06

220 25 31
                                    


Eu havia me atrasado hoje, tinha esquecido que era para vir mais cedo.

- desculpa a demora. - eu digo.

- tudo bem, mas que isso não se repita, não gosto de atrasos. - ela parece calma.

- Você quem manda. - dou uma piscadela. - bem, por onde começamos?

- começamos hoje por aqui mesmo.

- pela sala da delegacia? - eu questiono.

Ela suspira antes de falar.

- sim. - é tudo oque ela fala.

- e oque exatamente vamos fazer aqui? - e mais uma vez eu questiono.

- pensar, Victor. - ela diz.

Eu fico um pouco surpreso, ela me chamou pelo nome, e não de Augusto, ela foi paciente com a minha demora, e não está com expressão de irritada, parece que alguém está de bom humor hoje.

- como assim pensar? - eu pergunto.

E ela suspira mais uma vez.

- vamos encaixar tudo que sabemos, incluindo as provas e o argumento da moça ontem.

- mas por que hoje?

- Você faz perguntas demais Augusto. - e ela fecha a expressão.

E ali eu percebo que acabou o bom humor, ela olha em volta e percebe que estamos na delegacia, então ela me olha sério, parece que agora ela está no lado profissional dela.

- sente-se, vamos começar logo com isso. - ela diz pegando seu notebook.

Ela coloca o notebook sobre a mesa, deixando-o de lado para que ambos possam ver.

- vamos começar com a foto da vítima, oque não é muito importante, isso foi a nossa primeira pista.

ela começa e logo coloca no notebook a foto que achamos.

- aqui temos o laudo que você achou, sabemos que o nome do paciente foi rasgado, oque provavelmente nos leva na teoria de que o laudo é do suposto assassino, certo?

Eu afirmo e ela continua.

- Sabemos que esse laudo fala sobre o paciente ser impulsivo, oque é um problema, mas não fala mais nada além disso.

Ela passa a foto e mostra o laudo.

- e sabemos que o assassino matou a filha  de Helena no orfanato, mas não temos provas e nem sabemos o porque dele ter matado-a.

Ela tira seus olhos do notebook e direcionando-os para mim, eu apenas faço um sinal para que ela continue.

- logo achamos o pen drive, que nas imagens mostradas, aparece Helena junto de sua filha, aparece Helena com o laudo, e quando a pequena Hannah pergunta sobre de quem é o laudo, a imagem é cortada.

Eu não digo nada, não estava intendo aonde ela queria chegar.

- depois disso foi achado um exame, que também estava rasgado no nome do paciente, que logo o assassino matou a médica que realizou o exame em particular, oque confirma nossa teoria de mais cedo, que os exames que achamos, é do assassino, já que depois do crime ele deixa um bilhete.

Ela diz por fim e me olha, e minha mente trabalha, então tudo parece se esclarecer.

- mas é claro, o assassino entrou na casa de Helena depois que nós saímos, ele achou o pen drive e cortou a parte do nome dele no vídeo, e ele precisava do laudo, só que nós já havíamos pegado ele mais cedo, então ele fez um novo exame, que também foi de extrema importância, já que ele matou a médica para que nós não soubéssemos a identidade dele. - eu disse por fim.

- exatamente. - ela confirma, e sua expressão parece mais calma agora, parece que ela estava orgulhosa que eu havia entendido tudo.

- mas a questão é, como as provas chegaram na gente? - eu questiono.

- com um suposto cúmplice. - ela diz simples.

- mas para um cúmplice precisamos de um suspeito. - eu a olho. - temos um suspeito?

Ela pareceu pensar.

- na verdade... - ela fez uma pausa olhando pro nada. - temos sim. - ela conclui.

ℭ𝔯𝔦𝔪𝔦𝔫𝔞𝔩 𝔠𝔞𝔰𝔢Onde histórias criam vida. Descubra agora