Dante
- Atira caralho, se reagir atira.- grito pro Kauê enquanto jogo o último saco dentro do carro. Observo os três corpos dos cambé que estava espalhado em volta.
É foda, nunca descemos na intenção de matar, mas o ditado é certo. Antes de chorar a minha, faço chorar a mãe deles.
Plano sendo arquitetado a mais de 3 meses. Fizemos mais de quinze vezes o percurso do carro forte, demorou um mês para termos a certeza do lugar menos movimentado que eles passava. Tu acha que eu ia botar tudo a perder? Vou nada.
Armamento pra tropa, foi só os mais pesados menos que uma bazuca ou ponto 50, não tinha nem como pensar em descer haha, é a tropa porra.
Cercamos tudo por aqui, pra não ter riscos. Dos meus tinham uns dez e mesmo sabendo que eles não tinha chance, quis vim trocar pô.
Chefe mandou descer só os pit selecionados, soldados de guerra que não foge da luta e troca pra caralho.
Aqui não ia ser diferente, só menó peliculoso doidos por dinheiro, roubo em banco é meu forte, sem querer me gabar, dou aula demais no que faço.
E se um dia partir, vou tranquilo que honrei a bandeira até onde Deus quis.Kauê, solta o tiro no último guarda e correu pra dentro do carro.
Junin acelerou e entramos na Av. Brasil, de grande ficou pequena. Não demorou pras viaturas começar a aparecer atrás dos dois carro.
Essas horas o radio apitava abeça, todo mundo aflito doido pra chegar na favela. Carro batendo 240 km no forte, Junin suando frio sabendo que a responsa agora era tudo no peito dele.
- Toma no cu, sou eu nessa porra.- grita assim que não vê mais nenhuma viatura atrás.- Iih alá, tá achando que a vida é um GTA, é Junin.- Gastei com ele.
Antes de pegar o atalho saímos do carro tirando as bolsa e botamos fogo no mesmo.
Já tinha um irmão esperando pra pegar as bolsas e levar pros responsáveis que ia separar as nota que dava pra usar, pras que já tava mixada.-Fé.- cumprimentei, e entrei no outro carro com os faixa pra partir pro morro.
Assim que entramos foi só sucesso, morrão tava lindo. Quinta era aquelas coisas, tá maluco não troco minha favela por pista nenhuma. Aqui é só sucesso irmão por irmão. E vai toma no cu sistema.
Brotamos na sala do chefe, que parabenizou geral e no final mandou eu, Kauê e Junin ficar.
Já fiquei logo cabreiro, quando vem assim não é bom não.- Se liga na responsa de vocês em.- Pezão fala, e eu arqueio uma sombrancelha.- meu papo vai ser reto, arruma as parada de vocês que amanhã mesmo seis tão partindo pro penhão.
-Ué pezão, que papo é esse?!- Kauê perguntou.
- Irmão lá tá precisando e vou botar vocês na fita.- avisa.- mais se não quiser ir, só da o papo que eu boto outros.
- Ih Pezão, já neguei missão?Jamais. Penhão é minha segunda casa, tava querendo novos ares mesmo.- Só olhei pra ele e neguei a cabeça.
- Vida não roda só em torno de buceta não, pega tua visão menó.- disse e fiz sinal com o dono, ele tinha ciência que eu iria.
- E você Junin, vai ou tá de k.o?- questionou.
- Vou suave, só marca aí pra avisar a dona que tamo de mudança.- falou e começou a maior gastação.
Saímos da sala do chefe e eu dei o papo que ia ir em casa, sem pique nenhum pra beber hoje, pai tava cansado.
Acordei no outro dia cedinho com o radinho tocando, pastor fazendo oração e eu apenas fechei os olhos e segurei o sinal da cruz que era o pingente da corrente.
Uma coisa que aprendi deis de menó é que oração não se nega, ainda mais nessa vida louca que eu levo.
Na correria toda, esqueci de avisar dona Laura que tamo de partida, se ela quiser ir vai, se não, ficasse por aqui mesmo.
Minha coroa é chatona pra esses bagulhos, não me aceita nessa vida. Mas me abandonar? Jamais, minha 10/10 em tudo.Levanto da cama e começo a arrumar minhas coisas, vamos partir as nove e já são quase oito horas.
Grito minha mãe e ela brota no quarto.
- Vai viajar de novo Dante?- já fechou logo a cara, dei risada sozinho, doidona.
- Da nem bom dia mais, que isso?!- disse dando um beijo na cabeça dela.- tamo de mudança pra Penha. Mais a senhora só vai se quiser se não, fica por aqui valeu?- já expliquei tudo logo, antes de ela vim de neurose.
- Vou ficar por aqui mesmo até ajeitar as coisas do restaurante, bom que você cria vergonha na cara e começa a passar suas roupas, lavar, fazer comida. Ou melhor arrumar uma mulher. Alguma corajosa que tenha essa coragem de ficar com alguém do gênio tão forte, Deus que me livre.- ri sozinho, era sempre assim ela sabia que eu ia pedir algo, já vinha no esculacho.- Se bem que eu duvido que alguma aguente, chato e enjoado do jeito que é, nem eu aguento mais.
- Sou enjoado por que você que me criou assim pô. Sempre vem com essa praga de mulher, que isso dona Laura achei que gostava assim, só eu e tu.- solto logo as palavras chaves né, essa coroa é foda rs.
- Se saia meu filho e deixa a camiseta no jeito já, pra mim passar. E vai logo pro seu banho, que eu organizo suas coisas aqui.- diz e eu dou um beijo indo pro banheiro.
Sai do banho e minha roupa já tava na cama, coloquei a camisa passadinha a bermuda e calcei o chinelo. Enfiei o boné na cabeça passei o perfume o creme, dando uma analisada no espelho.
Gostava era disso, vejo vários cara que grita ser bandido e invés de ser inimigo do estado é do rexona pô, que isso acho feião. Sou chatão com minhas coisas, enjoado abeça em qualquer quisito. Ser feio não é defeito, defeito é ser desleixado.
Botei a mochila nas costas passei pela a sala e pedi a bênção para minha veia, ela já berrou que daqui uma semana tava se mudando pra lá, sabia pô, duvidei que ela ia me deixar sozinho.
Fui pra boca e só faltava eu, pezão me cumprimentou dei um salve no Kauê e no Junin.
- Que isso, não tá carregando a casa por que não dá né?!- Gastei, Junin fechou logo a cara e geral deu risada.
- Dona encrenca é sinistra, queria levar tudo.- Olhei pra Giseli, que só fechou a cara pra ele e me deu um dedo.
- Vai Dante, bota suas mala em algum carro aí e vamo meu filho.- Giseli grita.- Isis, tá se debatendo aqui no carro já tô quase deitando ela no soco.- Brincou, e eu olhei pra pirralha.
Dei minhas mochilas pro Kauê, montei na moto e acelerei pra penha. Olhei pro painel e batia 110 km, tinger tava gritando no ronco do motor.
Gostava era disso, adrenalina pura.
Cheguei na Penha, e só o Kauê sabia aonde era as casas.
Fui seguindo ele e por pouco não atropelo uma maluca.
Freei com tudo em cima da garota.- Presta atenção mina, quer se matar é?!- Já me estressei logo, se tivesse vindo bolado igual estava, ia ter dado um mendelê do caralho.
- Calma, não tinha te visto. Apareceu do nada na frente dos outros e quer tá certo?.- levantou e me encarou, dei logo uma encarada de volta.
Gosto desses bagulho não, ficar me encarando pra que?.- Ih garota tá pegando viagem é, me encarando a troco de quê mesmo?- Se fecha bofe, eu hein, fui.- Já ia soltar um esculacho que porra de bofe, abusada pra caralho. Mas segui meu rumo, se não ia era me perder.
Trombei os mano um pouco mais pra cima, reparei e por fora as casa era até tranquilinha.
- Se perdeu foi?- Kauê soltou rindo.
- Quase fiz tintura nova no pneu.- falei gastando.- mais não é da tua conta não, qual aí é a minha?
Ele apontou pra uma casa azul,catei a chave da mão dele e entrei. Toda mobilada dois andar, achei maneira.
Em baixo tem a cozinha, sala e o banheiro fora a garagem. Em cima dois quartos mais um banheiro, tudo tranquilo, bonito no estilo.Recebi a mensagem que o de frente queria trocar uma ideia com nós, tomei banho e dei o papo que ia descansar depois brotava por lá.
Mais na minha mente só passava a cena da doida de mais cedo, quem será a abusada?- questionei bolando um fino.Helloy babys, quem é viva sempre aparece né?haha. Olha eu de novo com uma história maravilhosa para vocês. Espero que vocês curtam bastante e comentem bem. Beijo minhas amoras, e começamos nossa nova aventura. Ihul!!🆙️
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OBSTINADO
FanfictionDante, 30 anos perdeu o pai ainda na sua adolescência. Numa operação de morro, seu João teve sua vida arrancada. Não por ser criminoso, mas sim pela sua cor e por ser apenas um padeiro. Afinal quem ligaria?. Preto de classe baixa, morador de favela...