ເ 🪐 𝗢𝗡𝗗𝗘 Any queria que o ano passasse da forma mais rápida possível.
Para ela, um intercâmbio não era só uma forma de esvaziar e amenizar a dor da perda da irmã dela, era também um pesadelo, um castigo.
E para a sorte de Gabrielly, sua mãe...
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Com um sorrisinho no rosto me levanto. Abro a porta e sem esperar já começo a falar.
- Tá, o que você tem em mente? - pergunto pra um Beauchamp surpreso.
- Então você gosta de bilhetinhos é? Se eu fizer um serenata em car... - reviro os olhos e vou fechando a porta devagar. - Calma, calma. Já disse que você se estressa muito rápido?
- Qual é a sua ideia Beauchamp?
- Posso entrar? Ou vai me expulsar de novo? - reviro os olhos rindo, e dou o espaço necessário pra ele entrar. - Obrigado. Então, já mudou de ideia sobre nadar pelada comi...
- JOSH!
- Tá isso foi um não. Hum... Um dos seus desafios é aprender tocar algum instrumento né? - assinto querendo saber onde ele quer chegar. E então eu me lembro da foto que eu o vi pela primeira vez. A foto que eu fui pega no flagra. - Eu poderia te ajudar a apre...
- Você toca né? - ele franze o cenho.
- Toco o que?
- Para de ser lerdo. Instrumento. Você toca algum instrumento, não? - Ah. Toco. Piano e violão.
- Você toca violão?
- Sim, por quê?
- Espera aí.
Saio da cama e abro meu armário, pegando de lá um violão cheio de adesivos em volta.
- Era da minha irmã. - explico. - Ela pediu pra que algum dia eu aprendesse a tocar, tentei uma vez isso, mas não é pra mim.
- Quer que eu toque alguma música? É isso?
- Em nenhum momento disse isso. Você que está dizendo. - Ok, então quer que eu te ensinar a tocar violão.
- E o que você quer em troca?
- Em troca do que?
- Você vai me ensinar a tocar violão, vou gastar do seu tempo, o que você quer em troca?
- Nada.
- Qual é Josh, você vai me ajudar nisso e não quer nada em troca? O que você quer?
Era estranho eu querer que ele pedisse algo? Era estranho eu querer passar mais tempo com ele? Deveria estar querendo que ele tocasse pra mim? - Ok. Fiquei sabendo que você canta. Meu pagamento será você cantar uma música para mim.
E então meu olho arregala. Como ele ficou sabendo disso? Ele estava pedindo pra que eu cantasse pra ele?
Minha mente dizia não. Mas não foi bem isso que aconteceu.
- Ok. Qual música?
- Consegue aprender essa? - ele desbloqueia seu celular, e me mostra uma letra de musica.
Logo depois, pega o violão e ajeita em seu corpo. - A batida é essa. - e então uma melodia suave, tanto quanto a letra soa pelo ambiente.
Uma melodia que me acalma. De fato, devo admitir, a música é boa.
- Josh, não sei. Eu nunca ouvi essa música, e... - não continuo porque sou interrompida.
- Vai, vamos. Por favorzinho. - em seguida, abre um sorrisinho de menino ao qual sou incapaz de dizer não.
O sujeito definitivamente treinou bem a cara de cachorro pidão quando pequeno, aposto que conseguia tudo que queria.
- Ta, só me dá uns minutos. - digo me afundando mais na cama com o celular em minha mão.
Depois de uns sete minutos, me ajeito e digo que estou pronta.
O violão repleto de adesivos, então, volta ao colo de Josh, ele dedilha de leve, e assente como se achasse bom. Então se vira pra mim.
- Pronta? - assinto de leve também. Pretendia me focar ali. Eu, o som e a letra que acabei de decorar.
Josh respira fundo, e então os acordes começa a soar. Josh murmura um singelo "agora" para a deixa de eu cantar.
Não olho mais para Josh, por que já estou em outro lugar, perdida na melodia e nas palavras, concentrada por inteiro no som da minha voz e na ressonância do violão.
Essa música é linda. De verdade, não sei como nunca ouvi ela antes. É estonteante de tão bonita e, ainda que não tenha agora uma sobre voz, causa o mesmo impacto, uma emoção incrivelmente boa.
Minhas ideias clareiam e meu coração fica mais leve quase que imediatamente. Eu me sinto inteira de novo. Essa sensação me levava de volta a época que minha irmã era viva, a época que em plenas três da manhã ela tocava enquanto eu cantava, lógico que não demorava muito até nossa mãe chegar e brigar com a gente, falando que se continuássemos ela iria pegar o violão de volta para ela. Mas sempre continuávamos.
Foi a música que me ajudou depois da morte dela. Sempre que estava devastada, ou triste demais, eu pegava meu caderninho de músicas e sabia que a alegria não estava tão fora de alcance. Estava logo ali, sempre disponível para mim.
Alguns minutos depois, a nota final paira no ar como um traço de perfume adocicado, e flutuo de volta ao presente. Viro-me para Josh, mas seu rosto é inexpressivo. Não sei o que estava esperando dele. Uma provocação? Um elogio?
O que quer que fosse, não era silêncio.
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Tá eu amei a mídia com o capítulo elas estão best friends