Capítulo 27

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- Josh?... Isso... Isso é verdade?

Eu olhava pra Josh indignada, meus olhos cheios de lágrimas por algum motivo. E... Minhas mãos suavam, suavam muito.

- O que faz aqui Taylor? - Josh me ignora.

- Eu te mandei milhares de mensagens! E você não respondeu nenhuma. Eu preciso conversar algo urgente. E precisa ser agora. - ela dizia ainda do lado de fora da casa.

- O que tem de tão urgente pra falar comigo? - Taylor sorri. E anda pro lado. Deixando a mostra. Duas menininhas loiras, que deveria ter uns cinco anos. E a menor aparentava ter um ano. A menina maior corre de volta atrás das pernas de Taylor, como se buscasse proteção.

Olho pra Josh e o mesmo passava seus dedos pelos fios loiros de seu cabelo. Ele estava irritado. Mas pelo o que ele estaria irritado?

Josh com receio libera a entrada de Taylor. Ela pega a criança no colo e entra na casa. Trazendo suas malas.

- Desculpa por essas coisas, eu cheguei agora de viagem e nem consegui passar no hotel. - Taylor disse e então beijou a cabeça da menininha. - Josh... Acho que esse assunto tem que ser particular. Podemos? - Josh assente, e então leva Taylor pra uma outra porta, julgo ser seu quarto.

Eu me sentei no sofá. Tentando segurar as lágrimas que brigavam por cair. Por que fui acreditar nele? Nunca nos demos bem... Por que fui acreditar que ele poderia gostar de mim? Por que fui me permitir gostar dele?

Uma tosse, me lembra que não estou sozinha. E logo meus olhos preocupados vão pra menininha.

Taylor havia levado a bebê com ela, então estávamos apenas nós duas na sala.

Seu rosto mostrava que não entendia o que estava acontecendo. Mas ela estava tão abatida.

Vamos Any, é só uma criança não deve ser difícil.

Encaro o pedacinho de gente por um tempo e então minha voz finalmente é ouvida.

- Então... Qual é o seu nome? - pergunto.

A menininha com cabelos dourados, vira sua cabeça olhando pra mim. Ela morde seu lábio e então fala.

- Eu me chamo Sofya... E você?

- Eu me chamo Any.

- Hum... Tendi.

Ela voltou a brincar com sua mão e foi ai que eu percebi que sou horrível com crianças. Deve ser por isso que não quero filhos.

- Você sabe o que você veio fazer aqui? - sofya nega com a cabeça. E então eu vejo que ela queria chorar. - Ei, o que foi? - me levanto e me agacho na frente dela.

- Eu... Desculpa. Não precisa se preocupar. Eu só... - não deixei ela terminar de falar e abracei ela.

Como uma criança tão pequena como ela, pode pensar tão maduramente assim?

Senti que ela chorava, e continuei o abraço, até ela se soltar dele.

Estávamos no chão. De joelhos, o rostinho dela estava vermelho.

Eu me levantei e peguei em sua mão.

- Vamos lavar o rosto, ok? - ela assentiu.

Guiei até o banheiro em que tomei banho, e ergui ela pra alcançar melhor a pia.

Voltamos pra sala, e ela se sentou no sofá. Liguei a tevê e deixei o controle com ela. Ela colocou em um desenho de pôneis e fiquei assistindo junto dela.

{...}

Passavam das três da manhã, Sofya havia dormido em meu colo. E fazia um pouco mais de uma hora que Josh tinha entrado no quarto com Taylor.

Minha cabeça estava estourando. Me levanto devagar deixando a cabeça com pequenos caichos loiros em cima de uma almofada.

Pego meu celular e mando uma mensagem pra Joalin.

Eu: Estou indo pra casa. Pede um táxi pra mim?
Eu: E... separa alguns doces?

Após enviar a mensagem, me dirijo até a porta que Josh entrou e bato esperando concordância pra eu entrar.

Taylor abre a porta, e vejo que ela chorava. Ela limpa rapidamente o rosto. E abre mais a porta deixando Josh a amostra.

- Josh, eu tô indo tá? Joalin está me esperando. E a menininha dormiu no sofá.

- Any... Ahn fica.

- Não obrigada. Espero que resolva oq tem que resolver.

Me afasto da porta ouvindo murmuros do Josh. Porém ignoro. Já fui paciente o suficiente por hoje.

Chegando a porta uma mão puxa meu braço. Viro devagar, respirando fundo.

Josh me encarava com culpa.

- Podemos conversar?

- Hoje não. Eu tenho que ir.

Josh abre sua boca pra dizer algo, mas eu ignoro virando de costas e abrindo a porta.

- Any, por favor me deixa explicar a situação.

- Não, Joshua. Eu já fui paciente demais até aqui. Você me escondeu sua noiva e acha que vou ficar pra você me explicar? Achei que soubesse que não sou idiota.

- Não acho você idiota, acho que poderia ter maturidade pra sentarmos como adultos pra conversamos.

- Primeiro que eu não sou uma adulta, segundo que onde tava o Josh adulto, quando me escondeu a noiva? E se não acha madura minha reação, de não fazer um escândalo, de não quebrar suas coisas, ou de não sair te xingando um monte, se não acha minha reação de sentar e me acalmar, cuidar da criança de praticamente cinco anos que vocês deixaram sozinha na sala, de acalmar ela quando ela começou a chorar. Se você não acha que eu não tenho essa reação madura que você tanto quer. Talvez ache ela em outra garota, alguém que você conte que tem uma noiva secreta. - não dou chances pra ele me responder, e fecho a porta.

Entro em uma porta que tinha escrito "escada de emergência" na tentativa de Josh não me encontrar, começo a descer os degraus correndo, mas paro quando não é mais possível ver o chão.

Eu estava prestes a desabar. Enxergava tudo embaçado, e tudo acontecia muito rápido.

Me encosto na parede a procura de apoio, e me permito sentar no chão.

Eu puxava meus cabelos com raiva de mim mesma, como fui tão idiota?

Joalin havia me avisado que ele iria me machucar. Todos sabiam que isso iria acontecer, inclusive eu. E mesmo assim ignorei a todos.

Meu celular começa a vibrar sem parar, olho de relance e vejo o nome "gostosão" brilhar na tela, com uma ligação. Deixo meu celular ao meu lado, ignorando, as mensagens e ligações que eu tinha perdida.

Controlo minha respiração, quando percebo que ela começa a ficar desregular. Pego meu celular que agora estava sem bateria, e me levanto. Começo andar devagar para baixo. Eram muitos andares, Josh morava na cobertura. Iria demorar.

Quando finalmente a porta é aberta, um alívio transborda pelo meu corpo.

A brisa gelada da noite entrando em contraste com meu corpo quente fazia uma das melhores sensações em mim.

O vento fazia meu cabelo voar. E o cabelo voando diante meu rosto começava a me estressar.

Eu continuei andando, pela rua pouco iluminada, e quando menos percebi, não sabia mais onde estava.

Não reconhecia nada em volta, meu celular havia acabado a bateria.

O que eu iria fazer?

Você entre 20 Desafios - 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora