Kexing simplesmente queria desaparecer, dar um fim a tudo aquilo, mas não podia, não podia... Porque prometeu a ele.
Mas até quando suportaria até que enlouquece no fim e fizesse o que desejava a tempos? Largar tudo aquilo e ir atrás dele?
Quanto o mundo poderia ser grande para que não o encontrasse se estivesse de fato convicto que poderia?
O mundo era imenso, mas ainda era finito e ele sabia bem disso, porque vagou por muito tempo e por muitos lugares...
O irônico é que nunca encontrava paz; antes vê-lo, no início ainda jovem demais para se dar conta das diferenças, a semelhança dele com Zishu o atormentava. Agora... Ver Zishu o atormentava, pois, as semelhanças com ele o dilaceravam. Sempre perto e sempre de mãos vazias, esse seria seu destino? E se ele quisesse mudar o maldito destino!?
— Ke'er... Não fique assim.
A voz doce de sua irmãzinha soou ao seu lado e Kexing tentou relaxar o semblante para ela, como vinha fazendo desde que voltou ao palácio a pedido de uma carta aflita do rei.
De princípio Kexing não queria voltar, não queria aceitar as desculpas tardias daquele homem que sempre cedia aos caprichos de suas mulheres, contudo... Ele deixou explícito que temia a morte e desgraça e queria ver seus filhos todos juntos uma última vez.
Quando voltou, soube que realmente a saúde do rei se deteriorava, outro segredo daquela família real e por isso... Por isso prometeu ficar até que não fosse mais necessário. E ficou especialmente porque de fato adorava os dois mais novos. Naihe e Xiang eram doces, crianças especiais e que capturam seu coração fraquejante. Porém... E o Zishu?
Seu amor platônico infantil por ele agora se resumia em dor ao simplesmente olhá-lo e ver naqueles olhos preocupação e confusão, porém como um dia poderia explicar sua situação?
Agonia era algo que estava entranhado em seu peito a essa altura, mas ainda dilacerava como da primeira vez... Como quando foi abandonado de vez por aquela pessoa que o fez se sentir impotente diante da inexorável violência que tirava de uma pessoa a chance de viver: A morte. E era por isso que aceitou ir naquela viagem.
Lan Zhan merecia envelhecer ao lado da pessoa que ele escolheu amar e o mundo lhe devia isso depois de tanto sofrimento. Se não podia ajudar a si mesmo, queria ajudar o irmão, afinal suas histórias tinham mais semelhanças do que diferenças, embora o outro jamais saberia disso.
— Ke'er...?
— Estou bem, Xiaxia.
Respondeu dando outro sorriso amável para ela enquanto ambos cavalgavam lado a lado na estrada longa que rumava ao norte.
De princípio seria apenas Lan Zhan e seu marido, Zishu, Xiuming e seu marido e ele, mas Xiang moveu céus e terras para ir junto e não houve homem ou pessoa que a removesse desse desejo e a verdade era que a princesa era uma mulher de muitos recursos e habilidades. Ela sabia cavalgar bem, lutar bem, usava o chicote como uma extensão do braço e desde pequena era tomada como um garoto pelas ruas da capital de Xian. Era uma pequena, mas catastrófica tempestade que ninguém conseguia domar e quando ela disse que podia ser útil na viagem e que iria de todo o jeito, o rei permitiu, mas ele era realmente permissivo com suas mulheres e isso incluía a única filha. Kexing prometeu protegê-la para Yingzheng, porém em seu coração sabia que talvez, ela era a maior protetora daquela pequena comitiva porque Xiang amava demais toda a sua família e não media esforços por eles. Aquela fidelidade toda...
O fazia adorar ela ainda mais.
Ela lhe conheceu depois de moça e ainda assim o tratava como um dos seus irmãos, simples assim. Era família, ela dizia... Família é família. E a verdade também é que ela era a única de todos que sabia mais ou menos de sua história, ainda que soubesse de um jeito pouco honesto.

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Wuxi's husbands
FantasyWuxi sabia que teria que pagar o preço de ser um príncipe em reinos recém pacificados, por isso não era estranho ele ser dado em casamento, contudo a surpresa foi que ao chegar no reino de sua 'esposa', descobriu que teria de se casar com cinco home...