Capitulo 14

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Anteriormente: Pois talvez fosse mais fácil do que ter que encarar os 21 problemas que larguei lá fora.

Aquelas palavras ficaram rodando a minha cabeça por segundos talvez minutos, até eu perceber que eu estraguei tudo. E que mais uma vez as suas palavras tinham total razão.

Com o papel em minhas mãos vou até o computador e entro no tradutor. Traduzindo o que estava escrito no papel.

Aquilo era chocante. Não tinha só uma lista. Tinha a despedida de sua irmã. Any tinha uma irmã. Uma irmã que morreu. E eu nem sequer fazia ideia disso.

Fiquei um tempo pensando no que eu poderia fazer para me desculpar. E cheguei a conclusão de que teria que esclarecer as coisas.

Subo até o quarto e pego uma caixinha de dentro da minha bolsa. Era uma caixinha retangular amarelo bebê. Ela tinha um laço branco, o que dava contraste.

Saio do quarto pensando se devia mesmo fazer isso. Com um suspiro bato na porta do meu quarto. Mas como eu já esperava ela não abriu.

- Hey, Any. Vamos conversar? Por favor. - minha voz não passava de um sussurro.

Ela pareceu ceder quando veio até a porta e a destrancou, ela não abriu, mas acho que foi um sim né?

Abro a porta devagar e encontro Any com lágrimas no rosto sentada em sua cama.

O que foi que eu fiz?

Me aproximei devagar e seu olhar foi para a caixa em minha mão. Talvez pela curiosidade, ela de interessou pelo que eu iria dizer.

Me sentei no chão ao lado de sua cama e olhei para ela. Seus olhos de chocolate me olhavam esperando que eu começasse a falar.

- Ok. Eu pisei na bola mais uma vez. E quero pedir desculpas. Desculpa ter dito aquilo. Desculpa por ter te rejeitado. Desculpa por ser grosso com você. E desculpa pelo seus quadros. - Any mexe seus lábios para dizer algo. Mas eu a interrompo continuando o que estava dizendo. - Você acabou me contando algo seu. E eu queria contar um meu também... - puxo o ar do quarto, tentando ter fôlego pra dizer. - Como você sabe, eu não tenho mais um pai. Ele nos deixou quando eu tinha quinze anos. Eu tinha só quinze anos e Joalin treze.

Any se levantou da cama e veio se sentar ao meu lado. Ela pegou a minha mão e a apertou de leve.

- Isso que eu vou falar aqui. Morre aqui. Ouviu? - Any balançou sua cabeça fazendo seus cachinhos subirem e descerem. - Eu comecei a fazer as tarefas que meu pai fazia em casa, e um dia quando eu estava lavando as roupas, percebi que ao lado do sabão líquido, havia um papel. Não entendi muito no começo; poderia ser qualquer coisa. Mas como sempre, minha curiosidade me tomou. - Fiz uma pausa - Ao abrir o papel e ler cada palavra com aquela caligrafia familiar, minhas pernas quase falharam. A primeira coisa que eu pensei foi em chamar minha mãe para conversarmos como iriamos dar a Joalin a notícia, ela tinha 13 anos e era muito apegada ao pai, aquilo abalaria ela sem dúvidas.

Any soltou minhas mãos e encostou suas costas na parede fria.

- Mas eu não o fiz. Pois sei que acima de Joalin, Úrsula nem ao menos acreditaria naquelas palavras. Então, eu fiz a coisa mais idiota que poderia ter feito. - Eu quase não consegui pronunciar as próximas palavras. Eu sentia um certo sentimento misturado entre ódio e raiva de mim mesmo - Eu guardei o papel no bolso e fingi que não tinha acontecido nada, mas quando a noite caiu, eu fiz minha mala. Coloquei coisas básicas e simples, nada de muito especial. E ao garantir que minha mãe e Joalin estavam dormindo, eu sai. Eu não sabia ao certo aonde ir, só sabia que estava fodidamente arrependido por negar o curso de russo que meus pais me ofereceram quando eu tinha 10 anos. Pois meu próximo destino era para a Ásia, mais especificamente, claro, Rússia.

- Como assim? Digo, Rússia é lá para puta que pariu do mundo!

- Pois é, eu sei. O voo não foi barato, mais era preciso. Ah, e como eu era menor de idade pedi ajuda para um amigo, Noah realmente sabia fazer qualquer trabalho muito bem, pois deu tudo certo em relação a passagem. Eu só não contava com a ideia de ser assaltado logo quando cheguei lá.

A expressão no rosto de Any era incompreensível. Não conseguia ver o que ela achava daquilo.

- Levaram minha mochila, com meu celular junto. A única coisa que sobrou foi os 10 reais no meu bolso e, claro, a carta de meu pai. Eu estava morrendo de fome então decidi gastar o único dinheiro que tinha para uma refeição. Encontrei qualquer lanchonete na rua e, enquanto esperava no balcão, uma menina loira me deu um susto por trás chamando minha atenção. Ela parecia estar me xingando, mas sua sonoridade dava mais para... confusa. Deduzi que ela me fez alguma pergunta em russo, claro e esperava que eu respondesse, como um russo normalmente faria. Porém, eu não era um russo. Desesperado eu lhe disse em inglês que eu não falava sua língua e que não era de lá, torcendo mentalmente para que ela entendesse. E graças ao céus, ela sabia inglês. O que melhorou muito mais nossa forma de comunicação. O nome dela era Sofya e... - Any então me interrompe.

- Espera! Você não me disse até agora, o que tinha na carta de seu pai afinal?

Oi amoress

Como de costume ideia da jjustAhuman e Beatriz200024 obgda meninas pela ajuda.
Deixem a estrelinha

Até o próximo cap

Bjs da Lua 🤏🏻♥️

Você entre 20 Desafios - 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora