-Se acalme Héctor, esse desafio é sem fundamento. Você ainda nem se tornou alfa, ele deve ter dito apenas para lhe intimidar. - Haine põe uma de suas mãos em meu ombro na tentativa de me confortar. - E todos sabemos como você fica assustado como um filhote diante esse tipo de situação.
Ignoro completamente sua provocação e continuo com minha linha de pensamento. Tenho que pensar em muitas coisas agora, pretendo manter aquele frágil humano seguro, mas para isso, preciso ficar mais forte ainda. Principalmente caso o sarnento do Hangus fique na minha cola.
Solto um suspiro pesado, que foi notado por Haine que estava ao meu lado, e acredito que também chamei a atenção de Pietro pois o mesmo virou seu rosto em minha direção. Mas antes do meu pequeno amigo questionar sobre meus problemas, Erick começa a se remexer nos braços dele, provavelmente despertando de seu sono tranquilo.
Concentro meu olhar no meu frágil humano que tinha seu rosto levemente corado, provavelmente pela tal febre humana que Pietro havia dito assim que cheguei. Ele também comentou sobre a crise de choro que meu humano deu no meio da noite, fazendo eu me sentir pior ainda por não estar aqui para reconfortá-lo nesse momento.
Ainda bem que tenho bons amigos de confiança, que estão dispostos a correr tantos riscos para nos ajudar.
O humano olha ao redor sonolento e assim que nota estar nos braços de Pietro, fica mais vermelho e sai de cima dele pedindo desculpas por ter sido um incômodo.
- Que vergonha, estar dormindo no colo de um homem nu. Não que você não seja bonito ou que isso não tenha sido agradável, mas foi inadequado. - ele fala e cobre os olhos totalmente sem graça. - Melhor eu me calar.
Todos ficam em silêncio deixando o clima mais constragendor ainda para o humano que desvia seu olhar para todos os lados onde nós não estivéssemos.
Seu jeito constrangido nos tira boas gargalhadas o deixando mais vermelho que seu manto. Pietro então se pronuncia quebrando o silêncio e cortando nosso divertimento:
-Está tudo bem, não esquente a cuca com isso. - Meu amigo fala se levantando e estendendo a mão para ele - Veja se consegue ficar de pé.
-A cuca? Quem ainda fala isso? - ele se levanta com apoio de Pietro e tenta colocar o pé dolorido no chão, mas pela sua careta de dor, está mais do que claro que ainda não aguenta seu próprio peso.
-Eu pensei que fosse uma palavra humana referente a cabeça. Meu curandeiro costumava dizer isso as vezes quando eu ficava frustado.
-É sim, mas hoje em dia não costumamos usar essa expressão. - Ele sorri para Pietro e volta a se sentar.
Assim que ele fica confortável sentado no chão, ele começa a me encarar. Me surpreendo ao ver que ele me chamava com a mão de forma acanhada. Até olho para trás afim de saber se tinha alguém ali, mas logo quando tenho certeza que ele estava me chamando, dou um pequeno pulo no mesmo lugar e sigo apressado em sua direção, abaixando em seguida para ficar do mesmo tamanho.
Fico aguardando suas palavras sairem de sua boca, mas ele nada fala. Aproximo meu rosto bem próximo do dele para ouvir melhor o que ele tinha a dizer, o que parece ter deixado ele ainda mais relutante em dizer algo.
Qual o problema? Será que ele já desistiu de falar comigo ou esqueceu o que tinha à dizer?
-Está tudo bem, se tem algo a me dizer, pod.... - fui interrompido por um forte abraço vindo dele.
Fico sem saber como reagir por um momento, mas não demoro a ter uma reação totalmente voluntária e retribuo seu abraço, lembrando de sempre medir minha força para não machucá-lo. O aconchego ali e afundo meu rosto eu seu pescoço, dando um profundo suspiro e sentindo sua leve fragrância de pêssegos misturada com grama e terra devido suas recentes aventuras.
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Domando o Lobo Mau
WerewolfNo meio da noite, quando a lua brilhava ao céu noturno, dava-se para ouvir perfeitamente o barulho de uma respiração ofegante. Ela vinha de um jovem, que corria por sua vida sempre adentro à floresta. Ele corria por sua vida, pois desejava viver. Fu...