10. Chuva

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JAMES BAYER

Após a ligação de Melanie toda a questão de beijo e confusão em minha mente se dissipou e deu lugar a uma fúria que me levou diretamente para a delegacia. Eu vou pegar o desgraçado que matou Gustav River e vou resolver esse caso.

Algo me diz que esse caso vai muito além de um simples homicídio. Alguém de dentro da delegacia está vazando informações, alguém está querendo que Melanie pareça culpada. 

Entrei na minha sala e dei de cara com Franz sentado na minha cadeira, ou devo dizer sua antiga cadeira.

— Ótimo, precisava mesmo falar com você Franz - Exclamei agitado

— Por onde andou Bayer? - O velho se virou pra mim sério, com um tom acusatório - Você sumiu e temos um homicídio pra resolver, não sei se você sabe da importância do cargo que ocupou

— É claro que sei - Respondi sério - Eu estava cuidado do caso, investigando. - Ele continuou me olhando desconfiado. - Inclusive tenho algumas coisas pra tratar com você

— Pois diga - Me sentei na cadeira em sua frente

— Primeiro preciso saber quem teve acesso ao interrogatório de Adam Groover essa manhã

— Por que?

— Alguém daqui de dentro está vazando informações pra mídia e isso atrapalha a investigação

— Com todo respeito Bayer - Ele riu - A mídia sempre fofoca coisas, além disso a cidade é pequena, as pessoas comentam.

— Mas não pode ser coincidência que tenham apontado Adam com cúmplice no dia do seu interrogatório

— Várias pessoas tiveram acesso ao relatório e à gravação, infelizmente não posso fazer nada, acho que podemos focar em coisas mais importantes

— Quem o entrevistou? - Perguntei sério

— Eu. Está insinuando algo?

— Não, só queria saber - Respondi com um sorriso falso.

— E o que mais você precisa me dizer?

— Melanie quer uma ordem de restrição contra os repórteres que estão praticamente bloqueando sua casa todos os dias

— E o que eu tenho a ver com isso? - Respondeu rindo enquanto acendia um cigarro. 

— Ela teria que entrar na justiça e demoraria muito tempo pra conseguir. Você tem contatos na mídia, poderia falar com eles, eles te respeitam

— E por que eu faria isso?

— Porque é nosso dever protegê-la até o julgamento - Respondi já ficando irritado - Você parece não gostar nem um pouco dela, você não sabe se ela é culpada

— E você parece gostar até demais dela Bayer - Respondeu se levantando - Eu tomaria cuidado se eu fosse você.

— Só estou fazendo meu trabalho - Me levantei ficando cara a cara com ele

— Vou ver o que posso fazer - Franz respondeu com certa relutância soprando fumaça no meu rosto. Em seguida se retirou da sala.

Suspirei fundo e sentei em minha mesa, começando a pesquisar tudo que eu podia sobre Gustav River.

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Minha mesa já estava toda coberta por fotos, documentos e papeladas. Gustav era uma pessoa complicada, com várias passagens pela polícia e eu ainda não conseguia conectar aquelas pontas soltas e achar um suspeito, mas eu ia conseguir.

Paixão Suspeita (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora