◕݂ࣨ 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.

94. Feyre - Alone Again

Como que tanto tempo havia passado e tão rápido? Não reparou nisso, apenas sobrevivia a cada dia que se passava.
O peito podia estar apertado mas aguentaria, precisava fazer isso.

Naquele mesmo terraço, ali estava ela.
Reluzente com o vestido branco... Tão perfeita.
Extremamente linda.
Estava do mesmo jeito do que o ano passado.
Utilizava dos mesmos acessórios e mesmo penteado.

Mas infelizmente estava sozinha agora.
A guerra conseguiu levar o bem mais precioso de Feyre, seu amado.

Rhys se fora.
E a deixou naquele mundo sabendo que seria capaz de tudo e mais um pouco.
Mais uma vez a Archeron teve de seguir sobrevivendo.

Dia após dia servindo apenas para ser Grã-Senhora da Corte Noturna. Ela não tinha mais o brilho da vida consigo.
Estava quebrada.

O Círculo Íntimo se encontrava parecido, porém ninguém iria sentir a dor que nem a mesma.
Aquele vazio, o vácuo reluzindo, o sentimento horrível de quando tentava puxar o laço despedaçado.
O pânico de não ouvir a voz ou a risada.
O modo que ficava solitária na cama durante a noite, apenas com a escuridão que tanto o lembrava.

Encarou a imensidão e observou as estrelas começarem a cair. Os joelhos falharam e os olhos arderam.
Será que ele estava ali? Passando e a vendo?
Será que estava feliz com a irmã e com a mãe?
Será que ainda a amava?
Será que ainda lembrava de tudo que viveram?

Será...?

Acabou para abraçar a si mesma, começando a gritar para o céu.
Não se importava se estava gritando para o mundo e se todos lá embaixo estavam ouvindo.
Ela precisava disso

"Porque?! Por que você foi embora?!"
Balançou a cabeça negativamente, balançando pra frente e para trás.

"Eu ainda sou sua coisinha cruel e travessa... E estou aqui"
Sozinha, era isso que queria dizer.
Mordia os lábios freneticamente, se machucando e se curando.
"Todos os dias eu acordo e olho pra tudo isso, toda essa dor, esse desespero e penso porque continuar. Eu juro que estou me mantendo firme, estou tentando... De todos os jeitos..."

Com a cabeça nas nuvens ela permanecia cada segundo, pensando em Rhysand. Pensando que só a Mãe sabia onde ele estava agora.

"Como eu... Como eu vivo de novo? Como... Como posso fazer qualquer coisa novamente? Eu preciso de você. Eu preciso!"

O choro machucava qualquer um. E sabia que estava sendo observada, não se importava.
Morrigan apareceu, a chamando.
E foi o tempo de virar que aconteceu.

Uma estrela a atingiu.
Com tanta força que quase a derrubou.

"Ele está aqui."
Mor sussurrou, observando a amiga com um sorriso no rosto.
"Você pode se despedir..."

Feyre agora sabia entretanto não queria acreditar.
Escorregou até o chão, segurando aquela gosma estranha entre os dedos e sentindo escorregar.
Ela só queria senti-lo.

Entendeu que não podia, não novamente... Nunca mais.
Então se expressou desenhando.

"Eu fico acordada a noite toda. Dizendo a mim mesma que estou bem. Querido, eu só queria te ver... Sinto sua falta, Rhys. Mais do que tudo. Mais do que a mim mesma."
Não queria saber do que estava fazendo e nem notava mais aos arredores.
"Você mentiu pra mim..."

Um soluço saiu de dentro dela, pela primeira vez um alívio.
Havia sentido uma resposta. Um arder nos dedos em que tocava aquele brilho.
Não sabia se ele estava se despedindo, não importava.

Ela havia sentindo Rhysand.

"Por favor, não me deixe..."
Implorou, baixinho, se curvando e beijando aquele brilho.
E novamente sentiu o arder.
Feyre fechou os olhos e se permitiu chorar ainda mais, como uma criança.
Aliviando tudo o que estava guardado a tempos.
"Por favor..."
Mais uma vez tentou.
Apertou aquele brilho e utilizou dos poderes de cura.
Utilizou tudo.
"Por favor, volte pra mim..."

Feyre concentrou tudo o que sentia. Todas as dores. Todos os amores.
Mostrou para a Mãe, para o Caldeirão.
Abriu a mente para verem as noites dela.

Mentalizou o jeito que muitas as vezes colocava a música de Velaris para tocar e se imaginava dançando com Rhys pelo quarto, rindo e o beijando.

"Por favor... eu peço novamente. A qualquer um. Não importa quem esteja me ouvindo. Eu nunca tive a chance de dizer um último adeus. Eu tenho que seguir em frente mas dói tentar. E eu preciso dele.... Por favor, ele é minha vida... Por favor, por favor, por favor..."

Fechou os olhos novamente e sentiu algo segurar sua mão, apertou com força, não sabia quem era.
Mas foi abraçada por braços fortes então imaginou que foi algum dos meninos.

"Eu prometo, eu faço um acordo, não sei... Não sei de nada mas preciso dele. Por favor, me dêem de volta o amor da minha vida."
Um carinho foi feito nos cabelos de Feyre. Tão bom que ela se aconchegou contra os braços daquela pessoa.
Agradeceu por ela não estar falando nada. Precisava ser ouvida novamente.
"Eu não posso imaginar minha vida sem ele. Sem aqueles braços. Sem aquele rosto... Sem o coração puro dele. Não... Não posso sobreviver assim. Eu não consigo. Nunca conseguirei, não importa o que eu faça, o que tente..."

Feyre respirou e lançou a cabeça pra trás. Limpou o rosto e então uma última vez falou dentro da mente com a Mãe. Esperando que ela ouvisse.

Em menos de um segundo, abriu os olhos assustada e encarou o que estava a sua frente.
Se pondo a chorar novamente.

"Sabia que sentiria minha falta, querida. Mas não imaginava que seria tanta."
Brincou ele, rindo e limpando as lágrimas dela.
Aqueles olhos... Não imaginaria que veria novamente, mas agora, ao encarar a cor roxa, parecia se encontrar no paraíso.
Feyre lançou-se contra ele, abraçando com força o corpo e então olhou para trás. Vendo todos com um sorriso no rosto.

Ninguém atrapalhou o momento deles.
"Os deuses te escutaram, meu amor... Me deixaram voltar por você... Por nós. E pelo futuro."
Rhys se afastou um pouco da mulher, apenas para segurar o rosto tão magnífico e agora inchado pelo choro... E então a beijou.

E para Feyre, era como voltar para casa. Estava completa agora.
Aquele vácuo? O vazio? O silêncio? Havia sumido e sido preenchido por estrelas.

O amor dela era tão forte e absurdo que venceu barreiras inevitáveis.
E Rhysand também, esbanjando daquele mesmo sentimento, retornou junto da mãe e da irmã, que a todo tempo torcia por ambos...

Nada poderia ser mais perfeito que tudo de volta e se encaixando.
Todos estavam curados...