas meu olhar sempre se voltava para ela. A vontade que tenho é de levantar daqui, agarrá-la e dançar sentindo seu corpo no meu.

De repente Melanie abre os olhos, e não demora a perceber que meu olhar queima sobre ela, mesmo a metros de distância. Então ela diz alguma coisa pra sua amiga, que está ao seu lado e Liza afirma com a cabeça.

Melanie se vira e começa a andar, indo em direção aos banheiros, no fundo da boate. Liza segue na pista, dançando de forma animada. Então sem pensar muito no que estou fazendo, me levanto e sigo o caminho de Melanie.

MELANIE RIVER

Termino de lavar minhas mãos e saio do banheiro, dando de cara com James no corredor estreito da boate. Meu coração dispara novamente.

— O que está fazendo aqui? - Ele me pergunta, chegando ainda mais perto

— Eu poderia perguntar o mesmo, Xerife - Respondo séria - Está me seguindo?

— Estou trabalhando

— É, dá pra ver - Eu disse irônica, notando o copo de uísque em sua mão

James usava uma roupa casual que o deixava ainda mais sexy, se é que é possível. Seu cabelo meio penteado, meio bagunçado o deixava mais bonito ainda e seu cheiro... Meus deus, seu perfume único exalava dele. A vontade que tenho é de agarrar sua jaqueta, o puxar pra mim e beijar sua boca macia. Depois dar um belo tapa na cara desse desgraçado.

— Precisa de uma carona pra casa? - Ele pergunta encarando meus olhos profundamente.

— Engraçado, Xerife - Eu disse com a voz carregada de ironia - Achei que não pudéssemos mais nos falar

— Eu sei, mas se você precisar de algo eu vou te ajudar, Mel - Ele responde. A forma como ele pronuncia meu nome faz meu coração bater forte.

Respiro fundo, sem saber o que responder. Bayer não merecia minha atenção depois do que me disse hoje mais cedo. Se ele não quer contato, então não terá.

— Então? - Ele pergunta

— Vou embora com Adam - Respondi seca.

— É sério isso? - Ele perguntou rindo

— Qual é a graça? - Pergunto irritada

James dá mais um passo, colando seu corpo no meu e me prensando contra a parede. Minha respiração exala em surpresa e meu corpo reage imediatamente ao seu toque.

— Nada... só acho que não é o que você realmente deseja - Ele sussurra em meu ouvido. Filho da puta.

Ele afasta seu rosto de meu ouvido e encara meus olhos profundamente, com um sorriso convencido no canto dos lábios. Agora que eu estapeio esse homem.

Se ele acha que vai ficar desse jeito está muito enganado. Eu não sou a submissa aqui, quem iniciou isso tudo foi ele. Aproveito que estou bêbada e tomo coragem.

Empurro seu peito com as mãos até que ele encoste na parede oposta do corredor. O sorriso convencido some de seus lábios, dando lugar a uma expressão de desejo. Colo meu corpo no dele, e bem devagar, passeio meus lábios por toda a extensão de seu pescoço. Ouço ele suspirar.

Deposito alguns beijos e mordidas ali enquanto puxo os cabelos perto de sua nuca. James aperta minha cintura com força e respira pesado em meu ouvido. Pressiono minha cintura com força contra sua ereção.

— Porra... - Ouço ele resmungar baixinho.

Me afasto bruscamente e ele me olha completamente perdido, com a respiração descompassada. Agora sou eu quem sorri convencida.

— Acho que é você quem não pode ter o que realmente deseja, James - Eu digo, enquanto ele me olha perplexo - Adeus, xerife.

Me virei sem esperar respostas e saí dali, sentindo seu olhar queimar em minhas costas.

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Paixão Suspeita (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora