47. Tamlin - Sonetos

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A Corte Primaveril sempre foi uma das mais belas. As flores e a terra tão viva era o motivo de alegria de muitos. Mas, era impossível as ver bem durante essa época.
A cor já não era mais tão vibrante.
O sol não era radiante.
A grama não era fofa e linda.
Tudo poderia ser cinza e desgastante de se olhar, graças ao Grão-Senhor que tão acabado poderíamos encontrar.

Os erros cometidos por ele o crucificaram. A obsessividade. A loucura. O medo. Tudo isso e mais um pouco poderia ser o motivo do colapso de Tamlin.
Porém, certamente. Isso nunca poderia explicar o que o mesmo fez para Feyre, A Quebradora de Maldições.
Amarantha havia quebrado ele por 49 anos. E ele conseguiu ser mais destrutivo para alguém que amou do que a rainha feerica.

O amor de Tamlin era problemático. Enigmático. De forma que nem ele entendia as coisas que fazia. Seja com o amigo, que tanto colocou em situações complicadas, quanto para si mesma ou qualquer pessoa que queira se envolver.
Era curioso também.
Talvez fosse uma maldição já concedida pela família.
Uma maldição que teve que carregar e por isso o ódio o faz despencar.

Ele se lembra perfeitamente, de tudo que Rhysand o proporcionou. Os treinos que o ajudou. As fugas que o fez respirar. E até hoje guardava as armas illyrianas e técnicas que havia recebido. Mesmo que não fosse digno de tanto.
O pai, conseguiu estragar tudo de bom que havia nele e com ele. E não foi preciso muito esforço para isso.
As atitudes tomadas pelo seu parente o guiavam para um penhasco.
O assassinato da irmã e mãe de Rhys. Algo que ele não queria fazer. Não fez. Mas se responsabilizou.

Tamlin gostaria de saber pedir perdão. Depois de séculos. Era difícil para si, mas sabia que seria ainda mais quando Rhysand recebesse o que tanto guardou, até agora.
Até quando finalmente teve coragem de devolver aquilo que realmente pertencia a ele.

A caixa de madeira estava fechada. Duas caixas iguais e grandes. Dentro delas jazendo o que o Grão-Senhor da Corte Noturna tanto procurou para que pudesse finalmente ser ele mesmo, sem remorso de si mesmo.

Uma reunião foi convocada. A mansão estava destruída mas não se importava com as aparências.
Estava acabado mas sabia que ninguém poderia se importar com alguém que era tão desprezado.

E talvez o Caldeirão o estivesse pregando uma peça quando dedicou não fazer arrumar tudo logo naquele dia.
Quem o diria que lhe conheceria nesse momento?

O recebimento do Círculo Íntimo na Corte Primaveril foi complicado. Os olhos de Azriel e Cassian estavam sobre o louro durante todo o tempo, avaliativos e ameaçadores. Mor não era diferente, como uma víbora preste a atacar.
Rhysand, tinha uma máscara. Feyre, ao seu lado, igualmente.
E você, Pheme.

Tamlin poderia ter jurado estar louco ao lhe ver. Tão bela e perfeita. Perigosa como uma faca, a presença leve como uma pena.

"Porque me convidou?"
O silêncio foi quebrado. Rhysand estava a olhar para os olhos de esmeralda. Sem emoção superficialmente. Mas havia tanta dor lá no fundo.
"Eu preciso... Lhe devolver algumas coisas."
A voz saia cortada. Meio fanha. O Grão-Senhor balançou a cabeça negativamente, ignorando os pensamentos sobre a sua presença tão forte.
Para esquecer, guiou Rhys pela mansão. Ele sendo acompanhado até o escritório. Destruído desde a última vez que Feyre ali pisou.
"Não irei entrar."
A Grã-Senhora avisou. Receosa e ao lado de fora quando todos já haviam adentrado.
Rhysand quase recuou, quando você tocou o ombro dele e o afastou.

"Ficarei lá fora com ela."
Sua voz era angelical e calma. Os passos foram firmes enquanto saia e sorria de forma tão genuína e amigável para Feyre. Tomando o braço dela e indo para o jardim com a mesma.

Oh, como Tamlin passou a amar o céu noturno naquele dia. Desejaria sempre ter um cheio de estrelas, para lembrar da sua forma onipresente dentro da mente dele.

◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora