93. Feysand and Nyx - Time...

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Ah, eles nunca pensaram que iriam chegar ali e tão rápido.
Parecia que em um piscar de olhos, tudo tinha acontecido e apenas podiam implorar para que o tempo parasse, seria ótimo que isso acontecesse. Assim, poderiam aproveitar mais e mais com o pequeno.

Feyre terminou de arrumar as coisinhas e sorriu para Rhysand, o marido bateu palminhas e riu vendo a lancheira toda arrumadinha do filho.
Ela havia decidido fazer algo costumizado para o primeiro dia de aula de Nyx. A decoração era de diversos bichinhos.

"Não sabia que podia ser tão bobinha assim, Feyre querida."
Com a fala de Rhys, não soube fazer nada além de revirar os olhos.
A Grã-Senhora andou até o homem e o deu um tapa no ombro.
"Me respeite, Rhysand."
"Claro, minha coisinha linda e cruel..."
Ele piscou para a outra, se aproximando para a beijar, puxando pela cintura.

Mas, ambos foram impedidos com gritinhos e passos rápidos.
Nyx chegará na sala como um furacão, com a mochila nas costas e dando pulinhos.

"Olha minha mochila, papai!"
Virou de costas para ele e então fez uma dancinha.
"Vamos vamos! Vamos vamos!"
Começou a gritar, todo animado.

Um sorriso bobo brotou no rosto do casal que admirava apaixonado aquela criança.
Era a junção perfeita dos dois.
E amavam tanto aquele ser que nem podiam explicar.

"Claro, querido. Vejo que está animado..."
Feyre começou, se abaixando na altura do pequeno.
"Até demais! Tome cuidado na escolinha viu?"
Rhysand bagunçou os cabelos da cria.
"Se mexerem com você, ative a pose de Grão-Senhorzinho, eu permito."
O verdadeiro Grão-Senhor demonstrou como se fazia, fechado a cara e ficando sério.

Porém, quando Nyx tentou imitar, pareceu a coisa mais fofa de todos os tempos.

Com a mochila da escola na mão... Ele sai de casa de manhã cedo, com o pai. Acenando adeus com um sorriso distraído. Feyre não poderia o levar naquele dia e isso doía pelo corpo dela inteiro.
Ela o via partir, com uma onda daquela tristeza bem desconhecida. O peito se apertou então logo se sentou um pouco.

"Eu tenho esse sentimento, Rhys... O sentimento de que eu o estou perdendo para sempre."
Disse para o marido, utilizando do laço.
Lágrimas dominaram e embaçaram a visão da mulher.
"E sem realmente entrar em seu mundo, não vou mais fazer parte, entende? Ele... Vai realmente conhecer tudo e não quero isso..."

Quando menos esperava, já estava chorando e enviando imagens de si mesma desse jeito para Rhysand.
A preocupação ondulou o laço e receio também.
Doía tanto nele quanto dela.

Odiariam que Nyx visse o lado ruim desse mundo existente. O mal que eles lutaram contra e venceram, mas que sabem que uma hora voltaria.

Não queria que o filho tão amado visse tal coisas e muito menos escutasse as histórias brutais.

"Não se preocupe comigo, amor. Fico feliz quando eu sei posso compartilhar das risadas dele ainda, ouvir suas histórias e tudo mais..."
Um suspiro apaixonado saiu de Feyre.
Ela amava tanto aquele garoto. Era algo anormal.

"Esse menininho engraçado..."
Rhysand retribuiu, enviando uma imagem de Nyx, sempre o primeiro para entrar, com uma pose séria e tentando segurar um sorriso.

"Pela mão. Ele está... Escorregando pelos meus dedos..."
O choro se intensificou, como um choro manhoso.
"Eu sei como você se sente, querida. Tento guardar cada minuto... O sentimento neles mas sempre escorregam. Porém, isso é bom, conseguimos espaços para novos que viram e pode apostar que serão muitos..."

Ela parou para pensar. Tentou imaginar o tanto que ainda viria e aconteceria.
Levantou bruscamente da cadeira e ficou paranóica.
"Ele vai conhecer alguém! E vai se apaixonar! E vai se esquecer da gente!"

Gritou, tanto na mente quando pessoalmente.
Quase que desmaiou de tão rápido que agiu.

"Feyre! Acalme-se, pelo Caldeirão."
A mulher revirou os olhos e arranhou os pensamentos do marido. Era impossível disso acontecer

"Eu realmente vejo o que está na mente dele? Uma mãe deveria saber né?"
Rhysand não sabia mais o que fazer. Então apenas a deixou falar, quando chegasse em casa, conseguiria ajudar mais.

"Cada vez que eu penso que eu estou perto de saber, mas ele continua crescendo!"
A Grã-Senhora andou um pouco, em círculos, respirando fundo e alisando a barriga grande.
"Por isso que eu falo! Escorregando por entre meus dedos todo o tempo! Entendeu?"

Resmungou, sentindo uma pontada na barriga e olhou para baixo, riu um pouco e viu que o outro bebê agora chutava.
E parecia mágica como tudo aconteceu, no mesmo segundo, Rhysand apareceu.

"Cheguei, minha dama! O cavaleiro está aqui para seu resgate..."

O tempo que ambos passaram foi tão rápido que nem mesmo percebeu. E a todo momento estavam preocupados.

Para que? Eis a questão.
Nyx chegou horas depois, escoltado por Cassian e Azriel. Era um reizinho e deveria ser protegido!

Todos tinham uma noção de que isso viraria uma rotina entretanto, era difícil aceitar.
No dia seguinte, Rhys e Feyre iriam acordar Nyx com beijinhos no rosto e cócegas, dando todo o amor possível.
Veriam o filho e o sono nos nossos olhos dele.
Eles na mesa do café da manhã, brincando e rindo.
Mal acordados, cansados, porém felizes. Deixariam o tempo precioso passar.

Então quando ele fosse embora. Sentiriam aquele estranho sentimento melancólico eum sentimento de culpa que não poderiam negar.

O que aconteceria com as aventuras maravilhosas? Os lugares que tinham planejado para irem juntos e aproveitarem.

Bem, algumas dessas eles teriam tempo para fazer, mas a maioria não. As viagens pelas Cortes, para que aproveitassem os solstícios por Prythian, dançando as músicas juntos.
E o porquê? Simplesmente não sabiam...

"Às vezes eu queria..."
A mãe começou, respirando profundamente. Feyre fez carinho no cabelo do filho agora adormecido no colo da mesma.
"Que eu pudesse congelar a imagem."
Sorriu para o marido que com certeza tinha o mesmo pensamento que ela.
"Tantos poderes e nesse momento, nenhum deles nos serve..."

Feyre se recostou contra Rhysand. Recebendo beijos no topo da cabeça.
"Nunca vamos nos acostumar com isso, não é?"
Ele perguntou.
"Não..."
A resposta tinha um pesar de tristeza. Iriam sofrer em dobro daqui a alguns meses.
O tempo passou a ser o pior inimigo deles e também melhor amigo em muitas ocasiões.

Essa relação de amor e ódio duraria para sempre.

"Aproveitar o máximo, essa será nossa regra a partir de agora. Está de acordo?"
Rhys sugeriu, com um sorriso repleto de felicidade no rosto.
"Com certeza, querido."

Um arder surgiu na coxa dos dois. A tatuagem subiu até o ventre deles e era linda. Um arabesco simplesmente perfeito.
Feyre não se aguentou e beijou o marido, profundamente e demonstrando todo o amor que sentia. Algo puro e para toda vida.

◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora