Lá estavamos nos três, juntos, parados no meio da calçada, ninguém falou nada por uns segundos, não sei Kelsey nem J.P. mas eu não sabia o que falar, tinha passado tanto tempo desde que estivermos todos juntos. Eu tinha coisas para perguntar para J.P. mas, estando na frente dele agora, nada saia da minha boca, era como se minha mente tivesse congelado e estivesse agora em estado vegetativo. Então, quebrando o silêncio, Kelsey falou.
— A quanto tempo J.P.
J.P. parecia envergonhado, como se ele tivesse feito algo mau para Kelsey e eu, e de certo modo tinha feito mesmo. Quero dizer, ele ficou sem falar comigo por quase um ano e parecia estar se escondendo de mim durante todo esse tempo, eu queria explicações, como o porquê dele ter se afastado de repente, o porquê dele não responder minhas mensagens e, principalmente, qual era a da cicatriz que tinha agora.
— É, a quanto tempo. — J.P. continuava com o tom tímido, o que achei estranho, ele não era assim no começo do verão passado.
Finalmente minha mente se descongelou e eu consegui pensar no que dizer, apesar que o que eu disse não foi nada inteligente.
— Por que você ficou tanto tempo sem falar comigo?
J.P. se limitou a olhar para o chão, com vergonha, agora eu percebia uma coisa nele, ele parecia mais sensível, bem, ele já era assim antes mas, agora, parecia que ele estava pior, notei que os olhos dele começaram a ficar vermelho, como se ele fosse chorar a qualquer momento. Kelsey me lançou um olhar de censura.
— Ei, cara, é bom ver você depois de tanto tempo. — Eu disse, mais calmo, para me redimir da minha última pergunta.
J.P. ainda estava com os olhos vermelhos mas pelo menos olhava para mim agora. Olhei para seu rosto, parecia a mesma pessoa que eu conhecerá a cinco anos atrás, com exceção das marcas escuras embaixo dos olhos e da cicatriz, agora oculta pelos cabelos.
— Sim, é bom ver você também, Greg, e você, Kelsey.
É, se é tão bom me ver por que não me procurou tempos atrás? Pensei mas não disse nada.
— É, digo o mesmo J.P. — Kelsey disse isso colocando uma das mãos no ombro do J.P. o que era um ato legal, já que Kelsey, quando crianças, não gostava de contato físico.
Kelsey então sugeriu que fossemos até o parque do bairro, que ficava perto de onde estavamos, no caminha Kelsey havia explicado que só fora ver a Stacks para lhe entregar um pendrive com uns arquivos que Stacks tinha lhe emprestado. Ficamos conversando pelo caminho, J.P. não falava muito, eu evitava falar sobre o sumiço dele, apesar da minha curiosidade, quando eu citava isso ele simplesmente olhava para os pés e parava de falar, como se estivesse vergonha de falar sobre, ou até medo. Tenho que admitir que foi estranho estavamos todos juntos de novo depois de tanto tempo, nós conversamos como se não tivéssemos nos separados, como se os cinco anos desde aquele dia nunca tivessem acontecido.
Quando chegamos no parque o lugar estava vazio, com exceção de um grupo de crianças que brincavam nos brinquedos alí, os país sentados em bancos que ficava de frente para os brinquedos, alguns olharam para nós como se fossemos um bando de adolescentes mal encarados. Com isso, J.P. Kelsey e eu decidimos nos sentar em um lugar mais afastado, onde ninguém pudesse nos ouvir
Sentamos em um banco de pedra na área mais afastada do parque, para ambos os lados que eu olhava havia uma área pavimentada para caminhadas ou andar de bicicleta mas, no momento, não havia ninguém. As árvores faziam uma sombra cair em nós, o que fazia a tarde de verão ficar mais fresca. Eu tentava ignorar o fato de que atrás de nós, depois de uma grade, estava o bosque onde ficava o riacho.
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O LADO SOMBRIO DO RIACHO
Gizem / GerilimTudo começa em uma tarde de verão, o sol quente iluminava o riacho, as sombras que as folhas das árvores produziam e o vendo soprando suave faziam o clima ficar agradável no pequeno bosque onde meus melhores amigo e eu costumávamos brincar, mas o bo...