Cap 2 Não mais só !

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Carlisle pv

















As coisas continuavam piorando nos E.U.A.  As semanas estão passando, e a situação nos hospitais de Chicago, piorando muito.
As infermarias estavam superlotadas, as pessoas estavam morrendo nas ruas, literalmente em busca de atendimento.
Tendas do exército se erguiam todos os dias para servirem como hospitais de campanha, e não estavam dando conta.
Não tinhamos tantos médicos e infermeiras para cuidar dos infectados.
E são milhares. Todos os dias.
Nos hospitais não param de chegar infectados e a cada minuto chegam mais.
Agora pouco, havia chegado uma família. Os Masen.
Pai, mãe e filho, acometidos pela gripe espanhola.
Eles estavam muito debilitados, tanto. Que uma hora depois de ter dado entrada no hospital.
O pai, Edward Masen Jr, veio a óbito.
Sua esposa, Elizabeth Masen, é uma mulher de coragem.
A vi se despedir do marido com muito amor.
Porém, enquanto eu andava pela infermaria verificando os pacientes. Eu via seu olhar atormentado se dividir entre o filho moribundo, e eu.
Parecia que ela queria me dizer alguma coisa.
O que se tornou verdade quando o filho no leito ao lado, deu um suspiro arquejante em meio a uma crise de tosse e delírios.
Ela me chamou em despero.

__ Por favor.  Por favor doutor faça...alguma coisa. Salve o meu filho__Elizabeth implorou.

__ Sra. Masen, eu lamento pelo seu marido. E acredite, estamos fazendo todo possível para salvar os dois. Mas o hospital está superlotado__falei.

__ Não doutor, por favor. Eu sei que pode salvá-lo.
Os outros médicos não tem essa  capacidade, mas o senhor pode.
Eu sei...__ ela interrompeu o que dizia num suspiro profundo__...o que você é, doutor...mas sei que é bom.
Eu não me importo comigo, em breve vou me juntar ao meu marido.
Contudo, eu não suportaria perder meu...filho.
O senhor pode salvá-lo doutor.
Sei que meu menino estará diferente, mas vai viver__ Elizabeth fitou o filho no outro leito e voltou a olhar para mim com os olhos rasos d'agua.
Como ela sabia o que eu sou?

__ Me prometa doutor. Me... prometa que vai salvar o meu Edward, que ele vai viver.
Prometa a essa mãe, que...vai salvar seu único filho__Elizabeth sussurrou me fitando muito fragilizada.
Eu estava penalizado por esta mulher.
Ela sabia que não iria sobreviver, no entanto, se preocupava que filho fosse salvo.
De alguma forma, ela soube sobre mim, e sabia que eu podia salva o jovem Edward.
E pensando muito no seu último pedido, respondi.

__ Eu prometo Sra. Masen. Te dou a minha palavra que vou fazer de tudo para ajudar seu filho__eu garanti.

__ Obrigada. Muito...obrigada doutor. Eu posso partir deste mundo...feliz, sabendo que meu filho terá...uma chance__sussurrou Elizabeth fechando os olhos.
Dez minutos depois, ela faleceu deixando seu único filho sob meus cuidados. Sem que ele tivesse conhecimento da morte dos pais enquanto ardia sobre delírios da febre alta.

Durante todos estes séculos de minha existência. Apredi muita coisa.
Consegui ajudar ao próximo com a medicina, minha paixão e orgulho.
O que me permitiu fixar residência em cada lugar que fico.
Mas, é muito solitário!
Não ter alguém te esperando ao chegar em casa, de mais um dia de trabalho. Para te perguntar como foi seu dia.
E se você é um vampiro e não pode dormir. Sobram muitas horas vagando pelos cômodos da casa, até que os primeiros indícios de um novo dia apareçam para ir ao trabalho e me ocupar novamente.
Acho que a solidão, foi um dos fatores que fez com que eu prometesse e concordasse em transformar Edward.

Como eram quase 23:30, e meu plantão acabou há duas horas.
Eu iria para casa "descansar", após ter ficado quatro dias seguidos no hospital apenas tirando "cochilos" esporádicos na sala de descanso dos médicos e infermeiras.
Tirando Edward, a infermaria estava momentaneamente vazia após perdermos quatorze pacientes, incluindo o Sr. e Sra. Masen.
O hospital estava um caos.
Ninguém notou quando eu tirei Edward da infermaria e saí pelos fundos.
Eu corria na noite, pelos telhados das casas, carregando Edward nos braços.
O levaria para minha casa.
Agradeci por sempre morar mais afastado da cidade, por segurança.
Cheguei em casa e fui colocar o adolescente Edward na cama hospitalar que eu tinha no  quarto de hóspedes.
Ele era um adolescente mesmo. Em seguida seu prontuário constava que tinha apenas dezessete anos.
Muito jovem para perder a vida desse jeito.
A febre aumentou e se continuasse assim...
Eu estava nervoso. Concordei em transformá-lo no entanto, nunca transformei ninguém na minha existência.
Tinha experiência de inúmeras coisas, ademais, não disso.
Tinha que agir logo e rápido. Ou não daria tempo de salvá-lo e cumprir minha promessa a sua falecida mãe.
Respirando fundo e desnecessariamente, me aproximei dele.



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