Wuxi's husbands

Magia

  Wuxi parou diante de um dos pessegueiros no pátio interno que floria apesar das improbabilidades e sorriu ainda que estivesse completamente nervoso por dentro.

Confiava em seu Shifu, porém ainda assim... Havia dúvidas, e medos.

Talvez fosse uma prova ao qual ele teria de passar juntos dos recém maridos. Ou parte deles...

De repente sentiu que desejava a segurança irrestrita que sentia com Yingzheng.

— Esposo...?

A voz de Zishu soou séria e ele assentiu ainda de costas aos dois:

— Entre meu povo há muitas histórias, vocês do Sul dizem que somos selvagens e crédulos e talvez sejamos. O fato é que algumas lendas não são apenas histórias. Vejam esse jardim, não acham impossível que esses pessegueiros possam florescer desse jeito em um solo rochoso de uma montanha gelada? – Ele se virou e assistiu confusão em ambos os olhos. Ele não os culpava, realmente não seria um assunto leviano o que estava para ser tratado – Isso é possível porque há magia nesse mundo. Magia antiga, magia ancestral e vinda da natureza que nos cerca. Meu mestre tem acesso a ela e minha mãe também a tinha em certo grau. Já ouviram falar sobre os coelhos mágicos divinos?

— Um coelho divino mágico é um dos animais concebidos pela divindade suprema nos tempos primitivos, ele é um animal mágico que vive séculos. O original deixou trinta e três descendentes, esses se espalharam pelo mundo e sua existência se tornou lenda com o passar do tempo. Minha mãe colecionava esses contos – Xiuming disse relaxando um pouco o rosto e vindo para ele até pegar suas mãos – O que meu esposinho quer dizer é que é um dos descendentes?

Wuxi arregalou os olhos surpreso:

— Como você soube?

— A'Xi! Eu sei que você é maravilhoso e especial, mas há coisas que...

— A'ming! – Wuxi não o deixou continuar assim que percebeu que ele estava levando o assunto na brincadeira. Suspirou alto se sentindo irritado e soltou as mãos das dele – Isso é sério.

— Wuxi, o que quer dizer exatamente?

— Zishu, eu... – E nisso ele soube que tinha que manter a calma e explicar de uma forma lógica para eles. Seus maridos não só não eram cultivadores, como eram de um povo distante do seu, voltados a tecnologia militar e física e distantes da conexão humana-natureza. Eles só pensavam que o norte era crédulo, com curandeiros úteis, mas não tão confiáveis como os médicos do centro e sul e com parteiras que eram boas, mas estranhas. Eles conheciam cultivadores, mas pensavam que eles apenas estudavam artes marciais e eram mais próximos de divindades... Eles não entendiam a magia que existia em tudo aquilo... Sempre soube disso porque essas conversas sempre foram corriqueiras em sua infância entre a corte do seu reino, e da maneira irônica em que os 'tolos', 'incrédulos' e 'estúpidos' sulistas pensavam e agiam. Mas agora aqueles sulistas eram sua família... – Zishu. Eu sou um descendente direto de um coelho divino com uma cultivadora humana poderosa. Minha mãe tinha seu lado divino voltado para a cura, o que essa raça é eximia também, claro, mas o meu sangue contém outras das características. Uma delas é a concepção. Se um sangue de coelho mágico divino encontra amor verdadeiro com um homem, ele pode conceber em determinado momento do ano, se for com uma mulher ele fecunda na mesma proporção. O ponto externo são os cabelos brancos... Os meus se tornaram brancos desde aquela noite na pousada.

Terminou evitando de soar nervoso como se sentia ou sem graça como ressoava por inteiro. Porém seu nervoso aumentou quando viu a incredulidade nos olhos de ambos.

Seus ombros caíram e ele tocou nas pontas dos seus cabelos e os deixou serem vistos da forma real que ele reluzia.

— Mas...?