Meu Verdadeiro Conforto

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A cada dia essa coisa me possui ainda mais. Pode não ser perceptível, mas eu sei que aos poucos, ela está tomando conta de mim. 

Até quando terei que suportar isso?

— .. Ei, você está bem?

— Hein...? — Tentei me recompor, porém ainda com a cabeça dentro do cesto. De qualquer forma, aquela voz não me era estranha, tinha quase certeza que a conhecia.

Não queria ver quem era, ao mesmo tempo que queria, e se for um conhecido que não gosto? Ok Basil, você vai ser um completo estranho se apenas continuar com esse cesto na cabeça.

Certo, lá vou eu. Aos pouquinhos removi o cesto, mas prossegui com os olhos completamente fechados.

— Basil?.. — A outra voz saiu levemente tremida desta vez.

Ansioso e sem qualquer paciência restante, abri os olhos.

Eu não conseguia identificar qual emoção estava sentindo no momento, se era arrependimento, felicidade ou sei lá.

Sunny estava á minha frente.

Antes de conseguir pensar em qualquer coisa, eu apenas quis chorar, e assim o fiz. Era como uma criança, estava chorando de soluçar. Não tinha certeza se aquilo era real, mas ansiava para que não fosse apenas minha imaginação me pregando uma peça. Antes que caísse de joelhos no chão de tanto chorar, pude sentir seus braços rodearem meu corpo, recebi um quente e confortante abraço do maior.

— Me desculpe por ter ido.. Acho que arruinei tudo. — Falou baixinho sobre meus ombros.

— V-Você não tem c-culpa! Por favor n-não pense isso... — Soluçando, o abracei de volta fortemente, fechando meus olhos.

Meu corpo parecia totalmente caloroso por dentro, me sentia dentro de um vulcão de emoções. Estava esperando tanto por isso, mas nunca estive preparado de verdade para tal momento. o choro foi embora lentamente, mas não quis o soltar de forma alguma. Tinha um terrível medo de o perder novamente. Me sentia totalmente inseguro, era como se qualquer mínimo movimento que eu fizesse, influenciasse e poderia mudar meu destino drasticamente. Era isso que eu mais temia.

Mas eu não deveria pensar tanto nisso, o importante é que finalmente ele está aqui.

— E então.. Como estão as coisas? — Questionou, minimamente tímido.

— Bem.. — Não queria o decepcionar com a resposta, mas também não queria mentir. A verdade dói, e muito. Mas se não for dita, pode doer ainda mais, e muitas vezes pior. — Estão meio.. Bagunçadas... M-Mas não se preocupe! Vamos apenas arrumar as coisas que saíram um pouco do lugar.

— Entendo..

— Você precisa ir pra casa muito cedo hoje? Podemos passar um tempo juntos.

— Por mim tudo bem! Aqui no piquenique?

— Claro! — Falei com um grande sorriso estampado no rosto. — Tenho algo para você.

Me sentei no tapete de pano com estampa vermelha quadriculada, que sempre ficava no mesmo canto que estávamos acostumados a ficar.

Como eu derrubei as coisas, ficaram certamente deformadas. Porém ao menos comestíveis, não entraram em contato com o chão diretamente.

— Esse sou eu? Minha cara ficou muito engraçada! — Apontou para um bolinho que eu tentei fazer seu rosto, gargalhando.

Tinha ficado bom! Mas o chão fez o prazer de estragar.

Mas isso não importava, eu.. Estava ouvido sua risada novamente. Era realmente como música para os ouvidos. Me sentia tão calmo e relaxado, que poderia até mesmo voar, de tão leve. Sunny é meu melhor amigo há tanto tempo, mas é como se não tivessemos passado tanto tempo juntos. Então sinto vergonha de fazer ou perguntar qualquer coisa, não quero invadir seu espaço.

Kiss - SunnybasilOnde histórias criam vida. Descubra agora