Capítulo 29

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- Josh, olha eu tô sem tempo pra discussões idiotas tá? - digo passando reto por ele. 

- Espera. - ele diz calmo, e então respirando fundo me viro e olho pra ele.  - Você algum dia consegue me perdoar? 

- Josh, não tenho no que te perdoar, nunca tivemos algo.  Te perdoar em que? - ouço a respiração impaciente do Josh quando me viro de costas.

- Se é isso que você quer, tudo bem. Eu então... - conseguia ouvir o celular de Josh batendo contra sua mão freneticamente. - Vou ver o que Taylor precisa.

Eu ignoro e continuo andando em direção a quarto de Dylan. Quando chego a porta olho pra trás.

Estava vazio, Josh havia descido as escadas. Por que parecia que algo aqui dentro se quebrou quando não vi ele ali, quando vi que não esperava por mim? Por que me atingiu uma vontade enorme de abraça-lo?

Contenho meus pensamentos e bato na porta três vezes. Logo a porta é aberta.

Dylan estava com uma calça moletom preta, e um moletom que combinava com sua calça.

- Não sente calor, igual a todos daqui? - Dylan nega.

- Eu morei no Argentina por alguns anos, me acostumei com o clima de lá. Voltei ano passado, ainda não me acostumei.

- Morou na Argentina?

- Sim, um dos quesitos pra entrar na faculdade, era ter estadia em outro país, por dois anos, e fazer uma redação sobre diferenças étnicas e culturais. E então eu tive que fazer, pra conseguir ano que vem entrar na faculdade dos meus sonhos.

Dylan se sentou em uma lado da cama e deixou espaço para eu sentar. Entreguei o balde vermelho de pipoca a ele, que pegou de bom grado. Olhava pra tevê quando Dylan continuou a falar.

- Os alunos que se inscreveram, não podiam escolher o país, eles simplesmente sorteavam onde cada aluno ficaria. E eu tirei a Argentina. Morei por dois anos lá.

- E gostou?

- Achei bem diferente, e devo dizer que sou horrível em espanhol.

- Não aprendeu espanhol nesse meio tempo?

- Eu até tentei, entrei em um curso, mas não entendia nada, nada entrava na minha cabeça, aprendi algumas palavras soltas, mas não entendo a maioria. - e então comecei a rir. - O que? - Dylan pergunta confuso.

- Como fazia pra se comunicar? Passou dois anos lá e não aprendeu a língua nativa deles? - ria enquanto ele cruzava os braços.

- Olha é difícil tá? Eu ficava pensando na redação. - disse emburrado.

Minha risada foi parando aos poucos até não ser possível ouvir nada.
Dylan passava os programas de tevê rapidamente, como se já tivesse em mente o que queria ver.

- Achei.

Olho pra tevê e no mesmo estante minha mente para. Eu não conseguia me mover. The vampire diaries? Sério Dylan?

Minha respiração começou a ficar escassa. Não havia mais assistido essa série, desde da morte de Elena.

Sempre assistiamos juntas, e sempre brigávamos porque ela preferia o Stefan e eu o Damon.

Depois do que aconteceu, nunca me senti no direito de assistir a série. Era a série preferida dela, era o apelido dela.

Eu não sei se estava pronta, não sei se estava pronta pra assistir sem ela.

Dylan percebendo minha mudança de humor, se aproxima mais de mim, colando nossos ombros.

- Ei, o que foi? Está bem? Não gosta dessa série? Quer que eu procure outra? - Dylan perguntava preocupado.

Você entre 20 Desafios - 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora