04. Ato falho

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TIMESKIP | 16:40PM

Entro como um furacão dentro do hospital. Que devido ao tempo de férias, tem poucas pessoas circulando. Meu tempo de espera na recepção é curto e a atendente não demora nada até me explicar onde devo ir, para ver meu filho.

Devido a adrenalina em meu sangue e o desespero nítido em todo meu corpo — já que minhas mãos tremem como duas varas verdes e minhas bochechas esquentam pelo nervoso — eu resolvo ir as escadas.

E a todo minuto, peço aos céus, para que as minhas desconfianças estejam erradas. Peço aos céus para que meu pequeno Joon esteja bem e que nada tenha acontecido de tão grave. Ele é tão pequenino e não merece passar por esse tipo de coisa. Meu coração acelera a cada pensamento desesperador e angustiante que passa dentro de minha mente.

Ao terminar de subir os degraus do terceiro andar, meus passos são rápidos em desviar das pessoas. E assim que chego perto dos quartos, vejo a figura de Taehyung encostada na parede, com a figura de Nara em sua frente. Ela o consola e ele parece realmente abalado.

Nara é a primeira a notar minha presença e quando o faz, vejo seu sorriso singelo. E ela não demora a se afastar de Taehyung.

— Cadê meu filho? Como ele está? — Minha voz desperta Taehyung do transe e ele rapidamente me encara. Seus olhos estão vermelhos e suas bochechas coradas.

— Ele está em observação. Os médicos não permitem a entrada de ninguém da família. Ele teve uma crise alérgica forte. — A cada palavra que ele profere, meu coração acelera muito mais. Taehyung até tenta se aproximar de mim, mas, ao ver que não há redenção por minha parte, ele se afasta. — Ele está estável, mas sob observação.

Minhas mãos tremem muito mais e eu me curvo. A possibilidade de ter o meu neném machucado, me dói. E eu sinto todos os nervos do meu corpo doerem. Sua dor, torna-se a minha dor. Apoio as minhas mãos sobre meus joelhos, engolindo todo meu choro, segurando todo meu desespero. A última coisa que Haejoon precisa é de uma mãe desesperada e energias negativas para cima de si. Meu menino precisa ficar bem e voltar para os meus braços.

— Como isso aconteceu? — É a única coisa que eu pergunto.

— Eu estava dando a mamadeira para ele, Areum. O leite que foi indicado pelo pediatra dele foi dado. Quando o leite acabou, eu tratei de comprá-lo. — A voz de Taehyung é trêmula, dolorosa. — Porém, quanto mais ele tomava do leite, mais ele engasgava. Haejoon ficou vermelho nos meus braços.

Sua declaração me desespera cada vez mais. Adultos alérgicos é algo complicado, mas, um pequeno bebê, que nem mesmo seus um ano de idade tem ainda, é pior em níveis terríveis. Se a crise alérgica não for tratada imediatamente, os riscos de vir a óbito são mil vezes maiores.

Observo Taehyung com total atenção. Consigo compreender seu desespero. Mas, eu pouco me importo com a dor que ele sente. Eu simplesmente não consigo olhar em seu rosto e minhas desconfianças apenas aumentam, devido a figura de Nara em seu encalço.

— Foi você que comprou o leite? Sua pessoa, indo até a farmácia, comprar o leite. — Específico, para que ele consiga entender o que desejo que ele entenda. Minha voz é alta, pelo nervoso que sinto. E meus olhos o analisam com mais intensidade. Posso ver até mesmo ele engolir em seco.

Esse seu ato falho, me explica muitas coisas. Porque apesar de seu olhar ser doloroso, também é confuso. O que me passa a sensação de que ele não se lembra.

— Areum-ssi, fui eu quem fiz as compras a pedido de Taehyung. — Nara diz. — Comprei o melhor leite para Haejoon, o leite que ele gosta.

Seu tom de voz é irônico, forçado. Somente suas palavras, são suficientes para me fazer sentir como se todo o sangue de meu corpo fosse drenado para fora de mim. E tudo piora a partir do momento em que eu olho em seus olhos e vejo seu sorriso fingido. Sua falsa dor, sendo mostrada para mim. Suas intenções sendo postas ali, em minha cara.

𝐑𝐄𝐏𝐄𝐍𝐓𝐄𝐀𝐍𝐂𝐄, 𝐤𝐭𝐡.Onde histórias criam vida. Descubra agora