Capitulo 15

1.8K 171 170
                                    

Eu deveria contar? Deveria mostra-la a carta? Seria prudente eu contar pra intercambista o "segredo" que eu trouxe? É inevitável pensar assim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu deveria contar? Deveria mostra-la a carta? Seria prudente eu contar pra intercambista o "segredo" que eu trouxe? É inevitável pensar assim. Como eu poderia confiar nela? Ela é uma mulher completamente estranha na minha casa.

Encaro seus olhos cheios de curiosidade. Seu rosto sereno esperando eu dizer. Tem como não contar? Qual é a magia dela?
Cedendo pego a caixinha de volta na mão, e desfaço o laço.

- A carta está nessa caixa. Vou pegar e leia com seus próprios olhos.

Dito isso abro de vez a caixinha em minhas mãos, e por algum motivo todo meu trauma voltou. A sensação que eu tive no momento, as falas das pessoas. Era um flashback mas como seu eu estivesse lá dentro. Todas as lembranças, os gritos, as brigas e os rostos voltassem a vida, experimentando tudo de uma vez só. Entregando a carta a Any ela começa a ler em voz alta.

"Querido filho,

Se você está lendo essa carta, só posso me desculpar. Sua vida está prestes a mudar, e a culpa é completamente minha.

A essa altura você deve sentir muita raiva de mim. E não o julgo, também sinto raiva de mim mesmo.
Então, você tem que saber que tudo que eu fiz foi imaturo e que não farei novamente. Porém tenho que arcar com as consequências.

Quando você tinha três anos, eu me envolvi com uma mulher. Sim eu sei. Eu e sua mãe havíamos brigado, e eu sai de casa sem dar mais explicações. Bebi muito em um bar, e quando fui ver havia dormido com uma outra mulher. Sai dali sem mais conversas e planejando esquecer aquela noite.

Porém meses depois ela de alguma forma, conseguiu meu número, e me falou que estava grávida. E que a criança era minha. Eu me recusei acreditar, não poderia ter feito isso. Sua mãe nunca mais olharia na minha cara. Então mandei mensagem a ela avisando que não ia cuidar, que aquela criança não era minha. E que não faria nada disso. E que nunca mais veria ela.

Mas não foi o que aconteceu. Dez anos depois. Dez anos. A encontrei. Não lembro de nada daquela noite, só acordei no outro dia ao lado dela, nu, e foi então que depois de cinco anos, ela me veio alegando que estava doente. E que tinha duas filhas. As duas minhas. E que ela precisava de ajuda. Ela me andou o endereço. Ela mora hoje na Rússia. E eu estou indo lá. Preciso arcar com meus erros. E tentar de alguma forma resolver essa situação.

Peço perdão, meu filho, por ter escondido isso por tanto tempo... por ter acobertado isso por todos esses anos. Você e sua irmã não merecem isso, mas agora vocês não são os únicos que precisam de mim. Eu vou voltar. Não sei quando, mas vou voltar.

Amo vocês.

Ass: Ron."

- Josh... eu... espera, ele foi pra Rússia? E você foi pra lá, não? Cadê ele então?

- Deixa eu terminar a história pra você entender. O nome daquela garotinha era Sofya, se trocamos quatro palavras foram muito. Pois uma mulher loira, veio busca-la. Quando olhei pela janela, já estava escurecendo. Então peguei a carta. E sai da lanchonete, indo até o endereço.

Você entre 20 Desafios - 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora