Capítulo Quatro

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Larissa

Com certeza me arrependo muito de ter saído da casa dos meus pais e vindo morar com o Robson. Conheci ele no dia que fiz 18 anos, vim pro baile da Penha.
Ele já me seguia no twitter e eu por ter gostando dele segui de volta, a gente só se curtia, mais eu não chamava e nem ele. Até nos encontramos esse dia.

Estava com uma amiga daqui, e ele chegou cumprimentando ela e me cumprimentando.
Robson, no começo era carinhoso, atencioso. Tudo isso durante o primeiro ano do nosso relacionamento.
Mais sabe aquele ditado "no começo tudo é flores?" ou "Pele de cordeiro, não dura muito tempo em lobo?" Pois é, foi assim que aconteceu.
Com um ano e um mês, ele começou a reclamar das minhas roupas, maquiagens, tudo que envolvia minha vaidade, e eu? fiz a pior burrada, que foi fazer tudo que ele mandava. Achei que era necessário, pois nós nos amávamos. Na verdade eu o amava tanto. Robson, me colocava como uma rainha, me tratava tão bem, se declarava tanto.Que eu achei que aquilo era real, jamais passou na minha cabeça que eu estava entrando eum um relacionamento abusivo, tóxico que me tiraria tudo, tudo mesmo.
Eu aceitava tudo, em nome do amor que eu sentia e pelos esforços dele pela gente. Até que veio o primeiro xingamento, eu aceitei. E quando eu fui perceber já estava apanhando por coisas bobas. Se homem curtisse minha foto, ou se me chama-se em qualquer rede social, até mesmo uma foto postada. Tudo, tudo pra ele era motivo de briga dele demonstrar o ciúmes dele possessivo, e se eu não respondesse da maneira correta vinha as agressões.

Vivo o inferno em terra, dentro de casa. Ele apenas deixa eu sair para trabalhar, sair com minha irmã as vezes, por causa da minha mãe. Na frente dela, nossa, ele é outra pessoa. Vira o mesmo homem que eu conheci a dois anos atrás.
Fora de casa ele me trata de outro jeito, fingi ser o "marido perfeito". A pior coisa, é não poder desabafar com ninguém! Para todos o Robson me faz bem, me trata como uma princesa. Então tenho que guardar tudo pra mim. Ele não é bobo, não me bate em lugares visíveis que qualquer pessoa possa ver, ainda mais sabendo que vejo minha irmã todo dia.
Então ele machuca aonde fica tampado, aonde da para esconder, assim ninguém vai vê e descobrir.

Chego em casa e ele me joga com tudo no chão.

- Você não tava no salão sua vagabunda? É assim que você trabalha?.- pergunta.- Estava fazendo oque na quentinha hein? sendo que sabe muito bem que lá só vai bandido.- diz me dando dois chutes seguidos na barriga. Ele gruda em meus cabelos e diz- Tua sorte Larissa, é que não posso marcar seu rosto sua filha da puta. Mais você vai vê oque vai acontecer, continua achando que vai me passar para trás.

- Você me trai Robson, subo e desso esse morro escutando piada de garota, não te digo nada. Eu só fui almoçar com a minha irmã.- digo.- Eu tô cansada Robson, cansada de apanhar, cansada disso aqui.- aviso.- Quero terminar, quero minha casa, minha vida de volta.

Em um ato rápido, ele me gruda de novo.

- Tá maluca? Vai me deixar nunca. Eu vou mudar amor, desculpa!- fala se acalmando.- Essas meninas aí é tudo no recalque pô, posto de zero um é só seu. Eu vou mudar, te prometo.- repete mais uma vez, oque ele me diz todos os dias. Ele vem todo calmo querendo me beijar.
Era sempre assim ele surtava eu dizia sobre ir embora, e ele ficava manso, quieto fazendo de tudo pra me mostrar que eu que era maluca.

- Teu Robson vai voltar a ser como era preta, te prometo. Te amo muito Larissa, pra conseguir viver sem tu.-avisa assim que ele tenta me beijar, eu o empurro.

- Eu tô cansada de promessas, cansada.  Olha isso aqui.- Digo e levanto a blusa mostrando minha barriga, que já tinha um roxo pelos chutes e doia muito.- Eu só ando marcada, isso quando não é pela suas torturas.- Aviso mostrando a costela, de quando ele me queimou com o cigarro.- Eu não quero isso pra mim Robson, você fez eu perder oque eu tinha de mais bonito, a minha essência, o gosto que eu tinha pela minha vida!!- grito o final não aguentando mais e desabo a chorar.- Eu só quero ir embora, me deixa ir embora.

Robson começa a me bater descontroladamente, eu só sei chorar e tampar meu rosto.

-Sua vagabunda, você tá com outro não está?- Avisa dando uma cabeçada no meu rosto, que acerta meu nariz e desce o melado de sangue.- Eu te mato Larissa, te mato. Você é minha entendeu? Ta ouvindo?- diz me levantando pelos cabelos.

- Então me mata. Eu já estou morta, só você não vê isso!!!.- digo e ele me joga, fazendo eu bater a cabeça.

- Você tá proibida de sair de casa tá escutando? Inventa uma lorota pra sua irmã, se vira. Vai ficar uma semana presa aqui.-determina.- Aí de você se sair, você não vai se reconher. Tento  mudar, te mostrar meu amor e é assim que você me retribui?- diz se fazendo de coitado.- Te dou de tudo do bom e do melhor, deixo faltar nada nessa porra e é acha que vai sair assim? Quero vê porra. Por isso que fico com outras mesmo, elas daria tudo pra ter oque você tem, o homem que você tem e não valoriza. - avisa.- tô voltando pros meus afazeres e não sei se durmo hoje aqui, o aviso tá dado.-fala dando um selinho na minha boca.- Te amo, já já alguém trás um bagulho da farmácia pra tu, vou pedir pra jogarem no portão, te mando mensagem e tu pega jaé?.- fico em silêncio e ele sai batendo a porta.

Começo a chorar descontraladamente.

-Como eu vou sair disso meu Deus, como?- me questiono, colocando a mão na cabeça e vendo sangue sair nos meus dedos.

OBSTINADOOnde histórias criam vida. Descubra agora