Sentimentos Dolorosos

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Sinto-me um pouco estranho com Sunny. Não sei se é algo que eu deveria levar a sério, porém, sempre quando estou com ele eu me sinto mais... Diferente, de certa forma. Eu não sei explicar exatamente, mas me sinto mais feliz, mais tímido que de costume, meu corpo fica mais quente e tenho uma sensação maior de bem-estar quando estou apenas com ele. É quase que um misto de diversos sentimentos, todos jogados em um liquidificador e misturados. Minha cabeça parece rodar quando preciso dizer algo á ele.

Ainda não sei o nome exato, mas talvez não seja o sentimento amizade que eu bem conheço.

Eu gosto dele, realmente gosto muito, ele é meu melhor amigo! Mas às vezes sinto um pequeno vazio, como se algo estivesse faltando. Dói um pouco em pensar nisso, porém, também não sei o que deveria usar para preencher. Só espero não fazer nada errado e acabar o machucando, não me importo muito comigo, a prioridade é que Sunny fique bem.

Apenas não me aprofundei muito em pensar nisso por conta da semana de provas que tivemos no colégio, então acabei ficando com a cabeça ainda mais cheia.

Eu gostaria de ser corajoso para dizer tudo que há dentro de mim, realmente queria soltar tudo e tirar essas coisas ruins que me incomodam. Talvez esse dia chegue, espero que seja rápido.

Gostaria de saber o que ele sente também.

Ah! Dói demais, é como se meu coração estivesse se despedaçando lentamente para me torturar.

Hoje combinamos de todos nós do grupo ir almoçar na casa de Sunny e nos distrair fazendo algo pelo resto da tarde. Eu já me encontrava na frente de sua porta, ansioso como sempre. Minhas pernas tremiam um pouco, pensava realmente se deveria apertar a campainha ou não. É algo bem simples de se fazer, mas devido à última noite que dormimos juntos me sinto mais intimidado para o encontrar novamente.

Eu acredito que já estava na frente daquela porta a pelo menos quarenta minutos, tentando me encorajar de ir de uma vez. Minha mão até que ficou bem próxima da bendita campainha, mas no fim das contas não consegui, e apenas fui surpreendido por um Kel totalmente elétrico que foi apertando a mesma por um longo tempo enquanto também batia na porta, fazendo uma verdadeira baderna.

— Abre aí que eu 'tô com fome! — disse o mesmo, pulando agitado.

Ri baixo, de certa forma agradecendo sua chegada, não sei por quanto mais tempo continuaria ali na frente se não fosse por ele. Talvez até mesmo teria desistido e dado meia volta para casa.

A porta se abriu lentamente, e uma cabeça levemente se mostrou para observar quem estava do lado de fora, podendo ver pelos longos cabelos pretos que caíram, pude perceber ser a Mary.

— Mas que bagunça é essa? — confirmando quem éramos nós, abriu a porta por completo, saindo de trás da mesma.

— Saco vazio não para em pé, quero meu rango'! — adentrou a casa sem mais nem menos, parecendo um verdadeiro leão faminto, esse garoto ficou em cativeiro por acaso?!

— Oi Mary... É-é... Desculpe por ele!

— Ah que nada, ninguém pode segurar o Kel mesmo. Entra! Só faltavam vocês dois. — se moveu para o lado, me dando espaço para entrar enquanto sorria alegremente.

Logo fiz o solicitado, entrando devagar. Ah! Que bela nostalgia, fazia um bom tempinho que eu não vinha aqui. Não que eu seja tão velho assim, mas já tinha tempo. Confesso que estava andando ainda mais lento de propósito, minha barriga esfriava de pensar em falar com Sunny novamente.

Mas antes que nem sequer pudesse pensar direito, Mary provavelmente percebeu que eu era uma preguiça ambulante e foi me empurrando pelas costas, me fazendo andar mais rápido juntamente a si.

Kiss - SunnybasilOnde histórias criam vida. Descubra agora