◇ 1 • Nas Estrelas ◇

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7 anos depois...

《◇》• Vitória Foster  •《◇》

A vida as vezes pode nos surpreender. Pode te levar a lugares onde você nunca imaginou. Quando descobri há alguns anos que meu pai era ninguém mais ninguém menos que o Thor, o deus do trovão e um dos Vingadores. Não imaginei que minha vida mudaria tanto e que hoje estaria fora da terra, vivendo em uma espaçonave viajando pela galáxia. Junto com Thor, meu pai. Peter Quill, um cara meio humano viciado em música. Sua namorada Gamora, uma mulher alienígena verde, que já foi considerada a assassina mais perigosa da galáxia. A irmã dela Nebulosa, uma outra azul mal encarada. Rocket e Groot, um guaxinim e uma árvore falantes. E Mantis, uma outra com anteninhas super amigável.

Os Guardiões da Galáxia. Ou melhor dizendo os Asgardianos da Galáxia, como meu pai chama as vezes. Nunca imaginei que acabaria com esse grupo incomum e meio maluco nem que se tornariam minha família.

Ainda me lembro perfeitamente do dia que finalmente conheci meu pai. Daquele dia chuvoso. Quando minha mãe me chamou e eu desci as escadas correndo, animada e curiosa, querendo saber quem era o tal amigo dela. E quando disse que ele era meu pai, que o Thor era o meu pai. Eu mal acreditei mas mesmo assim o abracei. Fiquei tão feliz por finalmente ter o conhecido e o encontrado, ou melhor de ele ter me encontrado.

- Ei faísca, tá fazendo o quê? - Ouço a voz rouca de Rocket me chamar pelo meu apelido.

- Nada demais, porque? - Falo olhando para baixo, para o pequeno guaxinim falante na porta. Lembro que quando o conheci só queria o abraçar por ser tão fofinho, mas ele nunca gostou muito de abraços.

- Seu pai tava querendo saber se já tinha acordado - Fala cruzando seus pequenos braços

- Acordei a pouco tempo, já vou subir - Respondo sentada na cama, que é até confortável. Ele apenas resmungou e saiu - Bom dia pra você também - Tão pequeno e tão rabugento.

Me levanto bocejando e espreguiçando. Olho em volta para o pequeno espaço que chamo de quarto e divido com Mantis. Vou até a pequena janela de vidro e admiro por alguns instantes as milhares de estrelas e constelações. Nunca me canso dessa vista.

- Olha só quem acordou - Ouço Nebulosa falar ao sair do quarto. Ela está fazendo manutenção em seu braço robótico, concentrada. A cumprimento e mais a frente vejo Mantis sentada em um pequeno sofá assistindo algo na TV, que na verdade é um tipo de tela holográfica.

- Tá vendo o quê? - Pergunto me apoiando no encosto do sofá próximo a mulher de anteninhas ao meu lado

- Um dos filmes de seu planeta - Responde me encarando com seus grandes olhos pretos - Porque não assiste comigo?

- Acho que vou assistir - Encaro a tela e vejo que o filme é De Volta Para o Futuro. Um clássico e um de meus favoritos. Não que eu já tenha visto tantos filmes assim tão longe da terra - Só vou lá em cima e já volto

Ela abriu um sorriso e voltou a assistir. Subi as escadas e ao chegar na parte de cima da nave vejo meu pai, Peter Quill e Gamora jogando cartas sobre uma pequena mesa redonda. Enquanto a música Come And Get Your Love toca baixinho no som.

- Bom dia ou boa noite - Comprimento a todos me aproximando da mesa. É sempre difícil saber que horas são quando se vive viajando pelo espaço.

- Ah filha você acordou - Meu pai fala me encarando com um sorriso

- Finalmente, seu pai já tava achando que teria que te derrubar da cama - Quill comenta divertido e encaro meu pai

- Não é bem verdade, mas se você demorasse um pouco mais... - Ele diz fazendo uma careta em um tom brincalhão e rio um pouco - Dormiu bem?

- Dormi sim, estava cansada depois do treinamento de ontem - Respondo esfregando o ombro.

- Imaginei que seria isso - Gamora fala organizando suas cartas - Acha que pegamos muito pesado? - Pergunta me encarando. Séria como sempre.

- Não, nem tanto - Respondo fazendo um gesto - Talvez um pouquinho - Ela dá um pequeno sorriso e volta o olhar para o jogo.

Ontem paramos em um planeta e aproveitamos para reabastecer e treinar um pouco. Quando se está com um grupo intitulado Guardiões da Galáxia, é bom aprender a lutar e a se defender. Tenho treinado com meu pai e Gamora e também estou aprendendo a controlar meus poderes, que despertaram a pouco tempo. É um pouco cansativo mas vale a pena. Um dia quero ser uma heroína, usar meus poderes para ajudar e lutar pelos outros. Proteger aqueles que não conseguem. Assim como meu pai.

- Mas eu aguento - Continuo - Não é pai? - Falo colocando a mão em seu ombro

- Sim, sim - Eles responde sorrindo - Minha filha é forte e saudável - Me encara com seus olhos, um castanho e um azul - Mas é bom sempre tomar cuidado Tori

- Eu sei

- Agora vá comer para repor as energias - Ele diz voltando os olhos para a suas cartas

- É o que vou fazer - Me afasto e deixo o três jogando para pegar algo.

Meu pai sempre se importou e foi muito cuidadoso comigo desde que nos conhecemos. As vezes ele se atrapalha um pouco, fica meio perdido. Mas do seu jeito, se preocupa e ensina quando precisa. Quando eu era menor contava, e ainda conta, histórias de suas batalhas antigas e com os Vingadores. Fala de meu falecido avô Odin, sobre Asgard e das suas confusões com seu irmão Loki. Sei que ele se esforça para cuidar de mim e ser um bom pai.

- Ah Groot! Não te vi aí - Falo ao trombar com a árvore falante de pouco mais de 2 metros a minha frente. No início ficava um pouco receosa de chegar perto dele e sempre me assustava quando o via praticamente plantando em um canto.

- Eu sou Groot - Fala com sua voz grossa me encarando

- Poderia me dar licença - Peço para ele que está justamente na frente do armario

- Eu sou Groot?

- Pra quê? Bom, pra mim pegar algo pra comer, você está na frente do armário - Explico tranquilamente. Groot não é uma das criaturas mais inteligentes e o fato de seu vocabulário se estender a apenas uma frase demonstra isso. Levou um tempo até eu aprender sua língua.

Ele dá um passo para o lado e me lança um sorriso amigável que retribuo. Então abro o armário e pego um pacote de Zagnut, que gosto de chamar de salgadinhos espaciais e no refrigerador um suco de cor azul. Comida alienígena é mais gostosa do que imaginava.

- Haha! Quem é o perdedor agora Thor - Ouço Peter Quill falar animado. Parece que ele ganhou o jogo. Enquanto como tranquilamente meus salgadinhos, assisto ele se levantar jogando as cartas na mesa e fazer uma dancinha da vitória ao som da música de fundo. Meu pai cruza os braços e solta uma risada irônica

- Só ganhou porque eu deixei você ganhar - Ele comenta

- Você só tá dizendo isso porque não quer admitir a derrota - Quill fala sorrindo, provocando meu pai. Gamora revira os olhos. Vai começar. Meu pai e Peter Quill tem uma rivalidade que até hoje não consigo entender, ficam provocando e implicando um com o outro. Na verdade é até divertido assistir as discussões deles.

- Alguém pode ouvir - Um voz fraca chia no rádio da nave interrompendo o momento - Precisamos... Precisamos de ajuda...

Rapidamente Peter Quill vai até o rádio que fica na cabine de controle

- Na escuta - Ele diz próximo ao rádio

- Precisamos de ajuda, estamos sendo atacados! - A voz fala e ao fundo pode se ouvir o som de tiros e do que parece ser um monstro

- Aonde vocês estão? Mande as coordenadas - Quill fala já se sentando na cadeira do piloto

- Vou chamar os outros - Gamora diz já descendo as escadas rapidamente

- Se prepare Tori - Meu pai diz colocando a mão em meu ombro e assinto - Aonde é o ataque? - Se afasta perguntando para Quill

Repiro fundo. Hora de colocar o treinamento em prática. Fazer a parte mais divertida de ser uma Guardiã e filha de um herói. Ajudar os outros e lutar.

《◇》•《◇》•《◇》

Vitória Foster • A Filha de Thor (Fanfic Marvel)Onde histórias criam vida. Descubra agora