60. (Especial) Faye - The Beginning of The End

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Como especial, já que vocês merecem muito. Vou trazer o último capítulo da Faye aqui nessa fanfic.
Agradeço aos 60k de leituras.
Eu amo demais vocês.
Me desculpem por ter sumido, não estava muito bem e tive alguns motivos... Profundos.
Mas não morri! Vou voltar com tudo.
Espero que gostem desse cap.

Prestem atenção no final, inclusive...

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Criada por lobos e vozes. Uivando junto deles todas as noites e profundamente adorando a lua. Isso talvez é tudo o que a resume.
Filha do silencio e das estrelas. Eternizada em nebulosas como uma explosão de emoções.
É o espaço entre cada pagina, a musica em cada acorde e cor em cada tela.

Era isso com que se deparavam.
Quem sabe qual seria a verdadeira forma dela?

Um vicio da antiguidade, uma forma de testemunho verídico do significado de Selvagem.
Ela era os murmúrios de medo.
Era o tempo. Uma criança, uma jovem, uma adulta, uma idosa...
Ela podia roubar suas horas, transformar os dias em noites, era o único legitimo fato que tínhamos.

"Bem-vindo à tempestade, eu sou o trovão."
O sorriso cínico no rosto de Faye era também puramente felino.
Como uma besta saindo aos poucos.
"Repense em todos os horrores que já cometeu, os cante abertamente, assim não sofrera com as atitudes horríveis que propagou achando que o mundo era apenas teu."
Ela umideceu os lábios ao ver os soldados hybernianos estremecerem.
A linha de frente de Hybern era fraca perante ela.
Tão fraca quanto o líder da mesma.

Alguns soldados não ousaram combater aquilo.
Por puro medo.
Não de Bryaxis.
Não da Tecelã.
E muito menos do Entalhador.

Puro terror dela.
E daqueles olhos tão profundos que Faye Archeron tinha.

"Lembre-se de mim..."
Os olhos dela são a prisão daqueles que tanto amam a solidão.
Seus beijos o castigo para os que adoram o perigo.
Promessas são dadivas e o pagamento desejado são somente suas lagrimas.

Tudo isso era realmente o que Faye sempre foi.
Complexa.
Vazia e tudo ao mesmo tempo.
Pura e suja.
Tantos paradoxos perfeitamente encaixaveis.

E todos os acontecimentos que já viveu. Foi apenas para aquilo.
Para o que faria agora.

O mundo poderia desabar.
E com certeza o faria com todo o poder que receberá.
Nem Jurian, nem Feyre.
Nem Rhys ou Nestha.
Ninguém a pararia naquele momento...

Ela avançou
Com o fogo no olhar ela avançou.
As unicas estrelas que restavam no céu desapareceram ofuscadas pelo brilho que a mesma emitia.
Ela não temia mais nada..

Nem a si mesma.
Sabia como controlar.
Como obter mais.

"Eu venho lhe observado a um tempo..."
Ela ouvia. Não de si própria talvez.
Daquela pessoa dentro de si.
Daquela que nascera para ser.
"Um fundo de ardor em meio a tanto frio."
A voz era atraente.
Uma voz reconfortante. Como de uma salvadora do futuro que deveria ter.
"Não posso parar de olhar para seus olhos."
Ela sorriu e mexeu os dedos.
A fumaça vinho saindo.
Se esgueirando em direção a linha Hybern.
Ela ouviu o grito desesperado de Feyre.
E não recuou.
"Uma miragem perfeita ao oceano mais profundo..."

Aquela maldita fumaça encheu os pulmões dos homens a sua frente.
Ela retirou qualquer resquício de vida que tinham.
Retirou tudo para si. Para desejo e contentamento próprio.
"Escondendo grandes mistérios. Uma imensidão."

Ela agora ignorava a voz.
Sabendo qual era o jogo proposto pelo Caldeirão.

"Cuidem do resto. Hybern é meu."
A voz era tão quente e fria.
E foi em um tom baixo, mas todos conseguiram ouvir, mesmo em meio aos gritos gruturais dos homens.

Seus olhos de oceano...
Me fazeram afundar em meio a anseios.
A áurea ardente, presente dentro da face impetuosa e fria.
Faye, esse é seu nome, aquela que apresentava uma alma contraditória a sua aparência; se cada traço de seu rosto pudesse transparecer paz, poderia afirmar, é o diabo escondido dentro de um anjo.

A habilidade passiva da mesma, tende a fazer todas admirá-la, mas tão forte que também, a temer.

Ela, era a profanação que gostaria de ousar cometer todos os dias.
A perfeita perdição ao anjo caído.
A deusa que todos adorariam.

Isso era como uma cantiga, que deveria e seria espalhada quando com um movimento repentino. Toda e qualquer barreira mágica dos inimigos caíram.
A magia era tão forte e profana que uma somente proteção dela a Prythian era como imunidade a tudo.

E era realmente isso.
O medo não vinha só do alheio. Mas também do aliado e do criador.

A mais pura verdade para tudo isso. Todo esse imenso poder.
Sempre seria cada parte de memória que tinha.
Tudo nela era refletido também em sua pessoa.

Enterraram o coração da dama debaixo de árvores.
Mas se esqueceram que o vento viria uma hora ou outra para elevar a alma e a fazer descansar.
O espírito foi espalhado por todos, como um bando de corvos.

O mais impressionante é pensar que tudo acontecia desde o nascimento. A negligência interna e externa.
A forma que se doava por todas.
O amor imenso por quaisquer pessoa menos a si mesma.

Quando jovem, ainda podia se dizer que tinha um calor intenso. Os cabelos de fogo faziam jus ao ser que sempre viria a ser.
Qualquer um viria e também se iluminaria com aqueles olhos.
Os beijos dela podiam te dar a vida.

Tudo isso para que fosse apagado. Por si mesma.
Por Amarantha.
Por Nestha. Por Elain.
Por Tamlin. Por Lucien.
Por Hybern. E de certo modo, até por Feyre.
Tentaram a enterrar e a apagar.
Mas ela nunca iria morrer.

Podiam enrolar as raízes em todos os ossos.
Mas ela brotaria e reflorastaria tudo ao redor. Mesmo que com coisas mortas.

Quando eles chamarem o nome dela.
Aquele nome tão antigo.
Com uma história tão sombria quanto o ser que a habitava, diferente da luz que surgia sobre a gêmea.
Observem a sombra que se formará em uma chama dentro de sua lareira.

Você pode enterrar aquele corpo, mas ela nunca iria realmente morrer.
Na calada da noite.
Iria perder essa corrente.
Iria e vai correr e correr e correr e correr....
Ela estaria e vai ir buscar novamente.
Como uma vingança.

Até porque, não adianta fugir dela.
O pagamento é sangue sobre sangue...
E de certo modo, não há como fugir de si mesma.

Não quando o maior pesadelo está no reflexo.

O poder é uma dádiva.
E também uma lástima.

Para Faye Archeron, foi uma vitória.
Uma merecida e tão falha que se tornava perfeita.

A vitória não vinha apenas dela também.
Mas em algum momento. Viria da reconstrução que iria fazer no interior.
Viria do amor que após a guerra tentaria viver.

O perdão que viria a recorrer.
A paz que tentaria ter.
As escolhas que iria repensar ao fazer.

Ela tinha muitas coisas para fazer, apenas com a finalidade que parasse finalmente de sonhar acordada. Temer a própria sombra. Tremer no escuro. Ter falta de ar em ambientes fechados.  Olhar para a gêmea e ver que não é mais daquele jeito. Olhar para o parceiro e relembrar de Hybern e de Amarantha..

Ela tinha muito a fazer.
Muito a superar e viver.
E depois dessa guerra.

Depois de avançar.
Não morrer e sim matar.
Não sentir o próprio sangue mas sim o alheio e daqueles que mataram parte das irmãs dela.

Depois disso...
Ela iria finalmente ser ela mesma.

Com a família. Com o amante.
Com o papel que sempre teve escrito por ela mesma.

Faye Archeron assumiria o seu trono como Grã-Rainha e como Mãe. Mãe do Caldeirão. Mãe dos Feericos. Mãe do Destino. Mãe da Noite. Mãe do Dia. Mãe do Crepúsculo. Mãe do Inverno, Outono, Primavera e Verão. Mãe da Criação. Mãe da Destruição. E por fim... Mãe da Reconstrução e Proteção.




◕݂ࣨ  𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora