Dante
Tava na décima sexta madeirada, quando o chefão pediu pra mim pegar mais leve pois, ainda faltava trinta depois de mim. Eu sabia que ele não queria que matasse esse otário, mais fico fudido de ódio quando vejo um bagulho desse. Pra terminar de fuder ele quis me peitar, e falar mal da doidona lá. Aí foi só ladeira abaixo neguin. Tá maluco, nunca nem transei com a mina, e o cara da um vacilo desse? Aí ela deduz que eu tô explanando aos quatro cantos bagulho que nem acontece e eu fico como? Vou sair como moleque emocionado? Jamais! Minha mãe fez foi um sujeito homem nessa porra, e tô velhão pra esses bagulhos já.
Dou minha última madeirada na sua costela, que faz o estralo que eu queria, me dando um alívio fudido. Quero vê por essa porra no lugar! Duvido que vai roncar com vagabundo de novo rs.
Olho seu estado cheio de sangue e o fio de olho que ele me encara.- Isso não é nem o começo que eu posso fazer com tu.- falo olhando no fundo do seus olhos.- Cruza de novo na frente do pit, que tu vai vê, vacilão do caralho! Piso no seu pescoço e arranco essa sua cabeça, otário. Papo ta dado! - aviso e cuspo na sua cara, entregando a madeira pro menor que ia continuar.
Saio do beco e dou de cara com Junin e Kauê.- Sangue frio mesmo tu hein. Por isso é meu cria.- Junin diz.
- Aprendi com o vovô do bonde.- falo e ele fecha a cara.
-Brinca muito tu, sendo que tá quase na mesma idade, otário.- fala e eu dou risada.- A garota que Giseli foi levar era mina desse vacilão aí?.
- Era, e porra se tu vê a mina.- Kauê diz e nega com a cabeça. -Gostosa pra caralho e linda pra cacete.- avisa.
- Quero vê nada não, mais cê eu fosse tu saia fora. Olha o b.o hein, e oque isso vai dar.- da o papo e Kauê nega.
- Vai da nada não, mina é solteira agora.
- Tu se faz de burrinho né?- pergunto.- Garota passou mô sufoco. Tu acha que ela vai se envolver com algum envolvido, ainda mais com tu? O sete todinho.
- Não me submeta Dante. Mais deixa eu ficar quietin e ir pras minhas responsa. Vou falar nada não, tu só vai vê.- avisa e sai andando.
- Kauê já já faz trinta, e não cresce não.- Junin diz negando com a cabeça.- Vai morrer sozinho, pelo visto, igual tu.
- Deixa, com o tempo ele aprende.- digo.- Lembra de tu não? Até conhecer a Giseli, dava trabalho pra porra.- aviso e ele ri.
- Tudo pra mim aquela mulher. Me deu meu maior presente que é minha Isis. Tá maluco, quando você conhecer alguém que te de a sensação a paz que ela me dá, tu vai entender por que nem em pensamento eu quero machucar ela ou trair!! Ela e minha filha, sempre serão minha prioridade. Oque essa vida de crime me trouxe, dinheiro, carrão, pra mim não é nada perto delas morou?.- Só concordo, se eu falar que não é isso que quero, Junin bola e desabafa mais.
Mais acho responsa esse bagulho dele e da Gisele, ele evoluiu bem mais depois de conhecer ela, e é impossível não gostar dela, doida pra caralho.
- Bora lá comigo no hospital buscar ela? E depois pegar tua afilhada, que tá enchendo o saco já querendo te vê.
Concordo e entro no carro botando mc Poze, cara era brabo. Saiu do crime e virou um dos mc's mais reconhecidos do Brasil, sem abandonar nossa bandeira.
Junin, encosta no hospital e eu saio do carro pra ir para trás.
Quando eu desço, vejo Viviane chegando no hospital.
Ela me olha, e eu apenas aceno com a cabeça, porém vejo ela vim na minha direção.
Me afasto um pouco do carro, pro Junin não começar a gastação dele.
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OBSTINADO
FanfictionDante, 30 anos perdeu o pai ainda na sua adolescência. Numa operação de morro, seu João teve sua vida arrancada. Não por ser criminoso, mas sim pela sua cor e por ser apenas um padeiro. Afinal quem ligaria?. Preto de classe baixa, morador de favela...