O chamado

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-"Quero voltar para os braços de Erick. Preciso voltar para lá!"

Héctor fica andando ao redor de seu bando enquanto pensa alto, angustiado por estar tão longe assim de seu humano. O marrom, não sabia se deveria voltar agora, pois suspeitava de Hangus, afinal sua reação não foi nenhum pouco comum para si.

Havia sido quase que completamente ignorado por ele assim que chegou. Esperava que pelo menos, ele viesse lhe questionar sobre onde estava e o que estava fazendo. Essa falta de atitude estava o matando, pois a qualquer momento sentia que ele pularia detrás de uma moita e diria: Eu já sei de tudo! Matei todos os seus amigos, seu humano nojento e agora é sua vez, traidor!

-"Héctor, pare de pensar assim! Não exagere! Se acalme, vamos pensar em uma maneira de sair sem levantar suspeitas..."

O lobo senta de frente para floresta, na direção exata do lugar onde seu humano estava. Tudo que precisava fazer era seguir em frente para encontrá-lo. Chegou até cogitar a ideia de simplesmente sair andando até chegar ao seu destino, acreditando que chamaria menos atenção do que uma corridinha simples.

-"Se pelo menos Haine, não tivesse ido caçar com meus pais!" - Héctor reclama irritado, e sem saber como extravasar sua raiva, pega um galho qualquer, o sacode e acaba o arremessando contra um rochedo, vendo em seguida o galho ficar em pedaços e voar para todos os lados. - "Ele poderia me ajudar..."

Já se passou mais de 5 dias que estava fora, e nesse curto período de tempo, estava sentindo que havia começado a enlouquecer. Estava longe do humano, o único amigo que poderia ajudá-lo não estava presente e Hangus nem havia tentado matar ele... ainda.

-"Quer saber? Eu vou, e ninguém vai me impedir!" - Afirma, ao começar a caminhar em direção ao seu humano.

-"A onde você pensa que está indo!"

Héctor congela no mesmo instante, e vira na direção de quem o flagrou, pensando numa desculpa perfeita.

-"Dar uma volta?" - Responde incerto. Não passava nenhum pingo de credibilidade.

-"Não se atreva a dar um passo! Volte para cá e aquieta seus hormônios! Até parece que está no cio!"

-"Não seja cruel, Pietro. Eu quero voltar para ele! Não deveria deixar ele sozinho por tanto tempo! Ele pode estar com medo, ferido, pode ter sido atacado, ou estar morrendo de fome!"

-"Acha mesmo que sou você? Erick está bem, ao contrário de um certo lobo que não o ensina nada, o expliquei como ficar seguro e deixei algumas carnes defumadas, que por sinal ele me ensinou a fazer..." - Pietro fica todo feliz ao falar de seu feito recente, arrancando um revirar de olhos do grande lobo ao seu lado, mas logo completa. - "para ele comer. Não posso garantir sua segurança com toda certeza, mas é melhor assim. Pelo menos ele não estará sendo caçado por ninguém do nosso bando. Agora vamos, amigo.

O pequeno lobo, Pietro, caminha na sua frente de peito aberto exibindo todo seu poder. Mesmo sendo o menor de todos os jovens e adultos dali, não se deixava intimidar por ninguém. Já Héctor, o seguia demostrando toda sua insatisfação por estar sendo mantido ali mas mesmo assim obedece o amigo sabendo que era necessário.

-"Sabia que a carne defumada que aprendi a fazer com ele, inibi totalmente o cheiro de carne? Isso afasta predadores como a gente, então acho que ele vai ficar bem. Eu também descobri, que os humanos mantêm os animais todos em um único lugar, assim que sentem fome, matam ele. Isso seria útil para gente mas não seria nada natural manter os animais dessa forma. Eu iria detestar ficar preso..." - Pietro falava animadamente com ele, que mesmo querendo ouvir mais sobre o mundo de Erick, não conseguia tirar aquele humano de sua cabeça.

Domando o Lobo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora